Foto: Nelson Antoine/Foto Arena/Agência Estado
Depois de enaltecer o trabalho do inspetor da Polícia Rodoviária Federal José William no
post de 20 de junho, o de, admiravelmente, expor antigos veículos da corporação defronte do posto policial nas imediações de Uberaba, MG, o que aconteceu hoje – a PRF interromper o trânsito rodoviário em três estados e no Distrito Federal – jogou por terra toda a admiração que eu tinha por essa organização policial.
Não só jogou por terra como teve o efeito de revoltar, justamente quem deveria assegurar a maior mobilidade do cidadão interromper o fluxo de rodovias a título de "manifestação" reivindicatória, provocando engarrafamentos colossais.
Me senti um palhaço, e tenho certeza de não ser o único, por uma fração do que pago em impostos de toda ordem servir para pagar esse tipo de gente que provou hoje não ter a menor noção do dever, não ter caráter.
Greve é um direito, o de cruzar os braços, parar de trabalhar, mas jamais prejudicar o mais elementar direito, o de ir e vir, de se circular livremente no país.
Os prejuízos causados por esse ato inominável, coisa de moleque (na acepção usada no Rio de Janeiro, a de indivíduo sem integridade, capaz de procedimentos e sentimentos vis, canalha) são incalculáveis. Dezenas de milhares de pessoas foram prejudicadas, talvez tenha havido até mortes por impossibilidade de deslocamento de ambulâncias, vá-se saber.
Duvido que esses maus brasileiros tivessem peito para fazer o que fizeram entre abril de 1964 e janeiro de 1985. Queria só ver!
Mais uma vez: democracia significa poder do povo (do grego
demos, povo +
cratos, poder) por meio da eleição de seus governantes, não de zorra e desrespeito ao mais elementar direito de qualquer pessoa.
Com essa atitude vil, a Polícia Rodoviária Federal transformou-se na mais nova vergonha brasileira.
BS