google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Muitos anos atrás, na primeira vez em que visitei a Flórida, o Juvenal Jorge me deu uma dica autoentusiasta que vale até hoje.

Em Kissimmee, uma cidade (mais parece um bairro) colada em Orlando, tem um lugar chamado Old Town. Trata-se de um centro de diversões com lojas, restaurantes, parque de diversões, e o mais importante: um encontro semanal de carros antigos.

Todos os sábados à tarde o pessoal da região se encontra com seus antigos. Tem de tudo: muscle cars, hot rods, antigos originais, VWs, dragsters e até algumas aberrações.

Nesta minha última visita se destacaram um GTO impecável, um Chevelle SS também impecável e um Falcon gasser, apontado pelo Alexandre Garcia.


Se vier a Orlando com a família, não deixe de visitar o Old Town.


Por Rex Parker

Entre os vários carros de competição na garagem do antigo piloto Parnelli Jones, aqui em Torrance, Califórnia, há um que realmente chama a minha atenção. É o Lotus 34, mais conhecido como “Lotus-Ford”, que Jim Clark pilotou na 500 Milhas de Indianápolis de 1964.

Os essenciais são simples. O carro é British Racing Green com listas e grafismos amarelos e o interior estofado em vermelho. Uma combinação de cores relativamente sóbria e completamente desunida que só poderia ser... britânica! O chassi é monocoque de alumínio, baseado no Lotus 29 que correu na Indy de 1963, que em sua fez foi derivado do Lotus 25 que venceu o campeonato da F-1 naquele ano.

O motor central é um Ford V-8 de 4,2 L, mas em vez de ser de ferro fundido e baseado num motor de produção como o Lotus-Ford de 1963, esse é um DOHC totalmente de alumínio e feito exclusivamente para competição. Os quatro comandos de válvulas são acionados por um total de 14 engrenagens de dentes retos (em vez de pinhões e correntes), num arranjo complicado que mais parece o mecanismo de um relógio.










A potência máxima com gasolina é de 425 cv a 8.000 rotações por minuto, aumentando para 475 cv a 8.250 rpm com metanol. Para consumir menos combustível, o carro andou na Indy com gasolina, nesse caso introduzida no motor por um sistema de injeção Hilborn. Os injetores estão no “V” entre as válvulas. O escapamento é no “V” entre os cilindros, parecendo um emaranhado de cobras. O câmbio é ZF, de duas marchas (para arrancar e daí só para manter velocidade).

Peso? Dependendo do seu ponto de vista, ou bem pesado ou bastante leve. O peso seco de um Lotus 25 de Fórmula 1 é de 450 kg. O peso seco do Lotus 34 é na base de 550 kg. Se o diminuto Jim Clark pesava uns 75 kg, os vários fluidos no motor e câmbio uns 30 kg, e um tanque cheio de 200 litros de gasolina ainda uns 150 kg mais, o carro pronto para correr na Indy pesava 805 kg. Leve em comparação com um monoposto, da época, de 950 kg, mas pesado em relação ao Lotus 25.

Sem entrar em grandes detalhes, esse é o carro de deveria ter ganhado a Indy de 1964 com toda facilidade, mas que sabidamente acabou quebrando a suspensão na volta 44 e saindo da competição. A falha foi resultado de peso relativamente alto combinado com temperaturas altas, e o efeito que esses tiveram nos pneus.

Ah, os pneus. O patrocinador do Lotus-Ford, a Ford Motor Company, naturalmente queria pneus Firestone. A Firestone tinha ganho quase todos as Indy 500 desde 1911, e havia ligações fortes (uns casados com outros) entre as famílias Ford e Firestone. Os pneus Firestone de competição eram fortes e resistentes, essencialmente feitos para os monopostos mais pesados que constituía a maioria dos competidores.

Mais do que tudo, o Colin Chapman, dono da Lotus, queria ganhar. E para ganhar, ele achou uns pneus ingleses fornecidos pela Dunlop, que eram mais macios, de maior aderência, mais leves e mais rápidos que os Firestone. Os Dunlop eram baseados em pneus feitos para uso em Fórmula 1, e em carros mais leves que o Lotus 34. Com sua preocupação constante de peso e velocidade, Chapman decidiu correr com os Dunlop.

Big mistake! Logo no início da Indy de 1964, os Dunlop começaram a esquentar e largar pedaços de borracha no asfalto. Isso criou um grande desbalanceamento das rodas, o que acabou quebrando a suspensão traseira. E ai o DNF, did not finish, não terminou a prova.


