google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

A pista está localizada na cidade de Nurburg, Alemanha, Região de Eiffel, a 70 km de Colônia e 120 km de Frankfurt, em uma vila de meia dúzia de ruas e um castelo medieval. É dividida em duas partes, Laço Norte (Nordschleife) e antigo Laço Sul (Sudschleife). O Laço sul foi substituído em 1986 pelo que hoje é chamado GP Circuit, em cuja prova inauguração Ayrton Senna mostrou ao mundo a que veio a bordo do Mercedes 190 2.3 16V. A volta no Laço norte tem 20,8 km e é tão grande que começa na cidade de Nurburg, passa no meio da cidade de Adenau (um viaduto na rua principal da cidade é o autódromo) e volta a Nürburg.

Jackie Stewart apelidou a pista de Green Hell e é hoje considerada a mais perigosa e mais técnica pista de corridas do mundo.

Nürburgring foi inaugurado em 1927 e foi palco para a Fórmula 1 até 1976, quando Niki Lauda sofreu um acidente, provavelmente causado por problemas na suspensão traseira, cujo resultado todos conhecem e o circuito foi banido do Campeonato Mundial de Fórmula 1 sob a alegação de que as distâncias eram muito grandes para serem cobertas pelos carros de bombeiros e ambulâncias.

Hoje o Laço norte é usado em poucas provas oficiais, como a 24 Horas de Nürburgring, outras categorias organizadas pela VLN (Associação dos Organizadores de Corridas de Endurance de Nürburgring) e RCN (Desafio Circuito Nürburing).

Touristenfahrten

Desde os anos 60 Nürburgring é considerado uma via pública de serviço e qualquer pessoa habilitada com um carro, moto, ônibus ou triciclo legalizado para via pública pode andar na pista, sem qualquer limite de velocidade. De fato, muito mais interessante para um entusiasta que as interessantes Autobahnen.

Andar em Nürburgring não é como andar em um autódromo comum. Dizem que são necessárias mais de 100 voltas para se decorar as suas 174 curvas. Ao contrário de Jacarepaguá, Interlagos ou qualquer outra pista de menos de 5 km de extensão, no Nordschleife não se alicata os freios, não se brinca tanto com o equilíbrio do carro, porque você simplesmente não sabe onde está a próxima curva, como é essa próxima curva e se você está com o carro na posição certa para próxima curva. É como uma tocada numa estrada incrível, com um limite muito mais alto, mas não tão alto como em um autódromo. Pelo menos não até à centésima volta.

A velocidade máxima em um carro de uns 170 cv e câmbio manual é de coisa de 200 km/h, mas o pote de ouro está nas curvas, para andar reto em Nürburgring é melhor nem ir.

Paga-se uma taxa de 18 euros por volta (tem vending machine, a vending machine mais entusiástica do mundo), recebe-se um ticket que libera para 1 volta. A primeira volta é assustadora, um misto de adrenalina e sonho realizado se torna tão nítido que quase pode ser cortado a faca. Começa-se a volta e a reconhecer os lugares de milhões e milhões de vídeos com câmera onboard baixados da internet e as horas e horas de Playstation. No meio da primeira volta, uma das primeiras surpresas aparece, aqueles gigabytes de vídeo baixado, as noites não dormidas com o controle do PS2 na mão não passam a noção de quão íngreme são as subidas e as descidas, quão abruptas são as lombadas (perfil de estrada, não os infames obstáculos que colocam nas ruas e estradas daqui), não deixam você pensar que lá é possível ter sensações de montanha russa dentro de um automóvel.

Da terceira volta em diante é possível andar com mais entusiasmo, mais próximo do limite em algumas curvas, bem perto do limite em outras, algumas partes da pista se tornam conhecidas, outras continuam uma incógnita, “pra que lado é a próxima curva?”. Um dos pontos altos é o famoso Karrousel, uma curva de 180 graus em relevê de raio curto, onde de carro de rua pode-se entrar em segunda marcha cheia e fazer inteira de pé colado, com controle total. Muito divertido.


Existem algumas regras básicas no Laço Norte, uma é a mais importante. Se bater, não é pemitido tirar o carro do lugar, os fluidos que podem eventualmente vazar do carro se tornam um risco de vida para os motoqueiros. Vários já perderam a vida assim. A polícia tem jurisdição dentro do autódromo (tecnicamente é uma via pública de serviço, lembra?). Você pode ser responsabilizado criminalmente pelos seus atos lá dentro.

