google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Chevrolet Monte Carlo 1978, em uma exposição nos EUA, em 2007. Notem o bom-humor da placa colocada dentro do compartimento do motor.


Airbag, ABS, controle de estabilidade (ESP), brake-assist, cinto com pré-tensionador, airbag no cinto, GPS, limpador de pára-brisa automático, faróis que se acendem sozinhos, telefones integrados ao carro, bancos de ajuste elétrico com memória, aviso de mudança de faixa de rolamento, televisão, video games, DVD, motores flexíveis em combustível, alguns até com GLP (gás liquefeito de petróleo) além de etanol e gasolina, amortecedores com fluxo de óleo controlado por efeito magnético, capôs que se movem para suavizar o impacto de um pedestre atropelado.

Tudo isso e muito mais é encontrado nos carros modernos, até mesmo em vários feitos aqui, no Terceiro Mundo emergente.
Estamos, já há alguns anos, emergindo mesmo, de uma lagoa de pobreza automotiva, para imergir em um mar de confusão de siglas, sistemas, montes de fios, conectores e sensores e computadores e rotinas de funcionamento e de diagnóstico e mais e mais chatices que pouco dizem respeito ao prazer e satisfação no ato simples de dirigir um carro.
Quando nos deparamos com carros mais velhos que apresentam problema em algum desses sistemas, a vontade pessoal que tenho é de dar com uma marreta na cabeça de quem os idealizou. E colocar o carro com defeito dentro da sala de estar dessa pessoa, como naquela piada realista e comunista do bode.
Claro que não foi uma pessoa. Foi um comitê. Um insensível comitê, daqueles que consideram o carro como meio de transporte, pensando-o apenas como um gerador de receita para a empresa, e não como uma máquina com alma, "criada por glória e graça do espírito humano", como dizia um professor que tive.
Esse tipo de criatividade não pode levar a nada mais do que a banalização do automóvel, um assunto já tão comentado em vários textos no AUTOentusiastas, quando dissemos que os carros estão sendo tratados como eletrodomésticos. E pior, utensílios como aqueles video-cassetes ou mais modernamente, DVDs, celulares, ou outros aparelhos com centenas de funções que nunca são usadas.
Digam a verdade: quem pode ser tão limitado a ponto de precisar de verdade de um limpador de para-brisas que ligue sozinho? Se é que existe, esse tipo de pessoa não deveria nem mesmo ter CNH, concordam?
Me preocupo seriamente com esse problema da vida moderna, cheia de utilidades mais ou menos úteis, penduradas em nossos carros, nossas casas e em nós mesmos. Poucos param para pensar nisso tudo, apenas apreciam a mais recente novidade, e caem de cabeça nela, esquecendo que o excepcional de hoje pode ser a dor-de-cabeça de amanhã. Nem pensam que esses sistemas maravilhosos e moderníssimos são mesmo incríveis quando novos, mas que serão apenas sucata assim que os defeitos começarem.
E defeitos acontecem de verdade, aos montes, como podemos ver nas seções de cartas e reclamações em jornais e revistas daqui do Brasil e de fora também. Carros de todos os tipos, modelos e preços têm problemas, e não são poucos, e nem pouco importantes.
Pouco adianta pensar que carro é para ser comprado novo, e mantido enquanto estiver no período de garantia. Depois do primeiro dono, uma nova vida começa, e se não houver manutenção decente, em breve uma máquina excepcional pode ser apenas mais um carro abandonado. E a história se perde, se esvai.
Na verdade, a maior parte dos seres humanos é infantil, ou pelo menos, se infantiliza ao ver uma invenção chamativa. Quer sempre um brinquedo novo, por mais que já tenha vários. Se desespera por uma novidade, principalmente se ela for acoplada a um carro.
A loucura toma conta da mente das pessoas, quando uma novidade é colocada na frente delas, propagandeando um lançamento como sendo tudo que todos sempre quiseram.
Pensem bem, será que precisamos mesmo de todas essas coisas bacanas dentro de automóveis ? Pode ser bonito e até ter utilidade, mas será que são mesmo indispensáveis e fundamentais para o uso e funcionamento correto de um carro?
Na minha opinião, de forma alguma.
Mais fundamentais são peças relativas ao sistema dinâmico dos carros.
O melhor amortecedor e pneu deveriam por regra serem mais prioritários que o melhor rádio ou tecido de banco. Mas claro, pneu é apenas um negócio de borracha, redondo e preto, e não devemos nem pensar nele, como apregoava a pouco inteligente propaganda de um fabricante de pneus, anos atrás. Assim, pode até mesmo vir do outro lado do mundo, e não ter reposição no mercado, quem se importa?
De fato, posso parecer pessimista com tudo isso, mas está difícil ver ações sendo pensadas a favor do futuro do automóvel, da longa vida dos carros, de um futuro em que não será necessário jogar a máquina no lixo quando ela parar de funcionar, como já se faz com a maioria dos aparelhos eletrônicos.
Mas parece que estou sozinho nessa.

