google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto G1 SP


Madrugada deste sábado, cruzamento num bairro nobre de São Paulo, o Itaim Bibi: um dos veículos, um Hyundai Tucson, conduzido por uma jovem, avança o sinal, segundo testemunhas, é atingido por um Porsche 911 e  os dois carros acabam do jeito que mostra a foto. Segundo notícia no SP TV e no site G1, a perícia diz que o 911 estava a 150 km/h. A jovem, 28 anos, de Salvador, BA, sozinha no Tucson, morreu na hora, enquanto o motorista do Porsche, também único ocupante, ficou ferido e foi levado a um bom hospital bem perto dali, o São Luiz. Tudo isso que conto foi noticiado.

A polícia, diz a reportagem, não descarta a possibilidade de que o motorista do 911 estivesse embriagado, mas até o final da manhã deste sábado não havia sido feito exame para dizer se estava ou não. Mas independentemente disso não se anda a uma velocidade dessas em ruas pacatas.
 Foto: billzilla.org
Exemplo de engrenagens soldadas à árvore

Em 1984 fui admitido na Volkswagen especificamente para dirigir a atividade de competições da fábrica. Como eu tinha vivência e trânsito na CBA, e tinha intimidade com os regulamentos técnicos do automobilismo, eu logo passei a representar a VW perante a entidade. Inclusive, precisei tirar a carteira de concorrente, como fábrica, pois disputaríamos o titulo de marcas e só como concorrente eu  estaria qualificado para entrar com algum eventual protesto esportivo.

Bem no final do ano passado escrevi o post "Quem não tem cinco corre com quatro" falando sobre a solução que tivemos que dar quando ficou decidido pelo Conselho Técnico-Desportivo Nacional  (CTDN)- por pressão da Fiat, Ford e General Motors - que nossos Voyages não poderiam usar câmbio de cinco marchas, já que o carro de produção ainda saía com apenas quatro marchas.

Vencemos a prova de aberura, em São Paulo, com um 1-2, mas na corrida seguinte, em Brasília, fizemos 1-2-3-4, esmagando a concorrência.
Fotos: VW

Outro dia publiquei um post que falava sobre a relação entre o peso e a potência de um carro e também sobre a importância do arrasto aerodinâmico sobre a velocidade final. Para isso utilizei-me do exemplo de dois carros potentes, um Mustang e uma réplica de Cobra.

Agora vamos para o trivial, justamente para mostrar que essas forças também atuam fortemente sobre carros  e trajetos ditos comuns, tipo viagens a velocidades legais. Pegaremos um VW Gol e uma picape Saveiro, só para ficarmos numa mesma família, o que facilita a comparação.

Quem viu o programa-piloto Speed Masters recentemente exibido pelo Speed Channel, deve lembrar que logo no começo do bloco do Ferrari F430 filmado em Interlagos há uma cena na pista em que a câmera é colocada na extremidade dianteira do carro. O carro não aparece, só aparece a pista sendo engolida. O som é do Ferrari, porém – só o leitor do AUTOentusiastas pode saber, bico fechado aí... – o carro que levava a câmera não era o F430, não; era uma Saveiro novinha em folha. Depois foi só encaixar o som de acordo com o trecho e boa. TV e cinema tem dessas coisas. A gente não queria ferir a pintura amarela do Ferrari, então encaixamos a câmera na Saveiro do Filipi, o técnico em um monte de coisas da produtora.

O Aerotech de 1992, com cauda longa

Recordes automobilísticos são um assunto polêmico, cuja validade para o mundo dos automóveis de rua pode ser contestada quando o recordista nada tem de parecido com o carro que existe à venda.

Se os recordes de velocidade, os mais populares, são de validade discutível, o mesmo não se pode dizer dos recordes de distância, que se traduzem na vida real como durabilidade. O tempo ou distância que um carro funciona de forma correta é uma característica que talvez seja a mais importante, ao contrário de outras que aparecem mais em propagandas, mas que não garantem a imagem de uma marca, como desempenho, por exemplo.

Claro que há pessoas sem nenhum amor aos automóveis, e que conseguem estragar qualquer tipo de carro, até mesmo um blindado de uso militar. Mas esses são usuários fora do normal, que não devem ser considerados ao se projetar e construir um carro. Se assim fosse, todos os carros seriam excessivamente reforçados em todos os seus sistemas, o que significaria um peso absurdamente alto, que traria preço mais alto ainda, consumo monstruoso e tudo mais de ruim que decorre de excesso de massa. Seria penalizar a maioria pelo erro da minoria.