google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Um cara, quarentão, ralando muito no trabalho, totalmente estressado, e de tanto estresse, ficando meio gordinho, com os cabelos caindo e constantes dores nas costas. E antes que sejam maldosos, todo o resto funcionando muito bem! Aí surge uma viagem a trabalho para a Califórnia. Para um trabalho empolgante, mas puxado. Mas esse cara tem sorte; o trabalho acabaria na sexta-feira e o vôo de volta, só no domingo. 

Ao fazer o check-in pela internet apareceu um código de desconto para aluguel de carros na Avis. Sábado livre e desconto no aluguel. Corri para o site da Avis e procurei o Challenger. Isso porque durante férias anteriores já aluguei um Camaro e alguns Mustangs. Naturalmente faltava o Challenger para que eu pudesse ratificar minha preferência (emocional) pelo Mustang. 

O Challenger teve que esperar!

fotos: topspeed.com e Ferrari




Estava eu domingo passado na maravilhosa garagem de um amigo, admirando seus incríveis carros, quando ele mencionou casualmente que podíamos dar uma volta no Ferrari Mondial 8 dele. Imediatamente me lembrei do que escrevi há algum tempo aqui no blog, quando fiz uma lista dos 10 melhores Ferrari de todos os tempos:

...é fato que nunca foi criado um Ferrari menos do que sensacional, nunca, em tempo algum.”

Era uma oportunidade única de morder a língua. Aquele Mondial 8 de 1982, recém-importado dos EUA pelo meu amigo, é um carro muito raro aqui no Brasil, porque foi fabricado na época da proibição das importações, e portanto só pode aparecer agora que tem mais de 30 anos de idade, importado como carro de coleção e valor histórico. Mas é também simplesmente o menos amado Ferrari de todos os tempos. Um 2+2 baseado no 308 GTB, lançado na fase talvez mais baixa de desempenho da marca, o Mondial é um dos Ferrari mais baratos no mercado de usados hoje, e o menos venerado pela imprensa quando era um carro zero-km. Se nenhum Ferrari é menos que sensacional, este carro provaria o ponto, para um lado ou para o outro...

Mas antes de contar como foi este breve mas esclarecedor passeio, um pouco de história se faz necessária, para colocar as coisas em perspectiva.
Fotos: autor


Um carro de contrastes. Tem características ótimas, admiráveis, e também tem características ruins que a Volkswagen facilmente evitaria, caso desejasse. Vamos às ruins:

A direção assistida hidráulica do Voyage 1,6 Trend 2013, que é parte do pacote I-Trend, é leve demais. Na cidade, tudo bem, mas na estrada chega a ser chata de tão leve. É rápida demais, arisca, incomoda. Não acho bom, por razões de segurança, que seja tão rápida. Isso, aliado à extrema leveza da direção, torna a viagem menos relaxante do que poderia ser. São três voltas entre batentes (quatro, se não tivesse assistência), mas esse número de voltas sozinho não define a resposta da direção aos nossos movimentos iniciais e sim a geometria de direção e suspensão.

Sem ajuste de altura e distância, volante é muito alto


Foto: Nelson Antoine/Foto Arena/Agência Estado



Depois de enaltecer o trabalho do inspetor da Polícia Rodoviária Federal José William no post de 20 de junho, o de, admiravelmente, expor antigos veículos da corporação defronte do posto policial nas imediações de Uberaba, MG, o que aconteceu hoje – a PRF interromper o trânsito rodoviário em três estados e no Distrito Federal – jogou por terra toda a admiração que eu tinha por essa organização policial.

Não só jogou por terra como teve o efeito de revoltar, justamente quem deveria assegurar a maior mobilidade do cidadão interromper o fluxo de rodovias a título de "manifestação" reivindicatória, provocando engarrafamentos colossais.

Me senti um palhaço,  e tenho certeza de não ser o único, por uma fração do que pago em impostos de toda ordem servir para pagar esse tipo de gente que provou hoje não ter a menor noção do dever, não ter caráter.

Greve é um direito, o de cruzar os braços, parar de trabalhar, mas jamais prejudicar o mais elementar direito, o de ir e vir, de se circular livremente no país.

Os prejuízos causados por esse ato inominável, coisa de moleque (na acepção usada no Rio de Janeiro, a de indivíduo sem integridade, capaz de procedimentos e sentimentos vis, canalha) são incalculáveis. Dezenas de milhares de pessoas foram prejudicadas, talvez tenha havido até mortes por impossibilidade de deslocamento de ambulâncias, vá-se saber.

Duvido que esses maus brasileiros tivessem peito para fazer o que fizeram entre abril de 1964 e janeiro de 1985. Queria só ver!

Mais uma vez: democracia significa poder do povo (do grego demos, povo + cratos, poder) por meio da eleição de seus governantes, não de zorra e desrespeito ao mais elementar direito de qualquer pessoa.

Com essa atitude vil, a Polícia Rodoviária Federal transformou-se na mais nova vergonha brasileira.

BS