google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Quando o Marco Antonio Oliveira nos mostrou as impressões dele sobre o Corolla, um ponto me chamou atenção. (veja aqui)
Foi a sensação de frente leve em alta velocidade, que o MAO disse ser percebida apenas em velocidades impublicáveis.
Não concordo, e disse isso quando dirigi o carro no retorno a São Paulo.
Já a 130 km/h é bem sensível. Não que cause tensão para quem gosta de dirigir em estrada, mas é mesmo leve.
O MAO vai criticar, dizendo que o sensível sou eu, mas é leve em velocidades normais de viagem. Se é aerodinâmica a causa, não sei. Me parece mais ser sistema de direção com excesso de assistência.
Esse ajuste de comando leve demais, é típico de muitas marcas, que buscam agradar à maioria dos motoristas que nem tem ideia do que significa ser entusiasta de automóveis.
Mesma coisa com pedais muito suaves, com alavancas de câmbio superamanteigadas e pasteurizadas, que não passam a menor sensação de serem a ligação com um garfo que empurra uma luva sincrônica que tem dentes que se encaixam com os da engrenagem. Parecem mais uma colher de pau mexendo um melado quente no caldeirão.
Saudades do Opala com o clec-clec de engate, bem audível.
Acredito que as fábricas devam sim sempre fazer carros que atendam ao gosto da maioria, pois é esse o cliente típico, aquele que entrega seu dinheiro para as manter funcionando. Mas mesmo assim é necessário atender ao entusiasta que gosta e precisa de carros com mais essência de carro, com menos amortecimento de comandos, com uma real comunicação táctil entre mecanismos e membros humanos.
Me lembrei do Opala quanto aos engates ótimos, e me lembro de um Voyage de 1986, com o qual participei do Rali Universitário, há uns quatro séculos.
Um carro interessante, que ia do sublime ao ridículo em alguns quesitos. Descontados os itens carroceria e interior, absolutamente desprezíveis de tão ruins, possuia engates de marcha muito bons, mas alavanca no lugar errado, com o braço batendo no encosto do banco a toda hora, nos engates de segunda e quarta. Pedal de freio hiper-mega sensível. Uma pescoçada a cada vez que a sola do sapato encostava na borracha do pedal. Era apenas o servo-freio, com superdimensionamento, extremamente desagradável. A direção era boa, leve para manobras e bem mais pesada em velocidade, como de hábito nos carros da década de 80, e que o excesso de gordura dos requisitos de segurança matou.
Se fossem corretamente desenvolvidas nessas características de sensibilidade de comandos, os Gols/Voyages/Saveiros e Paratis teriam sido grandes "carros de entusiasta", já que eram um bocado bons de curva.
Como sempre foi hábito da indústria automobilística, analisa-se carros dos concorrentes para descobrir onde se está desperdiçando dinheiro. Algumas poucas empresas, além dessa atividade, avaliam a fundo os carros antes de desmontá-los. Nessas avaliações, descobrem que há tesouros enterrados que são trazidos à tona apenas por conhecedores. Se a empresa for séria e comandada por gente que se importa com o prazer de dirigir, copia-se o que é bom relativo à dinâmica do veículo, aproveitando idéias para tornar o carro que se desenvolve mais agradável.
Se o objetivo é apenas reduzir custos, algumas características boas são ignoradas, porque se define que o cliente típico da marca não gosta delas, e se permanece com os mesmos desagradáveis erros por anos a fio.
Mas o Corolla melhorou muito, apesar de estar a alguns bons passos da perfeição. Silencioso de motor, em estrada, é bem audível quando se muda de asfalto para concreto e vice-versa, mostrando que entra pouco ruído de motor e vento, mas que o ruído de rodagem (contato pneus-solo) não está bem isolado.
A carroceria atual tem um desenho que me agrada, apesar de muita gente achar que é carro de velho. Ao lado do principal concorrente, o Honda Civic, o Toyota mostra um perfil de carro, diferente do Civic, que é quase, mas quase mesmo, um monovolume achatado, ou, se preferirem, uma minivan pisada.
Sim, o Civic é mais "driver's car", que pode ser traduzido como um carro para quem gosta de dirigir, porém, mais coisas me incomodam nele do que no Corolla, quando tudo somado.
Falta à Toyota uma versão entusiasta desse ótimo carro. Já passou a hora de eles comprarem um Focus e copiar as boas características.
