google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Faltando apenas uma etapa para o final do Campeonato Brasileiro FIA GT3 2008, a disputa segue entre os dois representantes da Ford com os até então quase invencíveis Ford GT: as duas equipes, uma a Medley/Mattheis Motorsport, da dupla Andreas Mattheis e Xandy Negrão, e outra a GT Racing, da dupla Ricardo Rosset e Walter Salles.

A equipe de Mattheis já correu de Lamborghini e de Viper, até chegar ao Ford GT, depois da demonstração de superioridade do carro nas mãos da equipe rival. Isso faz levantar uma questão técnica e, por que não dizer, de bom senso. Pelo regulamento, os carros devem passar por um nivelamento de performance para que o campeonato seja equilibrado entre todos os carros que competem.

Tal nivelamento é feito por uma empresa na Inglaterra, tomando como referência o 911, o carro com menor potência entre os participantes, e assim com uma combinação de adição de lastro, composto e medidas de pneus e adoção de restritores de admissão de ar, os carros deveriam ser equilibrados, mas não isto vem mostrando eficácia. No ano passado, os Gallardo eram os modelos disparados na frente, até que passaram por uma reavaliação e foram prejudicados, tanto que o número de participantes com Lambos diminuiu. Os F430 não andam de jeito nenhum junto com os GTs e os Vipers, e ficam disputando as posições finais com os Porsches 911, também sem desempenho aceitável.

Na metade do campeonato deste ano, os Viper tiveram uma liberação extra de potência e agora estão conseguindo acompanhar os GTs, mas ainda a diferença é visual. Como o GT é mais rápido de curva e pode entrar mais forte nas retas, os Ford passam por quaisquer carros de reta sem tomar conhecimento e, se não fosse por acidentes e quebras, teriam vencido todas as provas com boas chances de dobradinhas.

Ainda resta uma etapa em Interlagos, nos dias 29 e 30 de novembro, quando o campeonato será decidido, mas somente entre os pilotos, pois o título de marcas já é do Ford GT. De uma maneira ou de outra, temos um campeonato onde é possível torcer por um fabricante, por um modelo de carro, pois é um verdadeiro multimarcas, ainda que com os nivelamentos desnivelados.

A última etapa será transmitida ao vivo pelo site da RaceTV.



Os X Games, maior evento mundial dos esportes de ação, existe desde de 1993. O evento consistia basicamente de competições de Skate e BMX em suas diversas modalidades. Em 2002 a gasolina começou a fazer parte com as provas de MotoCross Freestyle, em 2007, os carros, estas máquinas maravilhosas, entraram no evento, e entraram em grande estilo.

Carros de Rally WRC, circuito misto de terra e asfalto em um grande estádio, e duas grandes estrelas:

- O golden boy Travis Pastrana, campeão americano de MotoCross 125 aos 14 anos de idade, o cara que levava os pais para competição, bem comportado, bem penteado e cheio de dinheiro e fama. A antítese dos rivais da Metal Mulisha, seus adversários no MotoCross Freestyle. Uma espécie de Kaká ainda mais precoce do esporte a motor.

- Colin McRae, campeão mundial de rali, nomeado pela rainha da Inglaterra "Member of the British Empire", o homem que fez a fama mundial dos carros azuis da Subaru, autor da frase que eu gostaria de ter escrito: “Na dúvida, acelere”. Conhecido nos Estados Unidos por conta do jogo de computador com o seu nome, um sucesso mundial de vendas.

Uma idéia brilhante e infalível para inserir automobilismo com um verniz de esporte radical nos Estados Unidos, atrair atenção dos jovens, da mídia e dos fãs do esporte a motor, uma abordagem completamente distinta da abordagem tradicional e redneck que normalmente acontece por aquelas terras.