Diversão extra-pista


A região de Nürburg é o paraíso dos entusiastas. Além de toda atividade na pista, existe uma série de outras atrações. A principal delas, no meu entender, é todo o esquema de trabalho das fábricas no desenvolvimento dos novos modelos. Todas as fábricas alemãs vão testar lá, várias outras marcas européias, japonesas e americanas. A BMW tem no centro da cidade um edifício em cuja fachada está escrito “BMW M Test Center – Nürburgring”, de emocionar o mais insensível dos entusiastas. Independente do modelo de carro, a pista alemã significa economia nos testes. Em uma volta no Laço Norte os freios são exigidos como se estivessem descendo os Alpes, o motor funciona em um regime próximo ao que seria o regime no deserto. As mudanças de piso, superfície e ondulações simulam um sem-número de situações da vida real. Tudo junto em um só lugar.

Com o advento da internet e sua popularização (será que eu vou falar disso em todos os meus posts? Talvez.) os tempos de volta em Nürburgring viraram referência de desempenho dos carros esportivos, o tempo de volta virou uma referência quase tão importante quanto o 0-100km/h ou a velocidade máxima. É muito divertido passar horas nos diversos e distantes pontos de observação da pista, vendo e reconhecendo os modelos camuflados andando num ritmo muito forte. Um paraíso para o editor da “página de segredos” de qualquer revista automobilística.

Nürburgring é a Meca e todo entusiasta deve ir a Meca uma vez na vida. Como dito em um vídeo promocional da BMW, For climbers there is Everest; for underwater explorers, the Titanic; for surfers the North shore; for drivers there is the Nürburgring ...




Há uns 20 anos (sim, ficando velho), li uma coluna daquele outro Egan (Peter, colunista da Road&Track) em que ele falava como adorava seu Furgão Ford. Usava de vestiário em corridas, carregava motos velhas etc.

Lembro-me que pensei que ele estava louco. Pensei que, no lugar dele, rebocaria o Lotus Seven de competição com um Esprit! Furgão, nem morto!

Mas confesso que, com a idade (sim, qual o problema de ser adulto?) passei a entender perfeitamente o sujeito. Na verdade, me vejo hoje desejando uma Kombi Furgão, com aquela porta de correr lateral. Ou melhor ainda: um Fiorino.

Imagino usando elas no dia a dia, incógnito, mas ainda me divertindo (Kombis e Fiorinos são ótimos para dirigir). Imagino-me fazendo “caças ao tesouro” com amigos (esporte que pratico regularmente com William A. Egan III, a.k.a Bill Egan).

Imagino-me comprando velhas motos para reformar e carregando-as nela, me vejo comprando motores de Chevette e levando-os à oficinas para “aprimorá-los” mesmo antes de ter um Chevette...Eu realmente quero um furgão para mim! E quero um furgão de verdade, um treco velhinho, para ser usado sem dó, e ficar todo riscado e com amassadinhos de uso. Nada de hot-rods ou carrinhos de brinquedo como o HHR panel van. Quero algo como o Dodge usadinho aí em cima. Não é linda em sua simplicidade e utilidade?

Perto de casa tem uns à venda, vários Doblòs 2007, amarelos (acho que é sobra dos Correios) com “DH e AR” pintados no pára-brisa... Dá uma vontade...

Será falta de medicação?

MAO

Um de vocês certamente pensará "por que esse título?". Pensei um bocado sobre isso, depois de uma discussão onde eu defendia que um carro deve sempre ser visto pela ótica de seus criadores e ter lembrado de que, segundo Setright em sua grande obra, os navios mataram o automóvel.

O racional por trás de tão controversa frase é algo muito bem conhecido por antigomobilistas do mundo todo: carros eram criados cada qual ao seu jeito, pesadamente influenciados pela cultura de sua região de origem, coisa cada vez menos comum nesses dias de "engenharia globalizada" e de "carros mundiais" etc.

Não, não será esse texto um choro de saudades "dos velhos e bons tempos", mas apenas uma constatação dos motivos que nos levaram ao estado atual, triste até, da indústria automobilística.
Carros são desenhados por engenheiros, que, apesar de um pouco estranhos, são seres humanos. Extremamente racionais, mas humanos do mesmo jeito. Cheios de defeitos, com um olho no seu próprio umbigo e tudo o mais, como todo ser humano.

Antes dos navios matarem os carros, automóveis eram criados a partir de algumas regras simples, criadas por uma única cabeça pensante, ou, no máximo, meia dúzia delas. Regras SIMPLES, vamos registrar isso. Deve atingir tal velocidade, transportar tantas pessoas, ser belo, ser pequeno, dar prazer ou só cumprir a função básica de transportar uma família.