JJ

Tem gente que acha que o Porsche 356 era como um Puma: um carro esporte feito em cima de uma mecânica VW pouco modificada. Na verdade, apesar do esquema mecânico quase idêntico, os Porsches eram todos fabricados na Porsche, com peças exclusivas. Sim, nasceram como uma evolução do VW (que afinal de contas era um projeto recente da empresa), mas eram diferentes.

Como podemos ver na foto acima, de um motor dos primeiros 356: o cabeçote tinha as válvulas das pontas acionadas por um balancim diferente, e a válvula é inclinada para o centro do cilindro em um plano diferente da outra. Totalmente diferente dos VW da época, que também não tinha dois carburadores como o Porsche. A potência era praticamente o dobro da de um VW contemporâneo.

O 356 eventualmente evoluiria para ganhar o motor abaixo, o glorioso "Carrera". Um motor onde tudo vinha em dupla: 2 comandos de válvula para cada um dos dois cabeçotes, dois distribuidores, duas velas por cilindro, dois carburadores de corpo duplo e, no caso do Carrera 2, dois litros e 130 cv.

O ventilador de arrefecimento deste motor era tão forte que dizia-se que o Carrera 2 vinha com sua nuvem de poeira particular.

MAO

Explosão nuclear: foi exatamente a sensação que tive ao assistir, pela televisão, a magnífica apresentação da cidade do Rio de Janeiro para os jurados dos 41 países que elegeriam a cidade-sede do Jogos Olímpicos de 2016. Num dado momento foi mostrada a gleba de terra onde fica o autódromo e foi como se uma bomba atômica tivesse detonado ali: o autódromo carioca simplesmente sumiu. Como dizem os entendidos, a bomba atômica elimina tudo o que está na superfície. O autódromo foi eliminado para, no seu lugar, ser erigida uma ...vila olímpica, prédios de apartamentos! Lamentável e vergonhoso. Especialmente para um carioca como eu.

É inaceitável que se acabe com um autódromo, qualquer que seja o pretexto. Denota ignorância, insensibilidade, boçalidade. Denota desrespeito total a quem pratica e a quem aprecia automobilismo. Denota desconhecimento de que o Rio de Janeiro tem um passado histórico glorioso em esportes a motor, entre o qual se destaca o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro a partir de 1933, no Circuito da Gávea, e que se estendeu até 1954.

Denota alienação para o fato de termos oito títulos de Fórmula 1, três de F-Indy e um de esporte-protótipo. Denota alienação para o fato de que piloto brasileiro virou griffe, como diz Bird Clemente, um grande piloto do passado.

Se a atividade lá vinha caindo, não há outro culpado senão os que dirigem (?) o nosso automobilismo nos últimos 15 ou 20 anos. Não tínhamos que pagar esse pato. Para os Jogos Panamericanos de 2007 irresponsáveis já haviam mutilado o autódromo, tirando-lhe parte de seu traçado. Agora foi o golpe de misericórdia.

Se tivéssemos gente decente na administração municipal do Rio de Janeiro, um novo autódromo já estaria sendo construído para praticamente um substituir o outro. Sem interrupção de atividades.

Acabar com o autódromo carioca, ainda mais por motivo fútil, deixou-me enojado.

BS






Meu amigo Belli me mandou as fotos deste post, que ele tirou de um Toyota 2000GT (carro sobre o qual falamos aqui e aqui ) ao lado de um Porsche 356 no paddock da pista de Laguna Seca, mês passado, onde todo ano se realizam provas de carros antigos na mesma semana do famoso concurso de elegância de Pebble Beach. Reparem como é pequena, e especialmente na etiqueta do motor, que fornece os dados de regulagem. Coisa de um tempo que se foi...

MAO