google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Bonneville (foto: Mario Torino)

Fazia tempo que eu não tinha aquela sensação. Fazia tempo que não soltava uns gritos Urraah!, de satisfação e prazer pleno. O imediato entendimento que tive com a Bonneville – ela se portando deliciosamente logo nas primeiras curvas, se antecipando aos meus desejos, deitando e levantando exatamente como eu queria, me passando informações exatas sobre a aderência dos pneus, apoiando-se um pouco mais na frente, um pouco mais atrás, tendendo inicialmente a resistir à deitada e, em seguida, conforme eu a forçava mais um pouquinho para que deitasse, deitando para valer como que chupada para dentro da curva e a fazendo bem deitada e agarrada – foi suficiente para que logo de cara me apaixonasse.

E lá fui eu, minhas botinas raspando no asfalto, ora uma, ora outra, a moto acelerando gostoso nas saídas de curva, o motor despejando com suavidade boa potência, até que ao fim da curta reta já estávamos a uns 140 ou 150 km/h e ela se mantinha perfeitamente estável. E assim íamos, até que, inesperadamente, ouço aqueles tais gritos de satisfação ecoando dentro do capacete. Boa moto! Companheirona. Passamos bons momentos juntos.

Coisas assim raramente acontecem. Parecia que eu montava o meu finado Gualixo, o melhor cavalo do mundo, ao menos para mim, um cavalo inteligente que só ele e rápido e brioso que só ele, que fazia tudo certo, que me obedecia tudo certo e, caso não me obedecesse é porque era ele quem estava com a razão e seria melhor irmos na dele. Parecia que eu surfava um mar dos bons com a minha Tom Parrish havaiana, a prancha que sabe tudo de tubo e se agarra com naturalidade em paredes escabrosas. Parecia que eu guiava o Ferrari 308 GTS, quando o peguei em Interlagos, um dos carros de melhor handling que já me caiu nas mãos.


Há pouco mais de um ano, escrevi para o AE o post “SEGURANÇA A FÓRCEPS”, questionando a iniciativa do governo de, com uma canetada, “resolver” a questão de segurança dos automóveis vendidos no Brasil obrigando que estes sejam equipados com bolsas infláveis e freios ABS (antitravamento) a partir de 1º de janeiro de 2014.

Os maiores de 40 anos devem se lembrar da motonetinha Confuso, do desenho "Carangos e Motocas", que sempre terminava os episódios com o bordão “mas eu te disse, eu te disse”. Pois é, em 19 de julho de 2011 o AE alertou para a possibilidade de algum ou de vários fabricantes colocarem os itens de segurança obrigatórios a partir de 2014 apenas para cumprir a legislação, sem que, contudo, isto representasse um real avanço na segurança passiva do veículo. Mas a legislação, que apenas fala dos itens de segurança, estaria atendida.
Fotos: Conceptcarz.com  e Supercars.net

Um carro exclusivo e com origem intelectual de alto padrão

Muitos supercarros são apenas concentrados de alto desempenho, já que esta é a principal característica para um carro ser assim classificado. Projetos muitas vezes bem feitos podem não ter nada que os tornem exclusivos, exceto pelo estilo externo e do interior. Podem nem mesmo ter uma origem interessante, quer sejam feitos nos Estados Unidos, na Malásia ou no Turcomenistão. Independente de estilo ou mecânica, buscam extremos, e muitos detalhes são cópias de outros, ou pelo menos usados como referência de escolha ou descarte de soluções.  Quase todos carros são feitos assim, inclusive os muito caros e exclusivos.


Foto: assomaritatiaia.blogspot.com
 


A foto é do retão de Resende, trecho da BR-116 rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo. Indiscutivelmente o trecho mais lindo da estrada, um deleite para os olhos, algo extremamente bucólico, uma espécie de ponto da rodovia que se pode chamar de relaxante.

Pois anteontem, voltando do Rio com o novo Renault Clio por motivo do mau tempo que abria e fechava o aeroporto Santos-Dumont, ao chegar nesse trecho tive um choque: AS ÁRVORES NÃO EXISTEM MAIS!!! As árvores que vi pela primeira vez no dia 24 de novembro de 1956, com 14 anos, ao viajar com meu irmão, um primo e um amigo para assistirmos à primeira Mil Milhas Brasileiras, e que vi até janeiro de 2009, última vez que fui ao Rio de carro, não estão mais lá.

Sem as árvores (foto achada na internet, article.wn.com)

Alguma mente criminosa, burra, imbecil, idiota, mandou derrubá-las, todas. O trecho ficou árido, parece um deserto, horroroso.

Leia mais a respeito neste blog. Pelo que é dito, houve conivência do Ibama, é inacreditável.

Hoje eu quis publicar só para extravasar minha indignação e compartilhá-la com os leitores do AE. Nos próximos dias vou argüir a concessionária Nova Dutra a respeito e, dependendo do que disserem, iniciar uma Ação Civil Pública contra esse verdadeiro crime.

Ainda  bem que achei a foto de abertura procurando no Google.

BS