E nesse momento, devemos olhar para o primeiro dos problemas, esse ingrown, como um câncer. Não bastava um bom produto, era necessário dominar o mercado. E não só o seu mercado, todos eles. Sem problema para um bom produto, certo? Mas um bom produto para nós não é um bom produto para os norte-americanos, ou para os japoneses. Os requerimentos são muito diferentes. As condições são diferentes. E isso é cultural, no denying it.

Temos então nossa primeira verdade, carros são produtos culturais e não só industriais. Mostram muito da personalidade de seus criadores, sejam eles um homem só ou um grupo deles (mesmo em coisas simples, por exemplo: nenhum Lotus antigo comporta um homem de mais de 1,70 m - Colin Chapman tinha por volta de 1,65 m de altura apenas). Mostram muito daquilo em que as pessoas envolvidas acreditavam, muito daquilo que se passava à época do projeto, as condições econômicas do período e tudo mais.

O segundo problema é mais profundo e enraizado. Sem entrar em méritos políticos, legisladores, de um modo mais do que geral, não entendem lhufas dos assuntos sobre os quais escrevem leis. Agem "em nome do povo" - ok, mas quem disse que o povo sabe o que quer? Ou o que é o melhor para ele? O problema não nasceu tão tarde, mas podemos traçar um início nominal, ou um crescimento significativo, a partir da segunda metade da década de 60, quando surgiram as primeiras preocupações com segurança veicular.

O problema não é a segurança veicular em si, mas sim o modo que isso foi imposto. Pergunto a você, leitor, se dado a opção de bater um carro bastante "seguro", com cintos de segurança e inúmeros airbags, ou a opção de simplesmente não bater, conseguindo evitar o acidente através de um comportamento dinâmico perfeitamente controlável, qual opção tomaria?

Óbvio, não? Pois os legisladores escolheram, como sempre, a escolha paliativa. E a têm feito desde sempre, para todos as absurdas (e desnecessárias, em muitos casos) legislações propostas em diversos países e regiões. Legislações trazem novos requisitos, absurdos que sejam, guiando os novos projetos. Sejam de "segurança veicular", sejam de "proteção ao meio ambiente", sejam o que for.

Agora temos então dois problemas, matando nossos carros: atender necessidades de pessoas completamente díspares e com necessidades incompatíveis, e tudo isso atendendo inúmeros requisitos criados por pessoas que realmente não têm muito o que fazer nem fazem a mínima idéia de com o que estão mexendo, e dos impactos disso tudo. Como piorar tudo isso? Que tal tornar o automóvel o bode expiatório dos problemas do mundo? Parafraseando Lennon, Cars are the nigger of the world, é o que tentam mostrar.

Setright (sim, de novo ele -- isso significa que quem não o conhece, precisa conhecer) dizia que não sabia o que era o pior caso de egocentrismo do Homem: acreditar ser responsável pelas mudanças climáticas globais, ou acreditar ser capaz de fazer algo sobre o assunto. O so called aquecimento global, creditado à poluição e à ação do homem nesse planeta, nada mais é do que uma simples alteração das condições climáticas desse planetinha em que vivemos. O Homem está aqui há menos de 100 mil anos, registrou bem menos de 10.000 desses anos (e a maioria deles, talvez um único registro de o ano ter se passado...), e registrou a temperatura dos últimos 100 ou 150 anos. E alguém tem a pachorra de dizer que o automóvel, usado em larga escala há pouco mais de 100 anos é o responsável pela mudança climática? Bullshit! Por um acaso a última era glacial terminou por que os ratos e lagartos soltavam muitos gases? O clima da Terra varia, e nossa influência nessa variação é ínfima.

Mas o automóvel é visto como grande culpado por isso e será crucificado como tal, apesar de todo o seu significado libertador e pelo fato de ser responsável por uma porcentagem ínfima de toda a poluição global. Um Hummer por acaso polui mais do que um simples vulcão? Ok, ok, para cada vulcão há milhares de Hummers. Mas cada erupção vulcânica joga na atmosfera mais gases tóxicos e "gases efeito-estufa" do que todos os carros (incluindo aí todos os tipos de esporte-motor) nos EUA num período de tempo infinitamente superior à duração da erupção! Vamos propor uma legislação para que todos vulcões então sejam redesenhados com catalisadores etc.! Deixem a democracia agir e colocar catalisadores nos fiofós das vacas!

Não entremos tanto nesse assunto, afinal o tema aqui é outro. Ponto é que o automóvel, como conhecemos, está morto. Vive em nossas lembranças, mas está fadado a ser enterrado pela nossa ignorância em reconhecê-lo como instrumento cultural e libertador, em todas as esferas, que realmente é.

Triste realidade: O mundo vai acabar, a gente não pode fazer nada sobre isso, e não nos deixarão dirigir até lá!
aaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!