google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Esse fim de semana realiza-se em Interlagos mais uma edição das Mil Milhas do Brasil, a prova de endurance mais importante do país. E, claro, a organização da prova conseguiu mais uma vez transformar a mágica Mil Milhas em uma mera etapa do Campeonato de Endurance.

Marcaram de última hora a prova para o mesmo fim de semana de etapa da Stock Car, tirando a possibilidade de vários pilotos participarem da disputa. Taxas de inscrição? Não são baixas. Entrar no autódromo só com credencial. Pelo menos desta vez o público de arquibancada paga apenas R$ 10,00 no dia da corrida, ao contrário de anos anteriores com ingressos custando perto de R$ 50,00.

Com apenas 20 carros inscritos, o grid será pequeno comparado à edições passadas, quando mais de 50 carros largavam à meia-noite de sábado. De carros interessantes, apenas o Ford GT dos pilotos Salles e Rosset, junto com o alemão Thomas Muntsh, o mesmo carro que participa do Campeonato de GT3, está linderando os treinos com um segundo de vantagem para o Porsche RSR de Max Wilson, Raul Boesel e Marcel Visconde, mas não será um problema para o trio da RSR, pois o Ford GT não correrá, apenas se inscreveram para treinar para a corrida da semana que vem. Ainda há no grid um Porsche GT3, dois Ferrari Modena da equipe carioca e dois Maserati, além de diversos Aldee Spyder e protótipos nacionais, principalmente de equipes do sul do país.

Infelizmente o que poderia ser mais uma grande corrida de proporções internacionais como eram as Mil Milhas de antigamente, virou apenas uma etapa do Brasileiro de Endurance.

Por quê?
Por que essa vontade imensa que vem de dentro? Por que um sujeito normal, pai de família, cheio de necessidades muito mais importantes que um absurdamente minúsculo triciclo com motor Harley, se vê diariamente desejando-o em um site na net?

O que faz a gente ser assim? Já tentei abandonar isso, já tentei viver uma vida normal, assistir ao Jornal Nacional, assistir o jogo do Palmeiras, acompanhar novela, e sabe-se lá que outras coisas gente normal faz. Parece ser bem mais fácil levar a vida assim, sem essas necessidades amalucadas, esses desejos profundos que vem sei lá de onde por sei lá que motivo. Talvez tivesse uma vida social mais ativa, talvez conseguisse ir a churrascos de família e me divertir falando de coisas quaisquer. Talvez conseguisse conversar sobre carros com os outros sem que eles me olhem com uma cara de estranheza reservada aos malucos e aos ermitões.

Mas também, como este povo vive? Como não pode perceber quão genial é esta traquitana? Como não percebem que sua leveza, sua simplicidade, seu baixo centro de gravidade e seus balanços quase inexistentes? Como não percebem que isto deve ser infinitamente mais agradável na estrada certa e com o tempo certo do que esses enormes mastodontes que eles dirigem e acham geniais? Como podem viver uma vida inteira sem sentir uma máquina de verdade pulsar debaixo de seu controle? Como podem viver sem perceber que existe mais do que potência, que consumo, que silêncio de marcha? Como podem deixar de entender a INTELIGÊNCIA necessária para fazer algo como este triciclo? Como?

E mais: como pudemos criar legislações que pretendem em breve abolir este tipo de coisa? Como pudemos deixar que a GM morra logo agora que ela faz os melhores carros de sua história? Como pudemos acreditar que a culpa do trânsito parado é o excesso de carros, e não a falta de planejamento e investimento estatal? Como pudemos deixar o governo nos impedir de usar nossos carros por decreto? Tirar nossas carteiras de habilitação por andar a 70 km/h onde idiotas acham que se deve a andar a 40 km/h?

QUEM ANDA A 40 km/h???????

Por quê?

MAO

Faltando apenas uma etapa para o final do Campeonato Brasileiro FIA GT3 2008, a disputa segue entre os dois representantes da Ford com os até então quase invencíveis Ford GT: as duas equipes, uma a Medley/Mattheis Motorsport, da dupla Andreas Mattheis e Xandy Negrão, e outra a GT Racing, da dupla Ricardo Rosset e Walter Salles.

