google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): X-19
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A grande movimentação no mercado pelo tão aguardado Chevrolet Volt, prometido para  o final do ano, me fez lembrar de uma curiosa coincidência. O Volt é um veículo elétrico de autonomia estendida, ou seja, utiliza um motor a combustão para mover um gerador elétrico que produz energia para a bateria quando esta desce a 30% da sua capacidade. Não é nem híbrido paralelo, que anda só com um dos dois motores ou com eles juntos, como o Toyota Prius, nem híbrido em série, em que o motor elétrico é alimentado por gerador movido por um motor de combustão, como nas locomotivas diesel-elétricas..
A ideia do Volt é que ele se movimente apenas com o uso de eletricidade, sendo esta energia armazenada em uma bateria. O motor-gerador entram em funcionamento automaticamente somente a quando a carga da bateria cai muito. O combustível líquido utilizado apenas move um pequeno motor a combustão de 1 litro e três cilindros, assim o consumo é muito baixo. Muito interessante, não?
Curiosamente, esta ideia de um Chevrolet de autonomia estendida não é muita novidade por aqui. Em 2006, a FEI (Fundação Educacional Inaciana, de São Bernardo do Campo, SP) apresentou um estudo no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo que seria o "Volt brasileiro", e a coincidência citada acima é que ele foi feito com base em um Chevrolet.
Um Chevrolet Astra duas portas foi cedido pela GM para o projeto, no qual a proposta foi criar um veículo com motorização elétrica utilizando o máximo possível de componentes de mercado, mostrando assim não ser nada de outro mundo a tecnologia do "carro elétrico".
O motor elétrico de aproximadamente 30 cv, assim como o inversor de frequência (uma espécie de controlador do motor elétrico, que converte a energia das baterias de corrente contínua para corrente alternada e eleva a tensão), foram selecionados do catálogo da Siemens de acordo com a necessidade. Baterias automobilísticas comuns, de ácido-chumbo, 25 no total, foram utilizadas para serem o estoque de energia do carro.
Por conta de simplificações na montagem e aproveitar melhor o que se tinha em mãos, o motor elétrico foi acoplado ao transeixo de cinco marchas original do Astra, e o inversor de frequência foi programado para que o motor tivesse uma queda de rotação semelhante a de um motor a combustão convencional nas trocas de marcha. O torque de um motor elétrico não segue o mesmo padrão de um motor a combustão, sendo assim o carro pode sair da inércia até em quinta marcha. A suspensão foi reforçada para lidar com o peso extra das baterias e do inversor, bem como o sistema de freios.
Com isso, o Astra, agora chamado de FEI X-19, já poderia se mover em um completo silêncio, apenas ao baixo ruído do motor elétrico e dos pneus rolando pelo asfalto. As baterias podem ser recarregadas ligadas em uma tomada convencional de 110 V, por um período de oito horas. Mas, assim como o Volt, o X-19 possui um pequeno gerador acionado por motor a gasolina, instalado no cofre do motor, que quando ligado alimenta as baterias e estende a autonomia do veículo.
Para destoar de um Astra comum, a linha de cintura da carroceria foi elevada, as maçanetas retiradas, a grade frontal eliminada, utilizaram-se os faróis do Vectra e um teto de vidro foi fabricado especialmente para o projeto.
Andar com o carro é uma experiência bem diferente, pois não há barulho de motor e a sensação do carro sair da inércia ao pisar no acelerador sem um ruído é algo a que não estamos acostumados. Na pista de testes da TRW em Limeira, interior de São Paulo, com apenas 1.800 metros de reta, o carro chegou a ótimos 165 km/h. A autonomia é baixa se comparada a veículos elétricos comercializados, pois os componentes não são específicos para este uso. É possível andar com o carro por aproximadamente uma hora sem o uso do gerador em velocidades baixas e intermediárias.
Foi uma grande felicidade ver o carro andar pela primeira vez, construído com componentes "comuns" e com pouco tempo disponível para acertar todos os detalhes, mas ele está aí, e diga-se de passagem, antes do irmão americano.
MB
(Atualizado às 17h50)