google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Em 1983, a Ford, através de sua divisão Motorsports, queria retornar ao Campeonato Mundial de Rali com o sucesso que havia experimentado no passado.

Antes de se chamar Motorsports, o braço esportivo europeu era o AVO (Advanced Vehicles Operations), Operações de Veículos Avançados, que havia criado em 1970 o Escort RS 1600, sob o comando de Walter Hayes. Esse Escort era um avanço esportivo a partir do carro básico, que já possuia tração traseira, e foi elogiado desde seu lançamento pela excelente dirigibilidade, e pelo motor Cosworth BDA (belt-driven, A series), de duplo comando acionado por correia dentada e 4 válvulas por cilindro.

Do RS (Rallye Sport) original, a Ford foi evoluindo até chegar na década de 80 ao Escort RS1700T, que não havia feito um bom papel devido à forte concorrência de várias marcas. Os participantes do campeonato mundial de rali eram Audi, Austin Rover, Lancia, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Porsche, Renault e Toyota. Nada fácil, portanto.

Talvez em nenhum outro lugar do mundo o termo "voar baixo" se aplique tão adequadamente quanto em Flugplatz, Nürburgring. Flugplatz, em alemão, quer dizer aeródromo, pista de pouso (aeroporto é Flughafen). Local de fotos dramáticas e acidentes fatais, é interessante notar que o nome não é devido ao efeito que causa nos automóveis, mas uma incrível coincidência. Havia uma pista de pouso de aviões pequenos próximo a esse local.
Fica fácil notar a rampa de decolagem

Flugplatz
Não é de hoje que os carros voam nesse local...
Fotos dos treinos da recente prova 24 Horas de Nürburgring:
Uns são mais equilibrados que outros. Note a simetria do voo.
Carros de corrida com uma ou duas rodas no ar dão aquela sensação de estar além dos limites.
Esta última foto não é de Flugplatz, mas do WTCC. Um show!
Abraços,
MM

A foto é a capa da revista Cesvi n° 68, abril/maio de 2010. A edição fala  bastante nas "cadeirinhas" -- prefiro chamar de bancos de crianças -- obrigatórias por resolução do Contran e que deveriam ser fiscalizadas a partir de 9 de junho último, mas que foi adiado para 1° de setembro devido a não haver bancos em número suficiente no mercado. A revista foi apanhada de surpresa numa das nossas bem-conhecidas "brasileiradas", as decisões sobre alguma coisa tomada de última hora, e ficou desatualizada. Eu dei mais sorte, pude mudar o texto da minha coluna "Cá entre nós" da revista Carro antes que fosse impressa.
O CesvI Brasil, Centro de Experimentação e Segurança Viária brasileiro (a companhia-mãe é espanhola) foi criado em 1994 e é um centro de pesquisa dedicado à reparação de veículos automotores e à segurança viária. Seu diretor de Operações, José Aurélio Ramalho, é um abnegado lutador pela segurança viária. O Cesvi Brasil hoje é a referência nos dois temas a que se dedica.
Mas o que quero comentar aqui é o samba do crioulo doido que a questão se tornou -- ou se  tornará em  1° de setembro aqui na cidade de São Paulo e que pode perfeitamente dar metástase nos outros 5.499 municípios brasileiros: a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) instruiu seus agentes a fiscalizarem o cumprimento da resolução do Contran levando em conta que são fiscais e não têm poder de polícia, desse modo não podendo dar ordem de parada para carro algum. Fazer o quê, então? Se desconfiar que o carro não tem o banco infantil, multe-o. Quem se sentir injustiçado que recorra...É ou não para o "Acredite se quiser"?
Mas tem uma pior, na minha opinião. Pela resolução, o banco infantil não é obrigatório em: transporte escolar, carro alugado, táxi, transporte coletivo e furgões de passageiros (vans). Coitadas das crianças brasileiras, sem chance de escapar no evento de acontecer o pior, a menos que estejam no carro próprio do papai ou da mamãe!
BS




Carlos Figueras  é um típico autoentusiasta argentino. Seu livro "Auto Vivencias - el auto como protagonista", 123 páginas, publicado recentemente, chegou-me em mãos ontem. Soube do livro ao encontrar o Carlos aqui  há poucos dias, num evento da FPT Powetrain Technologies em Campo Largo, PR, na Grande Curitiba e fiz questão que me mandasse um.

Ele é diretor de redação da revista Auto Test, associada à Motor Press Ibérica e Motor Press Stuttgart. Portanto, somos colegas, já que trabalho para a revista Carro, que também é associada ao forte grupo editorial alemão que, entre outras dezenas de títulos, publica a famosa Auto Motor und Sport.

Conheço-o desde 1984, quando comecei a viajar aos países vizinhos comandando a equipe de rali da Volkswagen. Logo nos identificamos como apreciadores de automóveis e mantemos contato deste então.

Foi graças a uma conversa com ele que o Brasil ficou sabendo que o Gol exportado para a Argentina  nos anos 1990 ia com motor VW AP, enquanto os de mercado brasileiro saíam com motor AE Ford de origem Renault.

A conversa, num jantar no sul da França, foi mais ou menos assim:

-- Bob, como camina este Gol!
-- Como assim, anda, Carlos? O motor AE é muito fraco!
-- No señor,  o motor é Volkswagen, conheço-o, gira hacia 7.000 vueltas!

O "segredo" da VW do Brasil, então controlada pela holding Autolatina, estava revelado. De volta ao Brasil, um telefonema para a fábrica confirmou a discriminação, justificada pela insuficiência de produção do motor AP 1600 para o mercados deles e nosso. Assim, a simplória solução foi AP para lá e AE para cá...

O Carlos, que tem 64 anos, praticamente menos quatro que eu, conta na introdução que pensou em escrever  seu livro há dez anos, mas que só partiu mesmo para o trabalho há menos de dois.

Já comecei a lê-lo e não dá vontade de parar. É o que dá autoentusiasta lendo autoentusiasta! A semelhança de vivências dele e minha, quando crianças, é impressionante.

O meu livro vem aí, mas deixa eu fazer 70 anos primeiro...

BS