google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Finalmente uma imagem boa de como eram as fixações de manga de eixo dos carros de corrida do início do século passado.
Esse Bugatti mostra bem como a cambagem dianteira é positiva, e podemos ver como a manga de eixo é fixada na roda, mais precisamente, no suporte do tambor de freio.
Como a manga era externa à roda e ao freio, o pino mestre não podia ser muito deslocado para sua linha central apontar para a área de contato do pneu com o solo. A manga, parafusada numa face plana, era limitada por esta, não permitindo melhor posicionamento do conjunto articulado. Assim a forma de compensar era a cambagem positiva, já bastante comentada tempos atrás.
Assim deve ser mais fácil visualizar o conceito de construção da manga e a posição do pino, e entendemos por que até um próximo desenvolvimento de suspensão, freios, rodas e geometria de direção, os carros adotavam a cambagem não usual para nós.
MB

Fotos: Supercars
Durante os três meses de verão na Suécia, junho, julho e agosto, saem muitos carros antigos pelas estradas. Em vários lugares tem encontros ”fixos” onde tudo mundo na área sabe que, se não chover, vem bastante carros interessantes para ver, e gente para conversar.

Um lugar assim fica em Trollhättan (uma hora de carro de Gotemburgo) no Slussarna (eclusas, onde se levanta barcos de um nível de água até um outro). Então, toda quarta-feira, nas horas depois do trabalho, vêm bastante carros e motos.

Semana passada fui para lá com a minha Ducati 1981. Era uma tarde bonita com sol, e tinha bastante gente. A variedade de carros era boa.

Eu levei uma câmera pequena e simples para tirar algumas fotos turísticas. Vejam:

Indigo 3000, carro sueco feito em 1996-97. Só 40 e poucos foram construídos antes da empresa falir. Ainda um pouco do site deles está vivo: http://www.jossecar.com/specifications.html

O carro tem bastante peças do Volvo 960 por dentro, incluido o motor 3-litros de 6 cilindros em linha. A carroceria é de compósito plástico reforçado com fibra de vidro.




O "morro inglês". Aqui entusiastas de Jaguar, MG, Morgan, Triumph, TVR etc. estacionam os carros deles.



Uno 001. Um único carro feito em 1989 por uma pessoa que se chama Uno. Tudo feito à mão com chapas de aço. O carro ficou bastante pesado mas o motor lá atras é um Saab 900 turbo 16V com bastante potência.



Rolls-Royce 1934. Em Trollhättan há uma empresa que faz restaurações de Bentley e Rolls, veja: http://www.rohdins.se/ Esse carro tem dono norueguês e ele era para levar o carro embora no dia seguinte. Por que ele não quer ter o Spirit of Ecstasy em cima do radiador, não sei.



Volvo ÖV4, 1927. O primeiro Volvo tem o apelido "Jakob" mas ninguém sabe por quê. O motor é de 4 cilindros em linha, 1944 cm³ e 28 cv a 2.000 rpm. Velocidade máxima 90 km/h, mas era recomendado dirigir a 60 km/h. Freios dianteiros não tinha, não. Ao lado do Volvo há um Saab 900 conversivel de primeira geracão (86 a 93).



No caso de ter muita neve (nunca vi no verão) e você fica parado, deve ter bom ter esquis…



Tinha vários Saab 92 neste dia. Interessante ver um com pintura original e gasta, ao lado de um restaurado e ”perfeito”.



Esse Saab Sonett é uma réplica dos primeiros 6 Sonettes que foram construídos em 1956. Muito parecido com o original por fora e por dentro. Na foto, é so a repetidora do pisca na lateral que diz que é uma réplica (a repetidora é algo que um carro “novo” tem que ter agora).



Amilcar 1927. De longe e com essa cor, a primeira vista parece um Bugatti de miniatura. Mais de perto dá para ver que ele é bem diferente. Também é carro francês. Motor de 4 cilindros em linha, válvulas laterais, 1.078 cm³ e 35 cv. Pesa 730 kg, três marchas e três bancos para sentar.



Carros americanos da época 50, 60 e 70 são bastante populares na Suécia e tem muitos em qualquer encontro. E modernos tambem tem… Viper de última geração, Corvette Z06 etc.



Um hot rod mesmo, com duas suequinhas do lado… A lei na Suécia permite carro “feito em casa” mas tem que passar várias inspeções e seguir regras apropriadas sobre carros feitos assim.


Motos também tinha. Aqui uma “Chopper” muito bem feita.


E aqui a minha Ducati 900 MHR no lado de uma Norton.