JJ

No caso de alguém viajar para a Alemanha, há um passeio imperdível: o circuito Nurburgring. Mas, onde é? É bom saber o quê para ter condições de dirigir lá? Dá para dirigir como o 599xx no post de 24 de abril ?
O primeiro erro que eu vi gente fazer é ir para Nüremberg e perguntar: cadê o circuito? Nada de Nüremberg, é Nürburg. Um castelinho que tem em poucos mapas.
Então, vá para Koblenz, 2 horas de Rüsselsheim (Opel), 1 hora de Colônia (Ford). Normalmente o circuito fica aberto nas tardes normais, entre 5 da tarde até 7, por aí. Depende do sol etc. Os horários estão no site deles: nuerburgring.de (observe o ”ue”), procure ”Öffnungszeiten Touristenfahrten Nordschleife 2010”. Lá tem os horários. É bom olhar um dia antes de ir só para saber se nada foi mudado.
Chegando em Koblenz tem que continuar a dirigir para Trier, na estrada 48, e depois aparecem placas "Nürburgring", onde se sai para andar nas estradas menores para chegar ao circuito. Se alguém vem do Norte tem placas lá também. Qualquer coisa, tem mapas no site , veja ”Anfart”.
Não tem como não encontrar a pista, só que ela é muito grande (tem estradas e casas dentro da pista) e ao lado tem a pista moderna também. Há estacionamentos grandes, perto da arquibancada principal e o hotel grande, mas não vá lá.
Procure uma entrada pequena na estrada reta. Tem três estradas paralelas, uma pública fora, a pista, e uma outra pública dentro. Tem placas em alemão, esqueci o que está escrito, mas a entrada fica no meio daquela estrada pública de dentro.
Antigamente a entrada era no lado de uma arquibancada alta e se entrava na pista onde o 599xx começou a volta dele. Desde alguns anos não se entra por lá mais.
Na entrada nova tem uma casinha. Estacione o carro no lado ai e vá até a máquina parecida com as de estacionamento e pegue um bilhete. Uma volta na pista (20 e poucos km) custa 20 e poucos euros. Acho que o preçco para 4 voltas é uns 75 euros. Se paga com euros ou MasterCard /Visa. Com um bilhete na mão se volta para o carro. Não, primeiro é melhor ver uma placa de informações. Acho que tem em inglês também. Lá estão escritas as regras de seguranca, como: "Não se pode parar na pista, não pode filmar, tem que usar cinto (e luz, não lembro), como se ultrapassa outro veículo", coisas desse tipo.
Eu tambem fiz mas uma coisa. Fiquei lá uns 15 minutos para ver quem saía para a pista na frente. Se saem carros ”rápidos” é tudo tranquilo. Se sai algo bem vagaroso, tem que ter cuidado ou esperar uns 15 minutos para não chegar na traseira dele em uma curva sem visibilidade. Outra coisa, é bom calibrar os pneus do seu carro antes de sair. Depende do carro, mas umas 2 libras a mais é bom ter. Tanque cheio, tambem, vou contar mais depois.
Então, é hora de entrar na pista. Vai pela cancela, a barra que se levanta como se fosse um estacionamento público, coloque o bilhete na fenda, tira, e a barra se levanta.
Agora vamos, com mãos suando e coração batendo mais rapido! Sai-se num lugar bastante reto, onde o 599xx passou nos 6:25 – 6:30 no filme. Agora! Pode-se acelerar tudo, frear tão forte quanto der, deslizar nas curvas, pneus cantando. Mas olhe bem nos espelhos, mantendo uma linha que dê para entender para os outros. Se vai ser ultrapassado por Porsches e Ferraris, pode ser que você pode passe algum BMW ou Opel.
Como dá para ver no vídeo, são tantas curvas e são muitas descidas (até a ponte em 2:46 no vídeo) e depois se começa subir de novo. Chegando ao final da primeira volta você vai entender como é dificil fazer um bom tempo no ring. Tem tantas curvas e em cada curva na primeira volta, você faz algum erro, ficando fora da linha correta, freando cedo demais, ou tarde demais, fora da linha de novo, marcha errada para velocidade de saída.
Então, com um carro comum na Europa com uns 150 cv, ou mais um poco, pode ser que a primeira volta fica em uns 11 minutos por aí. Ai, ai, nada fácil.
