google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Já fazia algum tempo que o Bob e eu alimentávamos a idéia de fazermos uma série de TV abordando carros esportivos. Só esportivos; tanto fazendo o ano de fabricação.

Por que só esportivos?

Porque são os modelos que nos apaixonam, não só ao Bob e a mim, mas, acreditamos, são os que apaixonam a todos os autoentusiastas de nascença.

Como disse Ferry Porsche, "Não sei quando o automóvel deixará de exisitr, mas de uma coisa eu sei, o último será um carro esporte".
Motor Fiat Fiasa


Este é um post diferente daquele a que vocês, leitores, estão acostumados. Foi escrito a quatro mãos, pelo Carlos Maurício Farjoun como por mim, André Antônio Dantas. É um post tanto histórico como técnico. Por isso mesmo, é bem longo.

Tudo começou de uma conversa entre nós, onde pontuávamos como os avanços técnicos dos sistemas de alimentação e ignição impactaram no aumento da potência e na redução do consumo dos motores, culminando com o salto observado nos tempos da introdução da injeção eletrônica.

O Carlos Maurício então lembrou que o motor Fiasa da Fiat passou por todas estas fases praticamente inalterado em seu projeto básico, fora taxa de compressão e aumento de cilindrada, recebendo melhoramentos apenas nestes sistemas, o que o torna a melhor base para uma comparação ampla e detalhada da evolução destes sistemas.

Ao contarmos a história deste motor que sofreu tão poucas modificações em seu projeto, o usamos como base para mostramos a técnica de como pequenos detalhes fazem grande diferença em seu desempenho.

A parte histórica, escrita pelo Carlos Maurício, estará em fonte normal, enquanto as notas técnicas escritas por mim estarão em itálico.

Este texto é enorme, mas necessário para explanar esse assunto como ele merece. E esperamos que gostem desta nova forma de contar a História.
 

Boa leitura! 

Carlos Maurício Farjoun e André Antônio Dantas 

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O Motor Fiasa

Fiasa é acrônimo de Fiat Automóveis S.A, uma das empresas do Grupo Fiat no Brasil, o qual reúne outras como a Iveco (caminhões), FPT Powertrain Technologies (motores), Teksid (fundição), Magneti Marelli (componentes de motores), Case New Holland (máquinas agrícolas e de construção, Comau (equpamentos de automação industrial, Isvor (consultoria e formação de pessoal) e Fiat Services (consultoria e administração empresarial). Fiasa é o nome usado para designar uma família de motores Fiat, fabricados no Brasil de 1976 a 2001. Foi projetado por Aurelio Lampredi (1917-1989) especialmente para o 147 nacional, sendo um motor considerado moderno na época de seu lançamento.


O SR-71 decolando. Foto: DFRC - NASA


Discutíamos outro dia com amigos um interesse mais ou menos comum para entusiastas de automóveis, as curiosidades relativas a aviões. Muitos dedicam parte de seu tempo se informando e buscando aprender mais sobre máquinas voadoras, sem e com motor. E aqui os assuntos se confundem e se complementam. Obviamente, motores são algo que causam calafrios na espinha para quem gosta desse tipo de artefato, principalmente pelo som.

Talvez por isso que os V-8 sejam o maior causador de entusiasmo automoblístico que se tenha notícia. O rugido deles é normalmente muito agradável, exceto se estiverem amordaçados por sistemas de escapamento dotados de silenciadores muito eficientes. Chegam facilmente a causar arrepios nos mais sensíveis. Mesma coisa com aviões.

Imagine então um avião que precisa de dois motores V-8 para dar partida em cada um de seus dois motores a jato. Esse avião infelizmente já é peça de museu, tendo feito seu último vôo de demonstração em 1999, mas figurando como um dos mais extremos da história.

O Lockheed SR-71, apelidado de Blackbird (melro, graúna), Habu (serpente negra existente no Japão), The Sled (O trenó), The Jet (O jato), entre outros apelidos, foi um trabalho da equipe de Clarence L. “Kelly” Johnson, um engenheiro que organizou o departamento da Lockheed para projetos que eram mantidos em segredo até o último instante, e apelidado de Skunk Works.


Já perceberam como o ser humano tem um desejo irracional de passar na frente do outro? Não falo dos gérsons que tentam furar fila no trânsito, mas apenas de pessoas que fazem questão de te ultrapassar e em seguida igualam a velocidade à sua, ou até andam mais devagar.

No dia a dia percebo isso logo que saio de casa. Como é uma área estritamente residencial, com uma praça logo após a saída da garagem e muitas pessoas praticando caminhada ou corrida por perto, sigo em velocidade bem reduzida. Ao passar pela praça, entramos em uma reta de uns 600 m com alguns quebra-molas (lombadas em outras regiões brasileiras) bem espaçados. Não acho muito inteligente acelerar forte e frear mais forte ainda em cima do quebra-molas, então mantenho uma velocidade razoável entre os obstáculos.