google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Andei dando uma olhada nos CDs lançados há anos atrás com todos os testes da revista 4 rodas digitalizados, da primeira edição em 1960 até o final de 2003, e achei um teste interessante, com a linha de motos CB da Honda, em setembro de 1969, portanto anterior a este que vos escreve vir ao mundo.

Ao contrário dos carros, que ao longo dos anos viram a potência específica aumentar bastante, as motos testadas já desenvolviam potência similar (e até maior) do que as motos de hoje em dia. A diferença é que toda a linha CB usava motores bicilíndricos, mesmo a 125, e hoje predominam os monocilíndricos.

Foto: goodyear.com.mx

Faz um bom tempo que tento convencer os fabricantes de pneus a relançar o pneu radial medida 155SR15 ou, como se especifica hoje, 155/80R15. Que carros usavam-no? Todos os Volkswagen sedã de aro 15 e todos os DKW-Vemag. Mas eles não saíam assim de fábrica, vinham com pneus diagonais 5,60-15 que muitos compradores mandavam trocar pela medida acima, só que de marca Pirelli modelo CF67, antes de sair com o carro zero-quilômetro da concessionária.

Isso a partir de 1962/1963, quando os pneus radiais começaram a aparecer mais no mercado de reposição. Até então só o FNM 2000 JK, o Alfa Romeo 2000 berlina (sedã em italiano) brasileiro, tinha pneus radiais de fábrica.


Andei tentando agendar uma data para a vistoria anual obrigatória no Detran-RJ, sem sucesso. Na verdade um posto tinha vaga, o de Magé, mas me recuso a ter que viajar a outro município para me submeter a tal vistoria. E as datas disponíveis já eram para o mês de abril, donde concluo que como só tenho até 30 de abril para vistoriar meu carro (placa final 0) segundo o calendário divulgado, provavelmente não conseguirei cumprir a exigência, mesmo tentando o agendamento com dois meses de antecedência.

Outro dia, por conta de algum apagão, o sistema do Detran-RJ ficou fora do ar e as pessoas que tiveram seus carros vistoriados nesse dia não conseguiram levar o documento (CRLV) de 2011 para casa. Em nota, o Detran-RJ comunicava que as pessoas que lá estavam não precisariam fazer novo agendamento (seria o fim da picada!), bastando retornar aos postos nos 5 dias seguintes. Ora, qualquer morador do Rio sabe o caos que são os postos de vistoria em dias normais, imaginem nesses dias com movimento extra. E o pobre do cidadão que já perdeu o dia de trabalho para cumprir com essa obrigatoriedade, corre o risco de perder mais um dia dentro de um contêiner entupido de gente, rezando para uma boa alma gritar o seu nome e entregar o documento verdinho que lhe permitirá rodar o resto do ano.



“Chamai-me Ismael. Faz alguns anos – não importa quantos, precisamente -, tendo na bolsa pouco ou nenhum dinheiro e nada que particularmente me interessasse na terra, achei que devia velejar um pouco e ver a parte de água do mundo. É uma maneira que tenho de afastar o tédio e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rígido e austero; sempre que é um escuro e úmido novembro em minha alma; sempre que me vejo parar involuntariamente em frente a casas funerárias, e a seguir todos os cortejos fúnebres que encontro; e especialmente quando minha hipocondria toma tal domínio sobre mim que é preciso um sólido princípio moral para me impedir de sair deliberadamente às ruas socando as pessoas – então acho que está na hora de ir para o mar o mais depressa possível. É o meu substituto para a pistola carregada. Com um floreio filosófico Catão se atira sobre a espada; eu calmamente subo a bordo do navio. Não há nada de surpreendente nisso. Quase todos os homens, qualquer que seja sua classe, uma vez ou outra, compartilham comigo praticamente os mesmos sentimentos para com o oceano.”

O texto acima é o início do livro "Moby Dick", escrito pelo americano Herman Melville em 1851. Melville  era ele mesmo um andarilho, um aventureiro, além de escritor, e a introdução de sua obra-prima transparece isso. Particularmente acho Mellville um gênio da pena, e Moby Dick um forte concorrente para o posto de melhor obra literária já criada. Não existe pessoa com um pouco de alma que não sinta uma incomensurável vontade de sair e ver o mundo lá fora, deixando tudo para trás, ao ler o primeiro capítulo desta obra. Um livro épico de conotações bíblicas, uma viagem a um lado negro das obsessões humanas, um questionamento sobre a fronteira entre o bem e o mal. Fora que é escrito com um domínio magistral da língua, é as vezes de um humor irônico genial, e tem todo aquele suspense que nos impede de parar de ler. Como se não bastasse, é um tratado sobre a pesca de baleia no século19. Uma obra-prima imortal.

Mas o que isso tem a ver com os automóveis, tema deste blog? Bem, sempre que leio o início deste livro, substituo em minha mente o mar pela estrada. Sempre que é um úmido e sombrio novembro em minha alma, imagino-me acelerando um carro numa enorme reta que segue até acabar no horizonte. E me sinto melhor.