google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Autor


Uma autoridade de trânsito como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pela cidade de São Paulo, comete um crime ao sinalizar cruzamentos, como este no bairro de Moema, esquina da Av. Jurema com a Al. dos Anapurus, em que motoristas são instruídos por escrito a parar e cruzar com cuidado. Isso diante de luzes amarelas piscantes para chamar a atenção.

É crime porque existe placa de regulamentação de parada obrigatória antes dos cruzamentos, a placa "PARE", a de código R-1 (Regulamentação 1). É essa placa que se deve atentar para a existência, como na  foto abaixo, e obedecê-la irrestritamente sempre. Seu valor para a segurança do trânsito é enorme.



Essa placa só tem um significado: parar o veículo. Com a parada, o motorista tem oportunidade de olhar para a via transversal e se certificar de que pode atravessar o cruzamento com segurança. É bastante simples.

O motorista precisa entender que TODO cruzamento é perigoso, e não apenas alguns, que demandem  luzes amarelas piscando.

Ao fazer a recomendação como a da foto do início, a CET dá a entender que outros cruzamentos não são perigosos e portanto não é necessário tanto cuidado. Para motoristas com pouca experiência isso é quase uma sentença de morte.

BS

Uma prévia de um longo post que concluirei no final de semana, com detalhes da última viagem dos AUTOentusiastas.

Abraço,

MM
1 - Citroën Xsara Picasso
Por mais que eu saiba que é um bom carro, é impossível para mim aceitar este design. Irrelevante para alguns, o estilo de um carro é o cartão de visitas para mim. O Paulo Keller diz que se parece com um guarda-chuva aberto, não com um carro.
Já o Picasso importado, magnífico, é altamente desejável e corrigiu tudo que o antigo tinha de ruim. Apesar de ser bem complicado, como todos os Citroën modernos.
2 - VW Fox
Mal consigo comentar. Não vejo nada nesse carro que o faça motivo de desejo para uma pessoa. O Gol é milhares de vezes mais agradável de ver e de dirigir. Não encontrei o lugar desse carro no mundo automobilístico. Estar entre nós ou não é como saber que pode existir um universo paralelo. Não muda nossa vida.

3 - VW Bora
Idem ao Fox em chatice, mas na versão sedã.
4 - VW Jetta
Idem ao Bora, mas maior e mais caro.
5 - Ford Ka brasileiro
Desenhado aqui, para o nosso mercado, respondendo às críticas sobre o espaço no banco traseiro, esse Ka tem tantas coisas desarmônicas que nem parece ser um Ford. Detalhei mais sobre ele aqui, em um post antigo. É a prova que toda grande fábrica de automóveis comete seus erros.
Ou como diria o MAO, o Ka morreu.
6 - Ferrari 458 Italia
Tudo que um Ferrari não deve ser está concentrado nesse modelo. Um dos melhores carros do mundo para se dirigir, a se considerar os textos dos jornalistas que já o conduziram, mas sem câmbio manual e cheio de frescuras. Os Ferraris mais baratos, desde o 360, não são mais carros consideráveis para quem aprecia a tradição Ferrari como eu. Tornaram-se ferramentas de status e exibição, não carros de corrida para andar na rua, extremos e radicais, como deve ser todo modelo com o cavalinho empinado.
7 - Fiat Stilo
Retumbante fracasso na Europa, encontrou no Brasil uma pequena parcela do mercado que adora carros aparecidos, mas é pouco atento à qualidade e durabilidade. Estilisticamente, me parece um VW Brasilia modernizado. Como nas sequências de filmes para o cinema, o original é mais agradável (o Brasíla, claro).
8 - Hyundai Tucson
Preço e conteúdo, somados ao "sentar por cima", o fizeram o desejo da classe média (seja lá de onde vem essa classificação estapafúrdia). Até hoje tem gente bastante inteligente se perguntando como pode ser vendido a preços tão baixos. Não sou eu que vou tentar responder isso, mas pensemos que é apenas um hatch crescido e enfeitado, não um utilitário esportivo.
9 - Chevrolet Vectra
Um Astra mais comprido e mais decorado. Aqui também os originais são melhores, tanto o Vectra de 1997 (o verdadeiro) quanto o Astra.
10 - Chery QQ
Este foi tomado como exemplo para mostrar apenas um modelo chinês. Indústria crescente e forte, está gerando dezenas de modelos que são tão entusiasmantes quanto uma geladeira quebrada. A China pode fazer qualquer coisa, desde que se pague o preço. Pagando pouco, não sai nada que possa gerar um mínimo de coeficente de entusiasmo automobilístico.
JJ
A marca Mercury foi criada pela Ford em 1939 para preencher a lacuna entre a popular Ford e a luxuosa Lincloln. Ou seja, não foi uma marca que nasceu do sonho de algum entusiasta em fabricar automóveis como a Buick e a Oldsmobile, que depois foram compradas/absorvidas pela GM. A Mercury nasceu apenas por uma necessidade de mercado, ou para aproveitar melhor o mercado.