Pare um pouco no estacionamento para resfriar os freios e contemplar um pouco sobre a situação, ou babar nos outros carros no seu lado.
A coisa mas importante é ter uma linha melhor. Agora, vamos sair de novo. Linha melhor, não acelere demais, chegue ”tranquilo” à curva para fazer o máximo na saida. Ah-ha, essa compressão bacana no ponto baixo em Fuchsröhe. E, oops, aqui vem essa curva forte. E as subidas onde se tem que ficar com o pé bem embaixo, curva ou não, para não perder velocidade com motor fraco. Era para direita ou esquerda aqui ?…
No final do segunda volta, se olha no relógio, puxa, 30 segundos menos, e eu usei o menos acelerador! Como a trajetória é importante!
E assim se pode continuar uma tarde inteira neste lugar. Superbacana!
Se os freios do seu carro não ficaram totalmente gastos das primeiras voltas, dê mais, só que não pode esquecer de ver o nível do tanque. A última vez eu andei lá com um Corsa OPC, uns 190 cv. Na pista ele fez uns 3,5 km por cada litro de gasolina. Uns 6 litros por volta.
Os pneus tambem se gastam bastante, não medi, mas caem pedaços pequenos dos pneus, acho que gasta bastante.
Que carro se pode usar se você está de férias ou a trabalho na Alemanha? Carro alugado não é bom usar. Avis, Hertz etc dizem que não se pode usar um carro deles em pistas.
Comprar um carro para depois vender deve ser meio complicado se você não tem um amigo lá que pode te ajudar. Melhor é ter o amigo muito bom com carro bacana, ou ter condições conseguir um emprestado da GM, Ford ou VW (não se precisa dizer que tipo de “turismo” se vai fazer aquela tarde). A última opção é alugar um carro na pista mesmo. Mas é muito caro. Veja no site deles.
Quando se acabou de andar na pista, é legal ver os outros carros no estacionamento ou andando. Quando fecham, você vai estar com fome. Não come alguma cosa simples no lado do circuito. Vá em direção a Adenau. Se vai pela direção norte, descendo pela ponte baixa, mas usando estradas públicas, continue em baixo da ponte e depois de alguns quilômetros chega Adenau. Tem uma pequena praça com alguns restaurantes bons. Em maio, dois anos atrás, quando dirigi aquele Corsa, encontrei bastante suecos -- estranho, porque era uma terça-feira normal. Muitas conversas e histórias divertidas, uma ótima tarde numa terça-feira na Alemanha depois do trabalho.
Vá lá, você tambem!
HJ
O Milton Belli postou sobre o privilégio que teve de andar em Interlagos de carona num Sting Ray 63, Split Window, pilotado pelo Bob. Bom, o carro é de um amigo, cujo nome não estou autorizado a dizer, mas conheço bem o veículo, pois já o guiei algumas vezes e em diferentes ocasiões. O motor é um 327 com 300 cv. Está em perfeita ordem e a folga na direção foi corrigida. Os freios são a disco nas quatro, um opcional que surgiu posteriormente a 63, mas que poderia ser colocado nesse modelo, o que foi feito.
Em outra ocasião, que não essa da Quatro Rodas Experience, eu o guiei em Interlagos e o freio deu fading no fim da Reta Oposta, na freada para a Curva do Lago. Nessa freada, começou freando bem, mas em seguida empastou. Como sei que não se deve abusar de carros antigos, principalmente se ele não for seu, eu não vinha no talo, e como essa curva é bem largona, tudo bem, sem sustos.
O Sting Ray 63 é um carro fantástico, motor torcudo que mal sente a Subida dos Boxes, suas saídas de curva são de escorrer baba da boca, seu equilíbrio nas curvas é tranquilizador. Os galhos são os freios duvidosos e a direção excessivamente desmultiplicada. Ambos defeitos de fácil correção. Os freios estavam bons, mas originais. Hoje, com um novo sistema, coisa que deve haver nos EUA, ele fica jóia.
