google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Nos anos 1970, estava em moda na indústria automobilística o conceito de “carro mundial”. Era um conceito perseguido por todos os fabricantes naqueles tempos de primórdios da globalização.

A idéia do carro mundial era ter um mesmo modelo sendo vendido em vários países, de forma que cada um deles fabricasse um “pedaço” do carro e assim aproveitar a economia de escala para diminuir os custos de fabricação. Por exemplo, se um mesmo carro fosse vendido em cinco regiões do mundo (América do Norte, Japão, Europa, América do Sul e Austrália), sairia mais barato ter apenas uma fábrica que produzisse motores para todas as regiões do que ter uma fábrica de motores em cada região. E o mesmo ocorrendo com transmissões, suspensões etc.

A primeira tentativa da GM de ter seu carro mundial foi o projeto T, que aqui no Brasil ficou conhecido como Chevette. Na Alemanha, era o Opel Kadett C, na Inglaterra, Vauxhall Chevette, na Argentina, Opel K180, na Austrália, Holden Gemini, nos EUA houve três versões: Chevrolet Chevette, Pontiac T1000 e Isuzu I-Mark. Uma curiosidade é que o primeiro T-Car a ser lançado foi o nosso Chevette, em março de 1973.


Fotos: autor


Como visto em post de 22 de julho último, a Fiat lançou a linha Punto 2013. Agora é hora de ver como é o novo Punto T-Jet no dia a dia.

Seria redundante repetir que este Fiat, com seu motor turbo de 1.368 cm³, seduz. Mesmo pesando 33 kg mais que o anterior, chegando agora a 1.263 kg, o brilho continua o mesmo. Aliás, o 0-100 kmh está 0,1 s melhor, 8,3 s agora, mesmo sem mudança no motor, que continua de 152 cv a 5.500 rpm e 21,1 m·kgf de 2.250 a 4.500 rpm. A velocidade máxima é de 203 km/h.

Note como a curva de torque (vermelho) "decola" a cerca de 1.800 rpm, percebe-se isso ao dirigir o Punto T-Jet

Lexus LS 400, o modelo de estréia nos Estados Unidos

Poucos dias atrás andei com o Lexus IS 300 cedido ao AUTOentusiastas, do qual o Bob falou bastante, e me ocorreu falar um pouco sobre esta marca pouco conhecida no Brasil.

O primeiro relato local que ouvi de um carro da marca Lexus foi em 1993, há quase vinte anos, portanto pouco depois da reabertura às importações de automóveis no Brasil. A Toyota fabricava aqui somente o utilitário Bandeirantes e tratava de se organizar para trazer Corolla, Camry, entre outros, assim como seus veículos de luxo Lexus.

Na época, no interior de São Paulo, eu conhecera um bem-sucedido concessionário das marcas Volkswagen e Ford, tanto automóveis quanto caminhões, que nos contava, entusiasmado, “esse japonês tem o V-8 mais silencioso e sem vibrações que conheci, você põe um copo com água sobre o motor e ela não se mexe, um Mercedes pela metade do preço!”, exagerava.  Falar a respeito desse concessionário será importante aqui por outro motivo: conhecê-lo marcou minha primeira experiência com pessoas que se diferenciavam nos negócios de vendas de veículos através dos relacionamentos. 

Antes ele tivera uma concessionária Chrysler e se destacou vendendo os seus automóveis e caminhões a clientes que conhecia como ninguém, seus gostos, sua vida, muitos deles encontrava frequentemente no clube de campo e confiavam tanto nele que até compravam Chrysler sem pestanejar! Longe de terem sido uma marca de produtos competitivos, caminhões menos ainda, ele compensava certas deficiências, ou qualidade errática dos produtos, no atendimento, no pós-venda, enfim, podíamos tomar todo este espaço para falar dele e o pouco que sei de sua trajetória, não é nosso objetivo. 

Em curtas palavras, o CRM (Customer Relationship Management, gerenciamento do relacionamento com clientes) parece que teve algumas de suas raízes automobilísticas com ele.
Brinquedo grande,  grande brinquedo! (uniquecarsandparts.com.au)

Já faz dois anos que esse carro é legalmente importável. Duvido, porém, que alguém queira trazer um para o Brasil. Não é apenas algo estranho, um pequeno hatchback com motor central. Ganhou a primeira prova do campeonato mundial de rali em que participou, o Monte Carlo de 1981, simplesmente. Estamos falando de um carro de alto gabarito, feito por uma empresa que havia sido a pioneira na Fórmula 1 da era turbo, com uma equipe de fábrica e motores próprios que ganharam quinze corridas durante a participação iniciada em 1977 e finalizada em 1985.

Em 1979, o modelo RS10 havia entrado para a história como o primeiro carro com turbocompressor a vencer uma prova de Fórmula 1. Todas as outras equipes e fábricas correram atrás da Renault, que já havia colocado no mercado também o R18 Turbo, um sedã médio de  desempenho acima do padrão da categoria e consumos muito baixo. Não era mais possível ganhar corridas sem um motor com turbocompressor. A marca estava no auge da imagem de alta tecnologia.

Criado dentro da Renault Sport, o R5 Turbo foi um pé no chão dentro de um mundo inatingível para a maioria dos mortais, o dos turbos de competição. Era um carro para ser vendido ao público, depois dos sucessos da Fórmula 1 e do projeto em andamento de um carro para Le Mans. Um demonstrador de tecnologia que poderia ser comprado, porém muito mais caro que um simples 5, um carro pacato.

Poucos R5 Turbo foram fabricados, apenas 3.576 em quatro anos. Encontrar um em ótimo estado é missão complexa. Mas pior ainda deve ser tirá-lo do dono, que, medindo-se pelo nível de anormalidade do veículo, deve ser alguém nada normal.

E sem dúvida vai valer cada segundo depois que ele estiver com você.