Após a corrida, os executivos da Ford ficaram furiosos. A corrida era deles, era para ganhar, e eles tinham feito um grande investimento na vitória. Não só em dinheiro, mas em orgulho (abaixo, Benson Ford, vice-presidente da Ford, Jim Clark e Lee Iacocca, presidente da divisão Ford, na apresentação do motor).

Em reação, eles ficaram com os três Lotus 34 (do Clark, do Gurney e um de reserva) feitos pela Lotus, mandaram Chapman de volta à Inglaterra e deram os carros a A.J. Foyt, Walt Hansgen e Parnelli Jones. O carro do Clark, chassi número 3 (ou talvez número 1; ninguém lembra com certeza), acabou com Jones.

Esse mesmo carro, repintado em champanha e branco, e com Jones dirigindo, chegou em segundo na Indy de 1965 (vencida por Clark). E daí competiu numas outras corridas menores na época, ganhando três antes de ser encostado.

O Jones ficou com o carro e uns anos atrás decidiu restaurá-lo do mesmo jeito que correu com Clark na Indy de 1964. Até com os pneus Dunlop! E é assim que pode ser visto hoje na garagem do Parnelli. Um tributo a uma época na Indy em que a corrida e os seus carros tinham significado
e geravam interesse mundial. Tão diferente de hoje!

Para conhecer mais, o livro “Team Lotus, the Indianapolis Years”, por Andrew Ferguson, é o melhor que conheço. Fotos insuperáveis! Foi publicado na Inglaterra em 1996.

RP

O ano de 1968 foi um ano revolucionário. Ano da Revolução Cultural, da Revolução Estudantil na França, da Primavera em Praga, do AI-5, dos astronautas da Apollo-8 declamando o Livro do Gênesis em órbita lunar na véspera do Natal.

No cinema, 1968 foi o ano de uma obra histórica: “2001 – Uma Odisséia no Espaço”.

Um filme infantil deste mesmo ano bebeu de algumas fontes anteriores, criando uma obra deliciosa de ser vista, e nem por isso alienada de uma mensagem de repulsa à repressão.

“O Calhambeque Mágico “ (“Chitty Chitty Bang Bang”) é a confluência de estilos entre o musical fantasia de “Mary Poppins” com os filmes sobre carros e automobilismo, como “Grand Prix”. É diversão para crianças, das pequenas até as mais crescidas.

Em muitos aspectos de sua realidade fantástica, dando personalidade ao carro, precedeu “Se Meu Fusca Falasse”, que viria no ano seguinte.

Porém, numa época carregada de idealismos políticos, este filme não escapa da propaganda. A aventura contada no filme leva os personagens até uma Bulgária fictícia, onde os governantes não toleravam crianças, e a população tinha que mantê-las escondidas. A partir da interferência destes personagens, cria-se uma revolta popular que depõe seus governantes.

Era uma mensagem direta para os povos do outro lado da cortina de ferro.

O começo deste filme é de um entusiasmo automobilístico de primeira linha. Dá vontade de comprar um carrinho velho, caído, e restaurá-lo com gosto.

Assisti a este filme ainda muito pequeno, e não tive mais a oportunidade de vê-lo, nem nas incontáveis reprises da “Sessão da Tarde”. Mesmo assim, ele ficou entre minhas lembranças de infância.

Este final de semana, tive a alegria de encontrar esta versão em DVD, e pude relembrá-lo mais uma vez. Incrível como mesmo passados mais de 35 anos que o assisti, muitos detalhes ainda estavam perfeitos na memória.

Por quase duas horas, voltei a ser criança.
No dia 3 de junho deste ano morreu um grande ator do cinema, David Carradine.

Ele ficou famoso por diversos filmes e séries, entre eles o grande sucesso dos anos 70, Kung Fu.

Uma das últimas grandes aparições de Carradine no cinema foi no segundo filme da sequência de Quentin Tarantino, o não tão genial Kill Bill. Carradine fez o papel de Bill, o cara mau da história.

No segundo filme, Bill aparece em uma das cenas com um carro que muitos não conhecem. É um De Tomaso Mangusta, o antecessor do mais conhecido Pantera.

O Mangusta, lançado em 1967 e com aproximadamente 400 carros fabricados, era um forte concorrente do Lamborghini Miura em beleza e desempenho em linha reta. Originalmente equipado com um V-8 Ford de 289 pol³ montado no centro do carro, acelerava a mais de 250 km/h.


O carro foi desenhado por Giugiaro, mas não muito bem planejado. A distribuição de peso era horrível (68% do peso estava no eixo traseiro) e o comportamento dinâmico bem ruim, não muito diferente dos problemas de desempenho do Miura.

Mas quem se importa, é lindo mesmo assim. E fica aqui uma última homenagem ao ator.