




Quick ele é. Ele é rapidinho. Seu motor de 1,4 litro só gera 82 cv, ou seja, só um pouco mais que os 75 cv que os motores de 1-litro costumam ter. Mas essa maior cilindrada lhe dá mais torque, principalmente em baixa rotação. Seu torque é de 12,8 mkgf, quando os motores 1-litro costumam ter ao redor de 9 mkgf. O resultado prático é que ele responde mais rápido às aceleradas e requer menos mudanças de marcha, além de sentir menos quando o carregamos de gente e malas.
O motor é moderno e trabalha suave e silencioso. Na estrada, em 5a marcha e a 120 km/h, a rotação está em baixas 3.400 rpm, o que proporciona uma viagem tranquila e agradável. É flex, gasolina e/ou álcool, e é econômico.
Nesses mesmos dias andei no Fiat Uno novo, o transadinho, e notei que o motor 1,4 do Uno anda bem mais que esse do Peugeot. Mais torque e potência. Não comparei a ficha técnica, mas guiando a diferença é inegável.
A suspensão do 207 é bem boa: consegue ser firminha, o que dá agilidade ao carro, e também macia, nos isolando bem da buraqueira. O modelo evoluiu muito nesse aspecto, já que os primeiros 206 eram um pouco duros e relativamente frágeis de suspensão. Este, pelo que apurei, já a tem mais robusta. E é bom de curva, chegando quase a ser neutro, sem a forte tendência de sair de frente que os carros de tração dianteira, como este, costumam ter. Agarra bem, mas é arisco e não avisa com muita antecedência quando é que vai escapar.
Os pesos do volante e do pedal de freio não são nem pesados nem leves, estão no ponto certo. O trambulador de câmbio é ótimo, leve e preciso. Parabéns. A mudança de varão para cabos, introduzida no lançamento do 207 dois anos atrás, foi mesmo benéfica.
Alguns detalhes errados incomodam, principalmente porque a Peugeot sabe melhor que eu que estão errados, e mesmo assim os fez. Há um friso em forma de U, prateado, no painel – muito bonitinho, segundo os designers que não entendem de carro. Mas acontece que quando o sol bate ali seu reflexo nos ofusca a vista e também forma um “fantasma” no para-brisa. O mesmo acontece com os detalhes prateados das saídas de ar laterais, que criam fantasminhas nos retrovisores externos. O pedal do acelerador é exageradamente leve e sensível, quando deveria ser mais duro para que pudéssemos apoiar mais o pé, e isso nos induz a dar tranquinhos quando em 1ª marcha. O volante não tem regulagem de distância, só de altura. Sendo assim, para termos o volante na distância correta somos obrigados a manter as pernas encolhidas.
O ar condicionado é parte do pacote, assim como bancos diferenciados, bons para guiarmos sem camisa, e as sapatas de pedais esportivas, também boas para guiarmos descalços quando saímos do mar; afinal, Quicksilver é marca ligada ao surfe.
Conclusão: é um hatch alegre e leve de guiar. Falta pouco para que a Peugeot o deixe perfeitinho.
E o 207 Quicksilver vem com teto solar elétrico, e eu adoro teto solar, principalmente porque vejo e posso tocar a minha prancha no rack.
Ela ali, a prancha sem capa, peladinha, tomando um ventinho e doidinha pra entrar na água.
Preço: R$ 38.000 para o modelo de duas portas e R$ 39.800, para o de quatro portas.
AK