google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Será que um dia alguém vai perceber que caminhão não foi feito para correr em autódromo de carro?

Ontem na etapa de Interlagos, um acidente no S do Senna poderia ter tido consequências muito mais sérias. Dois caminhões se enroscaram na freada no fim da reta, o mais de trás não conseguiu frear o suficiente e bateu na traseira do concorrente, subindo pelo para-lamas traseiro e literalmente passando por cima do outro, mais ou menos como o acidente de Webber na F-1 dias atrás.

A cabine do caminhão foi arrancada e voou longe, enquanto o outro caminhão capotou a bateu na proteção de pneus, quase passando por cima dela. Por muito pouco não houve um acidente muito mais grave, pois o muro e o alambrado não suportariam o impacto e o caminhão iria atingir muitas pessoas que estavam do outro lado.

Será que a hipocrisia um dia vai parar? Falam tanto de segurança, mudam regulamentos, acabam com categorias inteiras, mas ainda acham lindo ver um monte de caminhão que foi feito para puxar carga correr em autódromo que é dimensionado para corridas de motos e de automóveis. Não foi a primeira vez, e não será a última. Muitos acidentes na Truck resultam em muros quebrados, que ainda por sorte não tiveram consequências piores.

Como o público é um dos maiores (leia-se pagantes ou dinheiro no caixa), se não o maior do país, é tudo lindo e maravilhoso, e o acidente é "parte da corrida". Minha opinião ainda é a mesma, se quiserem correr de caminhão, que corram e assumam os riscos, mas façam novos autódromos adequados para tal, e parem de destruir os poucos que temos e colocar em risco o público e as pessoas que trabalham no evento, como os bandeirinhas que estão protegidos apenas por uma barreira de pneus e um guard-rail para segurar toneladas de aço sem freio.

MB
Foto: oglobo.oglobo.com/esportes
Não adianta espernear. Automobilismo é assim, há interesses em jogo. Barrichello teve de dar o lugar a Schumacher anos atrás no GP da Áustria e  hoje no GP da Alemanha o Massa teve de fazer o mesmo para Alonso. Todo piloto de equipe de mais de um carro sabe disso. Ele se sujeita porque há recompensas -- fartas, por sinal. Ganhar pelo menos 5 milhões de dólares por ano não é para qualquer um.
Na alvorada da Fórmula 1, os anos 1950, não só existia a troca de posição por ordem da equipe como também a troca de carro.
Quando eu dirigi o empenho da Volkswagen do Brasil no Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos tínhamos dez pilotos contratados (para cinco carros) e uma das cláusulas contratuais era justamente ter de ceder posição por ordem da contratante, no caso a fábrica, sendo que ordem partiria do chefe de competições -- eu.
Nos cinco anos em que estive à testa dessa organização dei a ordem de troca duas vezes e não houve o menor ressentimento. Novamente, eram pilotos pagos para isso, e bem. Cada um tinha, fora o salário (o mais alto era equivalente a 5 mil dólares, só não me peçam para dizer de quem...), um Santana para uso pessoal.
Portanto, não há motivo para ninguém se sentir ultrajado e nem o Brasil ter ficado diminuído diante de um fato que, repito, é absolutamente normal em corrida de automóvel.
Só um exemplo: há corridas, nos dois lados do Atlântico, em que os carros de uma mesma equipe cruzam a linha de chegada emparelhados. Pelo raciocínio de muitos isso seria imoral, vergonhoso, porque os carros não estavam nessa arrumação momentos antes. Bobagem, nada a ver, não existe nada mais bonito do que uma equipe vencedora com dois ou três carros com eles cruzando a linha um ao lado do outro.
É assim que é.
BS

Esse é o tipo do assunto desagradável, eu não ia falar nada a respeito, mas um leitor, no espaço para comentários do post do André Dantas de ontem, perguntou se eu não ia escrever sobre o lamentável acidente que vitimou o Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. Diante do pedido, mudei de ideia.
Este triste caso tem a ver com visibilidade, independente dos tais dois carros estarem ou não pondo um pega. O ambiente era um túnel e a vítima andava de skate, evidentemente sem sinalização.
Por isso me bato tanto contra as películas nos vidros, motorista tem que ter total visão num campo de 180° e para trás, pelos retrovisores.
Por isso me bati e tomei providências quando meu filho começou a andar de bicicleta à noite, comprando luzes de sinalização. Qualquer coisa na corrente de tráfego à noite e sem luz traseira é 3/4 do caminho para o acidente.
Mas esse caso do Rafael, apenas 18 anos, é triste demais. Ninguém tem que fazer pega em via pública, aberta ao tráfego ou não -- caso do túnel Zuzu Angel,  no Rio de Janeiro, que liga a  Gávea a São Conrado, que se encontrava fechado para manutenção -- e nem andar a pé ou sobre qualquer tipo de roda que não seja em espaço a isso destinado. Um túnel não é lugar para se andar de skate. Não pode dar chance ao azar. Infelizmente o filho da Cissa deu.
O zero acidente é uma utopia, mas cabe a nós e nada custa envidar todos os esforços para que não aconteçam.
Que possam a Cissa e o pai  do Rafael suportar essa dor com a maior serenidade possível.
BS
Continuando com as fotos de Old Town aí está a terceira parte. Começando com mais um hot rod, outro Ford 35 ou por aí. Interessante a abordagem bem mais comportada que o 35 do post anterior. Acho que o simples, mas bem feito, sempre tem espaço para ser admirado.



Mais um Ford hot rod que estava chegando ao encontro seguido por um Mercury Cyclone com sua mira na grade dianteira. Pelo estado do pneu traseiro desse hot fiquei imginando as arrancadas que ele faz.



Esse Cyclone é 1970, um quarentão, como o que esteve em Lindoia em abril desse ano. Derivado do Ford Torino, esse azul da foto é uma versão Spoiler, o mais esportivo da linha, e tem um motorzinho V-8 429 (7,0-litros!).