Quanto à direção, troca-se a caixa e boa. O galho da direção é que ela é tão desmultiplicada -- por não ter assistência hidráulica ele tem que ser assim para não ficar muito pesada -- que você não tem como corrigir escapadas de traseira, o que é moleza acontecer tal a potência que esse V-8 de uns 50 mkgf.despeja logo em baixa. Então, quando você corrige pra cá já era pra ter consertado de lá. Fica aquela lambança. Quanto à dupla dinâmica Bob/Milton ter passado o Dino, tudo bem, passou, porque eu estava tocando o Dino e os únicos carros que me passaram foram essa dupla aí e um Mustang de 450 cv, e passaram batido na Subida dos Boxes, porque no Miolo não levaram não, porque eu com aquele Dino estava o capeta, mas eu me policiava porque prometi ao dono que não passaria das 5.000 rpm, quando a faixa vermelha do V-6 começava nas 7.000 e alguma coisa.
Se me dessem autorização para usar essas 2 mil rpm aí esses dois iam ver o que era bom pra tosse. Fiz uma matéria para a Car and Driver Brasil que foi um comparativo desse mesmo Sting Ray citado com um Jaguar E-type, em Interlagos. O Jaguar papou. O Corvette tem mais motor, mas o Jaguar tem mais conjunto. Com o Corvette você sua a camisa pra andar forte, já com o Jaguar eu poderia correr uma Mil Milhas pilotando sozinho, tal a docilidade, tal o controle, tal a ergonomia, e é justamente aí nessas horas que a gente sente a diferença de um carro que foi acertado por um excelente piloto, como o Ferrari 308 que foi acertado pelo Lauda, como o Honda NSX que foi acertado pelo Senna.
Depois não sabem por que esses dois carros são tão gostosos de guiar, simplesmente por que a excelência do fator humano é insubstituível e não há computador que saiba fazer isso. É como uma mulher ser projetada por um computador, tudo bem, pode ficar linda, mas gostosa é outra coisa. Tenho algumas fotos desse teste da C and D -- fotos do primo Paulo Keller -- e um filminho que minha filha fez nesse dia, quando saí com ela numa recriação de um Jaguar C-type que apareceu lá de alegre e logo o catei pra guiar. Perdoem por minha filha ter filmado muito a minha cara enrugada, em vez de filmar mais a pista, mas vale a ventania e o som do motor Jaguar de 6-cil, 4,2-litros, com uns 300 cv (o original tem 265 cv, mas esse tá mexidinho).
Reclamem da filmagem com a minha filha, a Guga. O namorado dela, o Rodolfo, é esse italianão azedo aí saindo do E-type comigo, um cara manso, mas bom de pancadaria. o Rodolfo só é ruim de se rumo e nessas estávamos parados na área de escape do Laranja e dei uma bobeira na hora deles irem embora de Uno os vi saindo na contramão da pista, indo pra Curva do Lago, como se ia antigamente, os bonitinhos. Gritei feito uma onça no cio para os avisar. Escutaram, graças a Deus, e fizeram a volta! Haja paciência com essa moçada!





Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.


(Aproximem-se todos,
De onde quer que venham
E admitam que as águas
Ao seu redor estão crescendo
E aceitem que assim, logo afogarão
Se o seu tempo aqui
Vale a pena ser salvo
Então é melhor você começar a nadar
Ou você afundará feito uma pedra
Porque os tempos estão mudando)

The Times They Are A-Changin’ (ouça o trecho acima aqui) foi composta pelo grande Bob Dylan em 1963 como uma canção de batalha. Como um dos porta-vozes da geração que mudou o mundo nos anos 60, Dylan fez esta música para passar o claro recado de que os jovens iriam sim, mudar a sociedade, de forma completa e inevitável. Quando dizia estas duras e proféticas palavras, soava aterrorizante para os pais de família tradicionalistas da época, e deixava claro que lutar contra esta mudança era fútil. Colocava medo no coração do inimigo, e inspirava os combatentes, como deve ser em uma canção de batalha. Ainda sinto um arrepio na espinha ao ouvir esta música, mesmo tendo nascido muito tempo depois de seu aparecimento nas rádios mundo afora.

E o recado continua atual. Vejam por exemplo a crescente exigência para que os automóveis poluam menos; ela chega como uma necessidade tão grande que faz gente muito inteligente tentar viabilizar coisas tão absurdas como o velho carro elétrico. Por mais que seja bobagem achar que muita diferença faça limpar ainda mais os escapamentos (já são limpos pacas hoje em dia), ah, os tempos estão mudando... Esse movimento já é inevitável, por mais idiota que seja. Medo atinge o coração do entusiasta! Melhor começarmos a nadar ou afundaremos, feito pedra. Malditos hippies verdes modernos!