google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
"No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade americana de Nova York, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas)."
Nada mais justo que essa reverência e homenagem à mulher  O AUTOentusiastas cumprimenta todas as mulheres, especialmente suas leitoras, nesse seu dia tão especial.
AE
Imagem: tvrealtime.worldpress.com
O título deste post é o nome de um quadro na seção de humor da revista O Cruzeiro, que circulou de novembro de 1928 a julho de 1975 e foi uma das mais importantes publicações semanais nacionais. No quadro em questão havia citações típicas de falsa cultura como, por exemplo, "Os romanos ficaram famosos pela construção de aquedutos, viadutos e oleodutos".
Pois nada melhor que esse título para ilustrar o que foi exibido hoje no programa Auto Esporte, da TV Globo.
Ontem já haviam sido feitas várias chamadas para o programa, mas uma das atrações prometidas chamou minha atenção, o problema de se pular marchas. Assim, e curioso, cuidei de não perder o já tradicional programa dominical que trata de veículos. Parece que eu estava adivinhando que havia besteirol a caminho.
O que foi dito de bobagem, que pular marcha acabava com a embreagem, que forçava o motor, que poderia danificá-lo, impressionou-me. Como pode? Um programa especializado em veículos exibido na principal emissora de tevê do Brasil! Especialistas que supostamente deveriam ter conhecimento da matéria dando explicações e conceitos totalmente furados!
Ainda misturaram estação, com os danos à embreagem por arrancar em segunda marcha, o que fugia inteiramente do assunto.
É inaceitável que desconheçam o fato de o câmbio manual do Corvette Z06 pular automaticamente de primeira para quarta sob determinadas condições, de maneira a reduzir emissões de gases pelo escapamento.
Como assim, pular marcha é prejudicial? A Saab, coisa de dez anos atrás, chegou a criar  e divulgar seu método "1-3-5", pular a segunda e a quarta para economizar combustível, com total embasamento técnico!
Esse tipo de coisa vista hoje me dá um desgosto danado...
BS

Esses dias houve uma discussão entre nós aqui do AUTOentusiastas sobre um carro que desde seu lançamento, vem gerando uma certa polêmica: o BMW X6. Há argumentos favoráveis bem como os desfavoráveis para o X6.

Ao seu favor, questões de design como a "nova" linha de carroceria para um utilitário esportivo e bons números de venda se considerarmos o valor de mercado do carro, que não é pequeno. Não vamos entrar em considerações como o novo X6M, a versão mais potente do X6, que este já é um pouco diferente a abordagem. Não vejo uma boa justificativa para se comprar um X6. Gosto muito de BMWs no geral, mas esse ai não colabora para gostar dele. É um carro basicamente esnobe, pois é menos prático e mais caro que os rivais.

A ideia de se ter um SUV era para possibilitar o uso urbano e também em terrenos fora de estrada, condição verdadeira para quem mora em regiões de interior, próximo ao campo, caso de utilização quase inexistente no nosso mercado. Neste ponto, o X6 já deixa a desejar sua capacidade de enfrentar uma terrinha e um barranco, pois os pneus esportivos são lisos demais para o piso e não há opção de marcha reduzida. Ponto para o Range Rover Sport, que é reconhecido como um dos melhores neste quesito off-road. E no modelo 2010, há a versão V-8 de 5 litros com compressor, que faz o RR Sport comparável em desempenho ao X6, mas com a vantagem de ser mais espaçoso e poder andar fora-de-estrada.



Ainda há pessoas que escolhem o carro pois ele é "mais alto" e "a posição elevada de dirigir ajuda no trânsito". A posição elevada do X6 ajuda só se for para aparecer mais no meio dos outros carros e mostrar que pode gastar mais num carro maior que o seu. Desta forma, outras pessoas vão olhar o dono do X6 no trânsito e vão pensar de cara "olha lá, mais um metido a besta com esse tanque de guerra", e já vão criar um sentimento imediato de desgosto.

Seu irmão menos estranho, o X5, oferece mais espaço interno para pessoas e bagagem, e ocupa menos lugar na garagem, sem falar na economia de dinheiro equivalente ao valor de um hatch médio como um Fiat Punto. E claro, o X5 é mais econômico também, logo, o X5 parece ser um melhor negócio se a procura é de um carro familiar maior. Mesmo assim, em 2009, o X6 vendeu 15% a mais que o X5.

Já falamos antes da boa qualidade dinâmica do X6, que mesmo pesando um pouco menos que um elefante e com centro de gravidade tão alto quanto, consegue fazer curvas bem. O sistema de tração xDrive é excelente, dirigi um X5 equipado com este sistema em superfícies (asfalto e concreto, não na terra nem na grama) de péssima aderência, e o sistema ofereceu o controle necessário para tracionar exatamente o necessário, nem a mais, nem a menos. Digno de elogios. Em estradas boas, lisas, o X6 vai bem. Mas ainda é como ter um búfalo adestrado. Ele sabe dançar, mas o trabalho que deu para aprender vale a pena o investimento?