A equipe de Mattheis já correu de Lamborghini e de Viper, até chegar ao Ford GT, depois da demonstração de superioridade do carro nas mãos da equipe rival. Isso faz levantar uma questão técnica e, por que não dizer, de bom senso. Pelo regulamento, os carros devem passar por um nivelamento de performance para que o campeonato seja equilibrado entre todos os carros que competem.

Tal nivelamento é feito por uma empresa na Inglaterra, tomando como referência o 911, o carro com menor potência entre os participantes, e assim com uma combinação de adição de lastro, composto e medidas de pneus e adoção de restritores de admissão de ar, os carros deveriam ser equilibrados, mas não isto vem mostrando eficácia. No ano passado, os Gallardo eram os modelos disparados na frente, até que passaram por uma reavaliação e foram prejudicados, tanto que o número de participantes com Lambos diminuiu. Os F430 não andam de jeito nenhum junto com os GTs e os Vipers, e ficam disputando as posições finais com os Porsches 911, também sem desempenho aceitável.

Na metade do campeonato deste ano, os Viper tiveram uma liberação extra de potência e agora estão conseguindo acompanhar os GTs, mas ainda a diferença é visual. Como o GT é mais rápido de curva e pode entrar mais forte nas retas, os Ford passam por quaisquer carros de reta sem tomar conhecimento e, se não fosse por acidentes e quebras, teriam vencido todas as provas com boas chances de dobradinhas.

Ainda resta uma etapa em Interlagos, nos dias 29 e 30 de novembro, quando o campeonato será decidido, mas somente entre os pilotos, pois o título de marcas já é do Ford GT. De uma maneira ou de outra, temos um campeonato onde é possível torcer por um fabricante, por um modelo de carro, pois é um verdadeiro multimarcas, ainda que com os nivelamentos desnivelados.

A última etapa será transmitida ao vivo pelo site da RaceTV.



Os X Games, maior evento mundial dos esportes de ação, existe desde de 1993. O evento consistia basicamente de competições de Skate e BMX em suas diversas modalidades. Em 2002 a gasolina começou a fazer parte com as provas de MotoCross Freestyle, em 2007, os carros, estas máquinas maravilhosas, entraram no evento, e entraram em grande estilo.

Carros de Rally WRC, circuito misto de terra e asfalto em um grande estádio, e duas grandes estrelas:

- O golden boy Travis Pastrana, campeão americano de MotoCross 125 aos 14 anos de idade, o cara que levava os pais para competição, bem comportado, bem penteado e cheio de dinheiro e fama. A antítese dos rivais da Metal Mulisha, seus adversários no MotoCross Freestyle. Uma espécie de Kaká ainda mais precoce do esporte a motor.

- Colin McRae, campeão mundial de rali, nomeado pela rainha da Inglaterra "Member of the British Empire", o homem que fez a fama mundial dos carros azuis da Subaru, autor da frase que eu gostaria de ter escrito: “Na dúvida, acelere”. Conhecido nos Estados Unidos por conta do jogo de computador com o seu nome, um sucesso mundial de vendas.

Uma idéia brilhante e infalível para inserir automobilismo com um verniz de esporte radical nos Estados Unidos, atrair atenção dos jovens, da mídia e dos fãs do esporte a motor, uma abordagem completamente distinta da abordagem tradicional e redneck que normalmente acontece por aquelas terras.

No meu entender, um dos principais responsáveis por essa nova abordagem automobilista se chama Ken Block. Block é sócio-fundador da DC Shoes, uma das maiores fábricas de tênis para esportes radicais no mundo. De uma pequena fábrica de tênis esportivos a empresa se tornou um império multimilionário e seu dono começou a brincar de carrinho. A DC Shoes era um dos principais patrocinadores de Travis Pastrana e a proximidade com Block fez com que o motociclista experimentasse as 4 rodas. Pastrana foi imediatamente infectado pelo vírus que a gente conhece e o rali americano ganhou o mais perfeito embaixador que poderia existir.

Em 2008, O traçado do rali nos X Games contava com um salto duplo, nos moldes dos duplos de MotoCross. Uma máquina de destruir monobloco de carro, mas que para o show foi perfeito. Mais uma lenda dos esportes de ação estreou nos carros, Dave Mirra, o Pelé das bicicletas aro 20 e também patrocinado pela empresa de Block.

Assim vai se construindo um posicionamento novo de automobilismo.
Corrida de carro é esporte radical.