google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
O André Antônio Dantas é bem conhecido aqui no AUTOentusiastas, autor dos mais brilhantes e didáticos posts, como o de ontem sobre o dwell. Engenheiro Mecânico Pleno, com ênfase em Mecatrônica, formado em 1991 pela Escola de Engenharia de São Carlos, o André gostaria de dividir com os leitores a sua visão de como o engenheiro se encaixa no panorama brasileiro atual.  No final ele aproveita para fazer considerações sobre o desmoronamento das obras da estação Pinheiros do metrô de São Paulo ocorrido em 12/01/2007.

Bob Sharp
Editor


Durante anos trabalhando como engenheiro, eu não entendia o porquê desse profissional ser tão mal tratado dentro das empresas. Engenheiro bem tratado era só o de Vendas, e com o mesmo tratamento dos demais vendedores.

Engenheiro da área técnica era sempre um profissional de enésima categoria. Para ser de primeira, tinha que trabalhar em vendas. Para ser de segunda ou talvez de terceira, tinha que trabalhar em compras.

Depois de muito tempo me decepcionando, comecei a perceber um padrão que existe dentro das empresas nacionais.

O homem de vendas é quem põe o dinheiro dentro da empresa. Não importa o que ele diga, merece ter o tapete vermelho estendido.
Foto: Google Images

Foi mesmo um ano incrível, 1948. E bissexto.

A Ford Motor Company anuncia seu primeiro projeto do período de paz, o Ford 1949, um grande sucesso (foto acima).

A Ford France apresenta o Vedette no Salão de Paris, com motor V-8 de 2.158 cm³ e 60 cv. Foi o primeiro carro do mundo com suspensão McPherson e evoluiria para o Simca Chambord depois que a Simca comprou a Ford France em 1954.

Ford Vedette (forum.321auto.com)

Começam as provas de Stock Car nos Estados Unidos, na praia de Daytona, sob a égide da Nascar, tudo criado por Bill France, depois continuado por seu filho, Bill France Jr.

Stock cars em Daytona Beach, EUA (auto.howstuffworks.com)

Quatro dias atrás tomei o slogan dos Biscoitos Tostines como base para mostrar um aspecto do trânsito brasileiro e disse que o Brasil está fabricando idiotas com seu arcaico sistema de trânsito. Eis que anteontem abro o jornal  O Estado de S. Paulo e leio que a PM vai dobrar o efetivo no período de férias em razão do elevado número de mortes nas estradas. Desculpe, PM, em que pese sua boa intenção, não é por aí vocês vão conseguir o nobre objetivo..

Não é possível que as polícias rodoviárias brasileiras não entendam que trânsito se fiscaliza monitorando-o e não fazendo bloqueios que pouco resolvem. Hoje a tecnologia de imagem permite que câmeras façam grande parte desse trabalho, mas elas não substituem uma coisa chamada carro policial em movimento, patrulhando, observando o tráfego, analisando o comportamento dos motoristas e abordando-os caso cometam alguma infração ou denotem não estar de pleno domínio do carro qualquer que seja o motivo. Podem até estar sóbrios, mas isso não os impede de dirigir fora do padrão.
Fig. 1 Esquema de um rupor mostrando a variação do dwell com a folga nos contatos. Em vermelho, menos folga, dwell menor

Schliesswinkel = Ângulo de permanência
Öffnungswinkel = Ângulo de abertura
Amboss (verstellbar) =  Martelete (ajustável)
Ablenkehöhe =  Folga
Unterbrechenocken =  Ressalto de interrupção 


Dando continuidade à história da ignição, vamos aprofundar a visão em cima de um fator muito pouco compreendido, até mesmo pelos mecânicos mais velhos e experientes. Também vamos ver como a evolução tecnológica ofereceu diferentes soluções técnicas para um fator tão importante para a ignição quanto o ponto de centelhamento.

Vimos no artigo anterior que o engenheiro Charles Franklin Kettering patenteou o sistema Delco de ignição, usando uma bobina de ignição operando como bobina de Rhumkorff. Este é o nosso ponto de partida.

No sistema Delco, o platinado é um interruptor elétrico simples, que abre e fecha sincronizado com a rotação do motor. Ele fecha o contato, a corrente elétrica flui pelo enrolamento primário da bobina e pelo platinado, e esta corrente cria um campo magnético no núcleo de aço da bobina.

Após um determinado tempo, o platinado se abre e corta a corrente elétrica. Sem a corrente elétrica, o campo magnético não pode ser mantido, e, ao colapsar, induz uma alta tensão no enrolamento secundário da bobina, e cria uma corrente elétrica de alta tensão que produz a centelha na vela de ignição.
Fig.2  Sistema Delco convencional

Isso é o que todo entusiasta mais aplicado sabe sobre esses sistemas. Porém, vamos refazer este processo em ordem inversa, acompanhando o caminho da energia.