Mas se o propósito é fazer curva bem, por que não comprar um 550i Touring? Não é carro de importação regular da BMW no Brasil, mas seria uma opção. O porta-malas é ligeiramente menor, mas é do tamanho de um carro civilizado, bem resolvido, mais econômico e muito mais barato. E anda tão bem em aceleração ou mais que o X6. Então por que não pensar no M5 Touring?  Anda muito mais que o X6 e oferece o mesmo espaço interno, por um tamanho externo menor. É consideravelmente mais cara que o X6 normal, mas se ai for comparar com o X6M de desempenho semelhante, é mais barata. Como já havia comentado anteriormente sobre esse tipo de carro, os station wagons de alto desempenho hoje em dia me parecem a melhor opção, pois são tão rápidos e dinamicamente acertados quanto os sedãs similares, com mais espaço interno e praticidade, e ainda podem ser usados todos os dias, tanto se o dia for no autódromo como no supermercado.

Sendo assim, ainda me pergunto. Para que comprar um X6?

MB

Sou um engenheiro por profissão, e durante a grande parte de minha vida participei de projetos de automóveis e caminhões. Se existe alguma coisa que aprendi neste tempo todo, foi que se existem duas formas de fazer uma coisa, a mais simples é a melhor.
E é este um dos motivos porque considero o V-8 Chevrolet moderno o melhor motor já criado para um automóvel. O V-8 de bloco pequeno original, de 1955, já era um motor sensacional. Praticamente, para a época, um motor de corrida para as ruas. Mas a nova série LS, lançada em 1997 no Corvette C5, tornou-o sem paralelos. De grande cilindrada, mas pequeno e leve por fora, o V-8 Chevrolet é também simples, barato e eficiente. A forma mais fácil, leve, barata e simples de conseguir mais de 400 cv.
E não digo isto por alguma afinidade com V-8 americano. O LS (abaixo) é um motor moderno, criado para este milênio, e só tem em comum com os V-8 do passado a configuração básica. Totalmente em alumínio, o LS é tão compacto e eficiente em relação à sua cilindrada que praticamente torna obsoleta a relação de potência específica como parâmetro de comparação de eficiência de um motor; simplesmente não existe motor moderno melhor na relação peso-potência.
Por causa disto (e do fato que em mais de 10 anos de produção se tornou comum nos EUA) entre os hot-rodders americanos o motor já é ultra-popular, e minha previsão do futuro é que, como o small-block Chevy original acabou com o V-8 Ford de cabeça chata, o LS substituirá o small-block original em breve como o motor mais usado por esta tribo.
E quão pequeno é um V-8 LS? Todos sabemos que desloca entre 5,3 e 7 litros, mas fisicamente poucos tem ideia exata da dimensão dele, e muitos ainda acham que é um “enorme motor americano”, olhando a cilindrada apenas.
Lembrei disso ontem, quando escrevia sobre o 911 V-8 que a Ruf começará a vender em 2011. Muitos comentaram que seria um absurdo, uma monstruosidade. Outros, que um V-8 num 911 é um sacrilégio, que não é a configuração ideal.
A Porsche mesmo quase lançou um 911 V-8. Quando começou a desenvolver a família que resultaria no Boxster e no 997, imaginou usar um V-6 (Boxster) e um V-8 (911) derivados do V-8 de Fórmula Indy da companhia. O 911 V-8 era supostamente muito superior ao seis contraposto que acabou sendo lançado, mas acabou sendo descartado por motivos nada técnicos: a Porsche sabia que seria difícil convencer o público que um V-8 lá atrás era completamente viável.
Mas bem antes disso, americanos donos de 911 (bem como 924, 944, 928 e 914.), quando enfrentavam a alta conta de reparo dos motores originais de seus carros, acabavam por trocar seus motores por V-8 Chevrolet small-block. Para os outros Porsches de motor central ou dianteiro, a troca é bem vantajosa, mas devido ao peso mais alto do bloco de ferro fundido do V-8 Chevrolet, os 911 pioravam em comportamento. Apesar disso, essas conversões se tornaram bem comuns, inclusive resultando em companhias que ainda prestam este serviço, a mais famosa sendo uma empresa de Las Vegas chamada Renegade Hybrids (http://www.renegadehybrids.com/).
Mas quando chegou o novo Chevrolet LS, a coisa mudou de figura. A Renegade informa que um LS pesa menos que um contraposto Porsche refrigerado a ar de 3,0 litros! Hoje em dia a vasta maioria das conversões da empresa usa o LS.
Vejam nas fotos como a instalação é limpa. O motor Chevrolet é como um pacote de força contido em si mesmo; simplifica sobremaneira o cofre do motor do 911. Se você alguma vez teve que reparar algo em um 911, poderá entender o quão mais simples e tranquilo esse V-8 é em comparação. No 911 original, não sobra espaço nenhum ali!!!
Sim, o centro de gravidade do motor sobe. Mas mesmo nisso o V-8 LS é genial: com seu comando no bloco, é também um dos V-8 de CG mais baixo que existe. Não deve ser assim tão mais alto que o seis contraposto da Porsche. Mas sim, há uma diferença.
É claro que esses híbridos não serão tão bem desenvolvidos como os Porsches originais, ou mesmo como um Ruf RGT 8. Mas a gente não pode deixar de imaginar como seria interessante comprar um 911 zero, bem acertadinho, e montar um LS7 lá atrás (7,0 litros, 512 cv e cárter seco) e desafiar o Sr Ruf para um embate, pela metade do preço do RGT...
Não é ótimo os híbridos estarem novamente na moda?
MAO
P.S.: O nosso AG está fazendo um 944 com um small-block Chevy com cabeçotes de alumínio Edelbrock, a partir de um carro batido que perdeu o motor. Perturbem ele para contar a história toda!
P.S. 2: Abaixo, fotos de 914 com LS. Central-traseiro, lugar onde antes ia um motor VW a ar de 1,7 litro...