google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Primeiro XK120 do Clark Gable, um de 1949, todo em alumínio. Mesma cor do meu 1952

E assim, seguindo sobre minhas aventuras juvenis com o Jaguar XK120 iniciada no post anterior, naquela manhã de 1972 me mandei com meu XK da oficina do japonês e toquei para casa, ainda não acreditando que tinha um carro. E que carro!

Porém, antes, se o caro leitor permitir, creio que seria bom contar um pouco da história do XK, já que certas personagens merecem apresentação. Serei breve, mas antes do antes, já que estamos aqui para contar histórias, e falando sobre quem merece as devidas apresentações, me recordei de uma tarde de quarta-feira em que o Luiz Pereira Bueno e eu fomos a Interlagos para guiar um BMW Glas e um Porsche 356 para uma matéria de uma revista.

O Roberto Manzini, dono de uma ótima escola de pilotagem, nos cedera a pista em seu horário de aulas práticas para que pudéssemos guiar os carros e tirar umas fotos. Bom, quando o Luizinho e eu chegamos ao box em que estavam os alunos, o Roberto parou tudo e correu para abraçar seu ídolo. Virou-se e, com aquela pinta e vozeirão de gladiador romano, fez a devida apresentação do Luiz à moçada. Disse que aquele sujeito ali – que aos olhos dos alunos não passava de um coroa baixinho, barrigudinho e um tanto calvo – era o melhor piloto brasileiro de todos os tempos, que era o único a quem pedira autógrafo, e passou a contar alguns dos feitos do modesto e calado Luizinho.

Parece carro japonês, mas veja o cavalinho na grade

Com a maioria dos carros que abusaram das linhas de caráter angulosas, esse Ferrari 308 GT Rainbow poderia fazer sucesso na década de 1980, alguns anos à frente de quando foi apresentado, 1976. Veio um pouco antes da hora, portanto. O Rainbow foi mostrado quando a Ferrari estava prestes a encerrar produção do Dino, lançado em 1968, um carro de linhas curvilíneas que se tornou um dos verdadeiros clássicos da história, tanto da Ferrari quanto da indústria como um todo.

Ao olharmos para o Rainbow (arco-íris), um outro carro  vem à memória imediatamente, e não sem motivo. O Fiat X1/9, também um desenho do Studio Bertone, lançado em 1972, sob o comando do mesmo estilista-chefe, o lendário Marcello Gandini.

Com para-choques de especificação americana. Terrível

Foto: Paulo Keller



A pedido de alguns leitores, conto minha história com um amigo de infância, o Jaguar XK120.

Naquele começo de noite a temperatura estava amena; nem calor nem frio. Era um domingo de 1972, portanto, 40 anos atrás, e a Honda 750 Four do meu tio estava passando uns dias em casa. Volta e meia ele a deixava lá, casa de sua irmã, para que seus sobrinhos passeassem com a moto. Só passear, sem acelerar, sem enrolar o cabo. “— Claro, tio! louco acelerar essa moto! Dá medo!”.

Eu tinha meus 16 anos, meu irmão é um pouco mais velho, e nenhum dos dois tinha medo de coisa nenhuma.

Pois nessa noite a morena Vi passara em casa à procura do meu irmão e para a minha sorte ele não estava e eu sim. Meus olhos de 16 anos latejaram diante dos tremendos “pulmões” da Vi, dois volumes redondos e macios só separados do mundo por uma leve camiseta branca de algodão. O cavalheirismo me obrigou a convidá-la para um passeio de moto. Uma moça não poderia vir à casa dos Keller e sair desapontada. Um dos dois teria que atender.



Era 16 de junho de 2007. Há muito que eu fazia questão de assistir a "Subida de Montanha Internacional de Autos Clássicos e Esporte", organizada pelo Eduardo Pessoa de Melo através do Auto Union DKW Club do Brasil. Valia a pena acordar com as galinhas para encontrar velhos amigos e ver (e rever) automóveis antigos diversos, dos mais singelos aos mais sofisticados e exclusivos.

No caso, o evento se encontrava em sua 27ª edição e naquela época eu ainda escrevia para a saudosa revista Oficina Mecânica, editada pelo amigo Josias Silveira e pelo seu filho Guilherme (o Badu). Tudo funcionava em cima da hora: eu ligava para o Badu de madrugada e avisava " indo pro Pico do Jaraguá, quer umas fotos?".

O Badu, como bom amigo e com o orçamento da revista sempre apertado, sempre dava um jeito de encaixar o evento na revista, com um textinho que eu mandava junto com as fotos. Naquele dia, todo mundo só tinha olhos para o Maverick branco do Batistinha (que havia acabado de estabelecer o novo recorde de 2m33,17s), o malvado Dodge Charger R/T do Emílio Lozada ou o Opel GT do Rubens Duailibi.