No meu entender, um dos principais responsáveis por essa nova abordagem automobilista se chama Ken Block. Block é sócio-fundador da DC Shoes, uma das maiores fábricas de tênis para esportes radicais no mundo. De uma pequena fábrica de tênis esportivos a empresa se tornou um império multimilionário e seu dono começou a brincar de carrinho. A DC Shoes era um dos principais patrocinadores de Travis Pastrana e a proximidade com Block fez com que o motociclista experimentasse as 4 rodas. Pastrana foi imediatamente infectado pelo vírus que a gente conhece e o rali americano ganhou o mais perfeito embaixador que poderia existir.

Em 2008, O traçado do rali nos X Games contava com um salto duplo, nos moldes dos duplos de MotoCross. Uma máquina de destruir monobloco de carro, mas que para o show foi perfeito. Mais uma lenda dos esportes de ação estreou nos carros, Dave Mirra, o Pelé das bicicletas aro 20 e também patrocinado pela empresa de Block.

Assim vai se construindo um posicionamento novo de automobilismo.
Corrida de carro é esporte radical.

Mais um modelo da Bentley foi apresentado recentemente, agora na versão conversível, o Azure T. Sim, o T é de Turbo. Não apenas um, mas dois turbos. Equipado com o mesmo motor 6 ¾ litros do Arnage e do Brooklands, com 500hp e torque suficiente para arrastar a Inglaterra mais para longe do continente europeu, o Azure T é capaz de acelerar até os 100 km/h em cinco segundos e atingir 290 km/h.

O carro pesa quase o mesmo que o porta-aviões Minas Gerais, mas ainda assim a Bentley anuncia o novo sistema de freios como "uma versão lightweight do sistema convencional" para reduzir a inércia e aprimorar o desempenho (!). São os maiores discos de freios instalados em carros de produção do mercado, com pinças de oito pistões que podem ser instalados em um Airbus A380 em caso de falta de componentes no ramo aeronáutico.

Alguns detalhes da bela carroceria diferenciam o novo modelo do tradicional Azure, como as saídas de ar laterais e detalhes na grade dianteira. O teto pode ser recolhido automaticamente em questão de 25 segundos, deixando assim à mostra o interior refinado do carro. Tudo é forrado de couro, madeira e alumínio, para ressaltar a esportividade do Azure T. Ah sim, existe um botão Sport no painel, sabe-se lá para que.

O preço? Algo em torno de 250 mil libras esterlinas, muito condizente com o resto do carro e com o pensamento de quem o fabricou. Você pode pagar? Não, mas não ligamos, assim como o consumo (estimado de 6 km/l), o aquecimento global e a busca por carros ecologicamente corretos. Mais uma demonstração do desnecessário e exagerado, para quê serve uma coisa destas? Eu não sei, mas eu quero um.

Gosto de descobrir coisas diferentes, e numa navegada sem rumo pela internet dei de cara com esse motor. Não é coisa nova, a primeira unidade ficou pronta em 1950. Mas pra quem está acostumado com motores em linha, em "V" ou boxer, ou no máximo um radial de avião, esse aí chama a atenção. É o Napier Deltic, um diesel dois-tempos com um arranjo incomum, que nasceu como uma alternativa a motores a gasolina para barcos de patrulha da Royal Navy, já que a gasolina é altamente inflamável.

Motores a diesel apresentavam uma relação peso-potência baixa, e o caminho seguido foi em cima de um motor em que a Napier já tinha trabalhado, para uso em aviões, o Napier Culverin, versão licenciada do Junkers Jumo 204 (tem um desse no Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro), que usava esse arranjo de dois pistões num mesmo cilindro, comprimindo a mistura entre eles e dispensando um pesado cabeçote. Como ficava 'chatinho', era interessante para uso dentro de uma asa de avião grande, por exemplo.

O Deltic nada mais é do que três Culverin juntos, formando um triângulo. Ficou conhecido pela boa relação peso-potência: pesava aproximadamente um quinto dos motores de potência similar da época. Foi usado em várias embarcações pequenas, em vários países, e até em locomotivas. Exótico, não ?