Hoje li a notícia de que a Ford anunciou o encerramento da marca Mercury. De pronto reagi com certa indiferença. Agora estou aqui pensando no porquê dessa indiferença e se haveria razão para eu ficar triste.

Lembrei de quando descobri a marca. Foi em meados dos anos 1980 no filme "Cobra", do Stallone. O policial machão tinha um Mercury (Eight) 1950 customizado que ele destroi durante uma perseguição. Cinza chumbo, teto rebaixado, calotas fechadas e tomadas de ar no capô. Só descobri a marca e o modelo do carro algum tempo depois. E o carro do filme era equipado com um motor Chevrolet! Esse Mercury Eight / Ford 49 parece que foi feito para ser customizado. É difícil ver um modelo original, que já é lindo sem nenhuma mexida.

Outro modelo que não poderíamos deixar de lembrar é o Cougar, o Mercury mais famoso. Lançado em 1967, era um Mustang de luxo com entre-eixos alongado, uma grade bem diferente, que alguns acham que lembra um barbeador, e faróis escondidos atrás da grade. Mas nessa primeira geração não havia um fastback!
Uma das versões mais legais foi a Eliminator e talvez a mais popular a XR-7. Uma das coisas que acredito que todos gostam no Cougar é o emblema do gatuno pronto para o ataque. Felinos selvagens em posição de ataque são assustadores e sua associação com carros mais agressivos é recorrente.

Em 1999 ressuscitaram o Cougar, com uma versão cupê do Mondeo, que a meu ver foi bem fraquinha e só durou até 2002. Gastaram tempo e dinheiro à toa. Sua propaganda, nada empolgante, já apareceu em outro post. Entre 1967 e 1999 houve mais sete gerações, quase todas horríveis. A única mais interessante foi a segunda geração, do início dos anos 1970, que ainda usava a base do Mustang e tinha um apelo mais muscle.
Mais recentemente, no último encontro de antigos de Águas de Lindoia conheci de perto o Mercury Cyclone, um derivado do Ford Torino. Foi um dos modelos que mais gostei desse encontro, juntamente com Buick Riviera. É agressivo e tem uma frente antipedestre, inclusive com uma mira para assustar quem o vê pelo retrovisor. Essa frente foi inspirada no horroroso carro conceito Ford Tridon. Ainda houve um Cyclone que correu na Nascar em 1969 com motor Boss 429 com mais de 600 cv.

Também no encontro de Lindoia de 2010, na parte de carros à venda, o MAO me apontou um Mercury Monterey. Confesso que de longe achei que fosse um Buick, mas o MAO logo me corrigiu. Aproximamos-nos e eu acabei descobrindo um modelo 1958 Turnpike Cruiser muito interessante. O desenho exagerado da carroceria é repleto de detalhes únicos que me atraíram.
Vidro traseiro protegido pela capota
Detalhe da lanterna traseira
Tomada de ar no topo da coluna "A" e para-brisa curvado

O vidro traseiro, que é protegido pela capota, desce como o vidro das portas. Olhando pelo vidro reparei no acionamento da caixa automática por meio de botões vendido como Merc-O-Matic. Coisas de uma época onde a automação começou a ganhar força. Tudo que era automatizado ganhava um nome terminando com O-Matic. Ainda existiam outros acessórios que se destacavam na época.
Seletor de marchas por botões

Monitor ajustável de limite de velocidade com aviso sonoro
Bancos com ajustes elétricos e memória

Sistema de lubrificação para suspensão e direção

Por fim acabei de lembrar do Marauder. Apesar de ter existido nos anos 1960 o modelo que me lembrei foi o do início dos anos 2000, que durou apenas de 2003 a 2004. Nada mais era do que uma versão mais esportiva do Grand Marquis / Ford Crown Victoria, as famosas barcas usadas pela polícia americana. Lembra um pouco o que a GM fez com o Buick GS. Apesar de ter um ar mais entusiasta ,foi mais uma tentativa sem nexo da Ford em dar alguma sobrevida para a Mercury.
Marauder 2003

Esses são os modelos de que eu consegui me lembrar. Devem existir outros muito interessantes também. Mas minha conclusão é que a Mercury nunca teve a mesma relevância que outras marcas já mortas como a Pontiac, Oldsmobile e talvez Plymouth, que teve muitos carros interessantes para nós autoentusiastas.

Se considerarmos a linha atual de produtos da Mercury é fácil de perceber que a marca já não faz mais sentido. Matando a Mercury sobra mais tempo e recursos para Ford trabalhar melhor a Lincoln como a GM está fazendo com a Cadillac.

Portanto se a Mercury que nasceu por uma necessidade de mercado e agora o mercado não precisa mais dela, não há motivo para tristeza. A bem da verdade, a Mercury já estava morta faz tempo.

PK