HJ

O post do Bob sobre sua experiência em competições com os radiais Dunlop SP calhou com a chegada em casa de um livro antigo que há muito queria ler: "Automobile Tires" de L.J.K. Setright, escrito em 1972. Trata-se de uma deliciosa explicação "para leigos" de como funciona um pneu, que além de ser até hoje atual, se aprofunda o suficiente para que até um especialista aprenda coisa ou outra.
Sinto muita falta de Setright a respeito de pneus. Ele sempre me mantinha atualizado nas últimas novidades por sua coluna na revista CAR inglesa, e desde que ela parou, me sinto perdido quando escolho um pneu moderno...
Mas voltando ao livro, o mais legal é que, sendo o ele contemporâneo do Dunlop SP, encontrei duas fotos deste pneu no capítulo "Tread design" (desenho da banda de rodagem), que reproduzo aqui com tradução do texto. De particular interesse é a explicação do nome "aquajet" que o Bob gostou: na verdade é um sistema de grande engenhosidade para ajuda a drenar água de debaixo do pneu. Olhem que interessante:


"Peculiar ao SP Sport é o aquajet, um túnel conectando o canal de escoamento água externo da rodagem com a borda do pneu, para criar uma drenagem positiva pela lateral sem interromper a continuidade da nervura mais externa. A foto insertada mostra a abertura de saída de um aquajet, em maior escala."


"Esta foto foi tirada através de uma placa de vidro com um flash de 2 nanosegundos, enquanto o carro passa sobre a placa a 30 mph (48,3 km/h) através de um filme de 2 mm de água colorida. O pneu é o radial Dunlop SP68, de quem a água pode ser vista fluindo e sendo descarregada na espuma atrás da área de contato com o solo. Na foto original, colorida, a água pode ser vista ocupando todos os canais e aberturas na rodagem, mas mesmo aqui, em preto e branco, é evidente o completo contato da superfície do vidro com a borracha preta da rodagem."
MAO
Nos tempos modernos não somos mais seres humanos. Agora somos seres consumo. Explicando melhor, somos o que consumimos. Alguns discordam de mim e insistem que consumimos o que somos. Não é verdade!

Se nesse mundo automotivo tem algo que gosto de fazer é observar as propagandas de carros. Já participei de alguns processos criativos e é quase tudo a mesma coisa, sempre. Primeiro se planeja um posicionamento de produto. Algo que mostra a que o produto veio. Com isso se identifica o público alvo do novo produto. Aí se faz algumas pesquisas e debates com grupos de consumidores. Então alguém tem um insight, ou seja, uma ideia brilhante, que deve cativar os consumidores e fazê-los comprar o novo produto.

Os argumentos usados nas propagandas podem ser racionais, como uma longa lista de equipamentos, ou emocionais, como uma imagem de utilização do produto. O meu lado engenheiro adora a abordagem racional, mas o meu lado mais sensível gosta muito da criatividade de algumas idéias. Posso dizer que existe algo conflitante aí.

Esses dias assisti a propaganda do novíssimo Peugeot Hoggar. Achei-a muito interessante a ponto de pensar sobre como foi o seu processo criativo. Alguém, de um nível bem alto na Peugeot, possivelmente um francês que não sabe nada sobre o mercado brasileiro deve ter feito algumas perguntas.

Francês: Para que serve uma picape tão pequenina?
Subordinado: Para transportar carga.
Francês: Então as pessoas usam essas picapes para trabalho.
Subordinando: Que nada, aqui no Brasil não compramos carros por questões racionais.
Francês: Então é para lazer.
Subordinado: É, mais ou menos.
Francês: Como mais ou menos?
Subordinado: É que as pessoas compram achando que vão fazer muitas coisas. Mas na verdade fazem muito pouco.

Então, as pessoas, no caso de um carro como esse, compram uma imagem projetada sobre aquilo que gostariam de fazer, ou que gostariam que os outros pensassem que elas fazem. Nas pesquisas com os clientes de outras picapes pequenas, como Strada, Montana e Saveiro, alguém deve ter percebido que a grande maioria desses clientes nem deve usar a caçamba. Gostariam muito de mergulhar, cavalgar, pular de paraquedas ou fazer rapel.

Na verdade elas querem um carrinho descolado. Para parecerem descoladas, ou por serem descoladas e querem mostrar isso. Mesmo que isso implique em conviver com alguns inconvenientes de uma picape.

Isso acontece comigo e provavelmente com vocês. Ando de Corolla, mas me projeto numa imagem de um Charger preto com um blower saindo pelo capô e chamas saindo pelos escapes laterais. Razão e emoção dificilmente andam juntas.




Nota: para quem não viu ainda nesse link está a avaliação do Hoggar feita pelo Bob Sharp.

PK