google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Explosão nuclear: foi exatamente a sensação que tive ao assistir, pela televisão, a magnífica apresentação da cidade do Rio de Janeiro para os jurados dos 41 países que elegeriam a cidade-sede do Jogos Olímpicos de 2016. Num dado momento foi mostrada a gleba de terra onde fica o autódromo e foi como se uma bomba atômica tivesse detonado ali: o autódromo carioca simplesmente sumiu. Como dizem os entendidos, a bomba atômica elimina tudo o que está na superfície. O autódromo foi eliminado para, no seu lugar, ser erigida uma ...vila olímpica, prédios de apartamentos! Lamentável e vergonhoso. Especialmente para um carioca como eu.

É inaceitável que se acabe com um autódromo, qualquer que seja o pretexto. Denota ignorância, insensibilidade, boçalidade. Denota desrespeito total a quem pratica e a quem aprecia automobilismo. Denota desconhecimento de que o Rio de Janeiro tem um passado histórico glorioso em esportes a motor, entre o qual se destaca o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro a partir de 1933, no Circuito da Gávea, e que se estendeu até 1954.

Denota alienação para o fato de termos oito títulos de Fórmula 1, três de F-Indy e um de esporte-protótipo. Denota alienação para o fato de que piloto brasileiro virou griffe, como diz Bird Clemente, um grande piloto do passado.

Se a atividade lá vinha caindo, não há outro culpado senão os que dirigem (?) o nosso automobilismo nos últimos 15 ou 20 anos. Não tínhamos que pagar esse pato. Para os Jogos Panamericanos de 2007 irresponsáveis já haviam mutilado o autódromo, tirando-lhe parte de seu traçado. Agora foi o golpe de misericórdia.

Se tivéssemos gente decente na administração municipal do Rio de Janeiro, um novo autódromo já estaria sendo construído para praticamente um substituir o outro. Sem interrupção de atividades.

Acabar com o autódromo carioca, ainda mais por motivo fútil, deixou-me enojado.

BS






Meu amigo Belli me mandou as fotos deste post, que ele tirou de um Toyota 2000GT (carro sobre o qual falamos aqui e aqui ) ao lado de um Porsche 356 no paddock da pista de Laguna Seca, mês passado, onde todo ano se realizam provas de carros antigos na mesma semana do famoso concurso de elegância de Pebble Beach. Reparem como é pequena, e especialmente na etiqueta do motor, que fornece os dados de regulagem. Coisa de um tempo que se foi...

MAO


Partindo do pressuposto que um Lotus Seven e seu sucessor técnico e espiritual Caterham Seven, como sendo o carro mais básico que pode existir para um entusiasta dos esportivos, chegamos, após breve análise, à conclusão que o Land Rover Defender é idêntico ao Seven, apenas com a adição de terra.
O Seven e o Defender são similares em muitas características que podem ser chamadas de subjetivas, apesar de serem totalmente antagônicas:
- britânicos;
- de projeto muito antigo;
O Defender foi o primeiro Land Rover, se chamava Series I, quando foi apresentado em 1948. O Lotus Seven começou a ser vendido pela empresa de Colin Chapman em 1957, como kit desmontado, ou como carro pronto.

- espartanos;
O Defender atual conta com amenidades de conforto como ar-condicionado, vidros elétricos e até mesmo controle de tração. E isso me deixa preocupado. Mas ainda é bastante tosco, e como os ingleses dizem, de comportamento agricultural, pois sua condução se assemelha à de um trator no campo. Já o Seven é um kart com carroceria, e com algum esforço, tem um rádio. O primeiro modelo, o S1, tinha os limpadores de pára-brisas como opcional, imaginem.
- deixam entrar água de chuva com relativa facilidade;
Capota e janelas de plástico flexíveis no Seven, sem nem mesmo uma opção de algo mais sólido e assentado em guarnições de borracha, como fibra-de-vidro, por exemplo, garantem que uma boa chuvada vai mesmo molhar o interior. No Defender, apesar de todas as melhorias com o passar dos anos, ainda não se pode confiar cegamente em deixar algo importante no assoalho interno. Seja junto aos bancos, seja no compartimento de carga. Pelo menos ele possui umas frestas estratégicas para deixar a água sair.

- focados em uma missão apenas;
Seven: ser dirigido para diversão. Defender: andar com facilidade onde não há calçamento. Não são carros homogêneos, que fazem diversas coisas com relativa tranquilidade. São exatamente o contrário: ótimos para uma finalidade apenas.
- problemas básicos decorrentes da antiguidade de projeto;
O Seven é pequeno por dentro, pouquíssimo confortável, sem acessórios de conforto e entretenimento, a segurança passiva é hedionda, e nem se cogita pensar em acidente quando se dirige um. É melhor se concentrar em evitar problemas, porque, se bater, vai machucar.
O Defender tem posição de dirigir que deixa o motorista todo desalinhado entre volante, bancos e pedais. Os limpadores de pára-brisas tem funcionamento irregular, mesmo quando o carro é pouco usado, tem pedal de embreagem pesado na operação, alguns pontos críticos de vazamento de óleo da transmissão, como a caixa de transferência, e sua carroceria, na maior parte feita em chapa de alumínio, amassa muito facilmente.
- denotam a vida simples desejada por muita gente, trazendo uma tranquilidade relativa ao dono. Se o feliz usuário de um desses carros não se incomodar com os problemas já mencionados, e aproveitar o que eles tem de melhor, irá se sentir muito bem, com uma paz de espírito dificilmente igualada. Mas poderá inventar para si um inferno pessoal, se quiser, por exemplo, fazer a compra do mês com o seven, ou viajar em uma estrada asfaltada que sobe serras, em um Defender. Definitivamente, não são para isso.
- são apaixonantes;
Por incrível que possa parecer para quem não é entusiasta de nenhum desses carros, há pessoas fanáticas por eles. Quem entende um carro como uma exibição de tecnologia, como mostruário de bens de alto preço, como show de sempre o mais novo é melhor, se arrepia e considera ridículo o comportamento de gente exaltando as características desses dois museus que se movem. Por isso mesmo são importantes: a maioria não os entende.
Dois carros de história extensa e grande importância. Quero os dois.
JJ





Não muito tempo atrás li em algum lugar que não me recordo uma breve história sobre corridas náuticas dos anos 20 e 30. Alguns dos grandes nomes da história do automóvel já foram relacionados com outras formas de esporte a motor.

Harry Miller, um gênio dos motores a combustão interna e de grandes carros que fizeram história em Indianápolis e afins, certa vez já trabalhou com barcos. Em 1927 ele construiu três exemplares de um V-16 de 10-litros em alumínio com duplo comando, que foram utilizados em barcos de corrida da classe Gold Cup. Na sua configuração original, o motor produzia 425 cv, mas um deles foi adaptado para sobrealimentação e produzia mais de 1000 cv.

Com o tempo, um dos motores que sofrera danos por uma quebra de biela, foi alterado para a nova capacidade de 12-litros e teve o compressor revisado, aumentando ainda mais a potência.

Hoje mais do que raríssimos, estes motores são obras de arte das competições náuticas. Sr Miller, como sempre, se superando a cada nova empreitada.