google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: Automobile Revue


Chevrolet Sonic


O ano era 1990 e já em vida profissional usei minha nova capacidade econômica para incrementar o portfólio de revistas de motos e automóveis, passando a adquirir algumas importadas como Road & Track, Car and Driver e Cycle World, para ser mais preciso. Deslumbre total que durou bons anos. Primeiro, porque meu conhecimento assumido sobre automóveis resumia-se praticamente ao que vinha lendo nas revistas nacionais Quatro Rodas, Motor 3, Autoesporte etc. Anos mais tarde fui dar-me conta que nem lendo com avidez todas as revistas disponíveis estaria habilitado para entender o que eu desejava de automóveis.

Buscar mais literatura e conhecer carros através de engenharia, alguns projetos e convívio com pessoas do meio trouxeram-me a uma outra realidade. Mas as revistas importadas vieram a agregar de forma importante também por outros fatores.

Não era só a abordagem ou a maneira de avaliar veículos dessas importadas que me chamavam a atenção, mas ler sobre carros e motos que nunca imaginaríamos ver por aqui. A abertura às importações deu-se de forma inesperada poucos anos depois e eu ainda não havia visitado o exterior. E sim, elas, as propagandas, era como eles comunicavam o produto.







Em 1996, fazia uma pós-graduação em Mecânica automobilística na FEI, em São Bernardo do Campo, e morava no bairro de Moema, na capital paulista. Era à noite, e, portanto, voltava para casa tarde, coisa de meia-noite, diariamente.

Voltava pela Rodovia dos Imigrantes. Hoje não há mais hora vazia em qualquer estrada que chegue a São Paulo, mas em 1996, a Imigrantes tinha muito pouco trânsito de noite. E também não havia a praga dos radares que infesta o mundo moderno. Então fazia o que qualquer cidadão responsável faz nesta situação: andava rápido.

Eu já falei aqui da saudade que tenho desse tempo, onde os carros eram lentos, mas andávamos muito mais rápido que hoje. E tenho pena dessa geração atual que não conhece a liberdade de andar à velocidade que se sente seguro, e não a ridiculamente baixa velocidade ditada por placas e garantida por um Big Brother pior do que George Orwell imaginou.
Fotos: Fiat


Depois de andar nos novos Palio na apresentação em 4 de novembro último, e publicar post no AE em seguida, rodei em abril com um Sporting manual durante sete dias, podendo avaliar melhor esta nova geração do Palio.

Nada como uma suspensão mais centrada, no sentido de a altura de rodagem ser menor do que nos resto de uma mesma linha. Dado o caráter mais esportivo do Sporting são 10 mm menos, deixando o carro mais no jeito, como se diz. A rodagem é nesmo um pouco ríspida, por conta da calibração de suspensão específica e da barra estabilizadora dianteira mais grossa, de 22 mm, mas andando rápido as coisas se acertam bem. Todavia, quem dá prioridade a conforto pode e deve escolher a versão Essence, de idêntica motorização e desempenho, e vindo com pneus mais civilizados, 185/60R15 em vez de 195/55R16 no esportivo.

Fotos: Jorge Lettry



O Carcará foi um carro aerodinâmico mandado fazer pela Vemag para estabelecer a primeira marca brasileira e sul-americana de velocidade sobre terra. Foi idéia do gerente de competições da fábrica, Jorge Lettry, para encerrar com chave de ouro as atividades do departamento de competição da fábrica e deixar algo valioso para a história da marca no Brasil.  A Vemag estava nos seus estertores e já estavam adiantadas as negociações de sua absorção pela Volkswagen, A marca de velocidade seria a última missão do departamento, que já itnha data para fechar, 30 de junho de 1966.

O Carcará tinha chassi tubular com motor traseiro-central e transeixo DKW envelopado por uma carroceria de alumínio bem aerodinâmica. O carro havia sido um monoposto de Fórmula Júnior construído por Chico Landi e Toni Bianco, na sua tentativa de lançar a categoria no Brasil, mas que fracassou, apenas duas ou três provas foram realizadas. Um dos pilotos da equipe Vemag, Bird Clemente, havia comprado o carro e, como não havia mais uso para ele, trocou-o na Vemag por um Belcar 0-km e um utilitário Candango usado.

Fórmula Júnior Landi-Bianco com motor e transeixo DKW no estande da Vemag, Salão do Automóvel de 1964

Uma vez que tinha o Fórmula Júnior guardado num canto do seu departamento, Lettry encomendou o desenho da carroceria ao estilista Anísio Campos e Rino Malzoni a construiu na sua fazenda em Matão, interior de São Paulo próximo a Araraquara. O peso não chegava a 500 kg.

O carro foi testado em Interlagos, onde se mostrou rápido e seguro. Não há dados de sua aerodinâmica, mas seu Cx devia ser um pouco inferior a 0,20, com área frontal muito pequena. Carro pintado de branco e decorado com o logotipo da Vemag, o nome Carcará e adesivos de patrocinadores, foi levado para o Rio de Janeiro para a tentativa de estabelecer a marca de velocidade. O dia estava marcado: quarta-feira 29 de junho de 1966 (o departamento fecharia no dia seguinte, lembre-se).

Teste em Interlagos, Marinho ao volante: tudo certo