google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


O leitor vai logo entender o porquê do título.

Essa foto foi feita na Av. Ceci, uma reta que vai da Av. Jabaquara à Av. Moreira Guimarães/"Viaduto 11 de Junho", no bairro Planalto Paulista, em São Paulo. É paralela à Av. Indianópolis, sendo uma via conhecida, alternativa a esta e à Av. dos Bandeirantes. Uma via calma, de limite 50 km/h, mas bastante utilizada por muitos, eu inclusive, há anos. Como sexta passada à noite

Ao me aproximar do "Viaduto 11 de Junho", faltando uma quadra, não pude seguir em frente. A princípio imaginei tratar-se de algo temporário, desses fechamentos de vias por qualquer motivo, freqüentes em São Paulo, mas, não, era definitivo. Como conheço a região, dobrei à esquerda na Al. dos Guaiases para reencontrar o caminho de casa, sem maiores problemas. Sábado de manhã fui lá observar melhor a "obra dos cérebros" da CET e aproveitei para fazer as fotos deste post.

De fato, alteração definitiva, o motivo é que foge à mais elementar compreensão.

Faixa colocada pela CET na Av. Ceci para avisar a alteração


Fotos: Comissão de classificação nacional e arquivo pessoal
1975: Linha Ford, numa única fábrica diversos e diferentes modelos para todas as aplicações

Quando escrevo um texto procuro fugir daquele linguajar comum onde invariavelmente usamos as expressões “debaixo do capô”, “cara de mau” e “invocado”. Ainda mais quando estamos nos referindo a automóveis nacionais, acredito que é preciso contar tanto a história desses automóveis que povoaram nossas ruas e habitaram nossas garagens que acabo por humanizar os veículos, tudo bem sei que isso nos faz cair em um novo chavão, mas acho melhor humanizar tentando fugir das expressões já exploradas.
Perdoem-me, amigos leitores, pelo “nariz de cera” (nome dado ao parágrafo de abertura que foge do assunto), mas é que um dos motivos do interesse em contar as peculiaridades dos automóveis nacionais fora de um contexto social, político e de uso está intimamente relacionado à falta de cultura do povo em estudar nossa própria história, daí meu apoio total e incondicional à classificação dos veículos antigos brasileiros.
Comparar carros diferentes de épocas distintas tendo em comum apenas a nacionalidade é uma tarefa complicada, para não dizer impossível, mas essa é a atual realidade existente em eventos de veículos antigos. Enquanto, nos principais encontros do país os avaliadores de carros importados seguem – ou deveriam seguir – as definições mundiais estabelecidas pela FIVA (Fédération Internationale des Vehicules Anciens) – Federação Internacional de Veículos Antigos.
Logotipo da instituição internacional que defende os interesses de colecionadores do mundo inteiro.

DEFINIÇÃO EUROPÉIA

DEFINIÇÃO NORTE-AMERICANA
PERÍODO
NOME
PERÍODO
NOME
Até 1907
ANTIGOS
ATÉ 1905
ANTIGOS
1908 - 1918
EDUARDINO
1905 – 1918
ERA DO BRONZE
1919 – 1930
VINTAGE
1919 – 1930
VINTAGE
1931 – 1945
POS-VINTAGE
1931 – 1945
PRÉ – GUERRA
1945 – 1960
CONTEMPORÂNEOS
1946 – 1960
PÓS – GUERRA



O Arnaldo Keller nos mostrou pouco mais de um ano atrás uma volta rápida com um Mustang Boss em São Paulo e agora tive a chance de experimentar esse ótimo Ford em sua terra de origem.
 
Havíamos publicado há alguns dias texto sobre o Challenger do meu amigo Fábio e ficou mais uma vez muito claro, pelos comentários dos leitores, que carros de verdade têm muitos adeptos no AUTOentusiastas. Pena que a maioria dos compradores de carros não seja assim, preferindo enfeites móveis a carros que sejam bons de dirigir e de olhar.


Para completar o pacote do que pude experimentar nas minhas férias, embarquei num pony car novo, moderno, da única marca que nunca os deixou de produzir, em que pese a escorregada da época da primeira crise do petróleo, quando foi infantilizado justamente por uma casa de estilo da melhor categoria, a italiana Ghia, algo inexplicável a meu ver. Basta ver a foto abaixo para entender o que a Ford fez com o Mustang de 1974 a 1978. Pelas golas da camisa do rapaz e da blusa da moça na foto dá para notar que essa não foi uma fase muito feliz do desenho de moda também, não apenas de carros.
Em 1978, nada emocionante (themustangsource.com)




Pergunta fácil: o que se pode esperar de um ministro da Educação que autorizou livro escolar de Português ensinando a escrever e a falar errado, tipo "nós pega o peixe", justificando ser a maneira de o povo falar (?), que uma vez eleito prefeito de uma cidade do tamanho de São Paulo (por eleitores irresponsáveis e/ou alienados, bem-entendido) e se mete a querer mexer no trânsito? Não poderia dar certo, como não deu. Foi o caso recente da implementação de faixas exclusivas de ônibus nas principais artérias da cidade, como as marginais e eixo Norte-Sul. Eu disse principais artérias? Errei. A foto acima é de uma rua no bairro de Moema – mas que se chama Viaduto 11 de Junho.

Mas, peraí, viaduto não é uma construção viária destinada ao tráfego de veículos e pedestres que se caracteriza por passar sobre outra via como, por exemplo, o Viaduto do Chá? Foi assim que eu aprendi. Como é que uma rua pode ser viaduto? Por aí se vê que noção viária dos paulistas é um tanto quanto torta. As valetas que o digam. Mas, deixa pra lá, o assunto agora é outro.

A alienação de Fernando Haddad – houve outras, como a da Controlar, comento adiante – chegou ao ponto de ele autorizar a Secretaria Municipal de Transportes, pelo Departamento de Operação do Sistema Viário e por sua-alguma-coisa CET mandar colocar faixa exclusiva de ônibus numa rua – opa, viaduto – de duas faixas de rolamento. Se eu não tivesse feito as fotos o leitor teria todo o direito de me chamar de mentiroso.

Esse "viaduto", para o leitor que conhece São Paulo e para informar quem não, é uma via paralela à Av. Moreira Guimarães, em ambos os sentidos. Pois nem essas singelas ruas escaparam, tacaram-lhe uma faixa exclusiva. E fez-se a confusão onde nunca houve.