Uma definição adequada para o Citroën C3 é “urbano bom de estrada”. Mede apenas 3,85 metros de comprimento, o entreeixos é de 2,46 metros e a altura, 1,519 metros. Mas dinamicamente é excelente, mesmo nas curvas de alta das estradas, certeza de tranquilidade e segurança em viagem.
Na cidade se desloca com facilidade, ajudado pela direção com assistência elétrica de excepcional variabilidade inversamente proporcional à velocidade e pela baixa carga do pedal de embreagem, resultado do acionamento hidráulico. A visibilidade é ampla em todas as direções e os amplos espelhos externos convexos ajudam sua vocação urbana, complementada pelo exclusivo formato do para-brisa, curvo em dois planos, uma marca registrada do C3.
Uma característica que desagradava desde o lançamento em 2003 era a dureza da suspensão. Era, porque no modelo Exclusive 2009 avaliado em longo termo (três meses) ela se mostrou um ponto alto no nosso chão, onde boa pavimentação é muito mais exceção do que regra.
O rodar agradável tem no motor flex 1,6-l duplo-comando, 16-válvulas de 113 cv a 5.600 rpm (com álcool) um grande coadjuvante. Sua disposição para acelerar em altos regimes combina-se com grande elasticidade, tornando o dirigir muito agradável em qualquer situação. É um ponto alto no modelo. Só precisaria de uma quinta final mais longa, pois a 120 km/h, velocidade típica de autoestrada, o motor está a 3.500 rpm. Tem potência em baixa suficiente baixar cerca 300 rpm nessa condição de uso.
Em viagem, o computador de bordo indica 10 km/l com consistência, a álcool, mas o tanque deveria ser um pouco maior, mas cinco litros mais no tanque – é de 47 litros – fariam muito bem quando se usa álcool, o que permitiria rodar uns 500 quilômetros entre reabastecimentos.
Bancos dianteiros confortáveis e proporcionando bom apoio lateral, com densidade de espuma correta, combinam-se com o quadro de instrumentos com velocímetro de leitura digital – que passei a apreciar não faz muito tempo – e tem sobre ele o conta-giros em forma de arco. Não é ideal como leitura, mas é suficiente para se saber a quantas anda o motor.
Atrás, o espaço longitudinal é um pouco aquém do desejável, mas nada que impeça dois adultos de se acomodarem bem, especialmente em curtos trajetos. O compartimento de bagagem acomoda 305 litros, volume razoável para o porte do C3.
O preço varia de R$ 44.330 a R$ 48.320, mas a dotação de série da versão inclui freios com ABS e auxílio mecânico à frenagem, airbag frontais, ar-condicionado automático, faróis principais e luzes com acendimento automático, faróis de neblina, sensor de chuva para o limpador de para-brisa, entre outros itens interessantes. A cor básica é branco Banquise, sólida. Nunca vi um C3 branco em São Paulo, o reino do preto-prata, mas vi um no Rio, perfeito. As outras cinco cores, todas metálicas, custam R$ 700.
As rodas são de aço com pneus 185/60-15, bem-escolhidos para o porte, peso e desempenho do C3, 1.152 kg. Crítica para o acionamento elétrico dos vidros, que não é tipo um-toque. É muito chato ter que ficar apertando a tecla. A fábrica devia corrigir isso.
O C3 é mesmo um citadino bom de estrada. Por isso está na minha lista de compra.
BS