google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Esses dias houve uma discussão entre nós aqui do AUTOentusiastas sobre um carro que desde seu lançamento, vem gerando uma certa polêmica: o BMW X6. Há argumentos favoráveis bem como os desfavoráveis para o X6.

Ao seu favor, questões de design como a "nova" linha de carroceria para um utilitário esportivo e bons números de venda se considerarmos o valor de mercado do carro, que não é pequeno. Não vamos entrar em considerações como o novo X6M, a versão mais potente do X6, que este já é um pouco diferente a abordagem. Não vejo uma boa justificativa para se comprar um X6. Gosto muito de BMWs no geral, mas esse ai não colabora para gostar dele. É um carro basicamente esnobe, pois é menos prático e mais caro que os rivais.

A ideia de se ter um SUV era para possibilitar o uso urbano e também em terrenos fora de estrada, condição verdadeira para quem mora em regiões de interior, próximo ao campo, caso de utilização quase inexistente no nosso mercado. Neste ponto, o X6 já deixa a desejar sua capacidade de enfrentar uma terrinha e um barranco, pois os pneus esportivos são lisos demais para o piso e não há opção de marcha reduzida. Ponto para o Range Rover Sport, que é reconhecido como um dos melhores neste quesito off-road. E no modelo 2010, há a versão V-8 de 5 litros com compressor, que faz o RR Sport comparável em desempenho ao X6, mas com a vantagem de ser mais espaçoso e poder andar fora-de-estrada.



Ainda há pessoas que escolhem o carro pois ele é "mais alto" e "a posição elevada de dirigir ajuda no trânsito". A posição elevada do X6 ajuda só se for para aparecer mais no meio dos outros carros e mostrar que pode gastar mais num carro maior que o seu. Desta forma, outras pessoas vão olhar o dono do X6 no trânsito e vão pensar de cara "olha lá, mais um metido a besta com esse tanque de guerra", e já vão criar um sentimento imediato de desgosto.

Seu irmão menos estranho, o X5, oferece mais espaço interno para pessoas e bagagem, e ocupa menos lugar na garagem, sem falar na economia de dinheiro equivalente ao valor de um hatch médio como um Fiat Punto. E claro, o X5 é mais econômico também, logo, o X5 parece ser um melhor negócio se a procura é de um carro familiar maior. Mesmo assim, em 2009, o X6 vendeu 15% a mais que o X5.

Já falamos antes da boa qualidade dinâmica do X6, que mesmo pesando um pouco menos que um elefante e com centro de gravidade tão alto quanto, consegue fazer curvas bem. O sistema de tração xDrive é excelente, dirigi um X5 equipado com este sistema em superfícies (asfalto e concreto, não na terra nem na grama) de péssima aderência, e o sistema ofereceu o controle necessário para tracionar exatamente o necessário, nem a mais, nem a menos. Digno de elogios. Em estradas boas, lisas, o X6 vai bem. Mas ainda é como ter um búfalo adestrado. Ele sabe dançar, mas o trabalho que deu para aprender vale a pena o investimento?

Mas se o propósito é fazer curva bem, por que não comprar um 550i Touring? Não é carro de importação regular da BMW no Brasil, mas seria uma opção. O porta-malas é ligeiramente menor, mas é do tamanho de um carro civilizado, bem resolvido, mais econômico e muito mais barato. E anda tão bem em aceleração ou mais que o X6. Então por que não pensar no M5 Touring?  Anda muito mais que o X6 e oferece o mesmo espaço interno, por um tamanho externo menor. É consideravelmente mais cara que o X6 normal, mas se ai for comparar com o X6M de desempenho semelhante, é mais barata. Como já havia comentado anteriormente sobre esse tipo de carro, os station wagons de alto desempenho hoje em dia me parecem a melhor opção, pois são tão rápidos e dinamicamente acertados quanto os sedãs similares, com mais espaço interno e praticidade, e ainda podem ser usados todos os dias, tanto se o dia for no autódromo como no supermercado.

Sendo assim, ainda me pergunto. Para que comprar um X6?

MB

Sou um engenheiro por profissão, e durante a grande parte de minha vida participei de projetos de automóveis e caminhões. Se existe alguma coisa que aprendi neste tempo todo, foi que se existem duas formas de fazer uma coisa, a mais simples é a melhor.
E é este um dos motivos porque considero o V-8 Chevrolet moderno o melhor motor já criado para um automóvel. O V-8 de bloco pequeno original, de 1955, já era um motor sensacional. Praticamente, para a época, um motor de corrida para as ruas. Mas a nova série LS, lançada em 1997 no Corvette C5, tornou-o sem paralelos. De grande cilindrada, mas pequeno e leve por fora, o V-8 Chevrolet é também simples, barato e eficiente. A forma mais fácil, leve, barata e simples de conseguir mais de 400 cv.
E não digo isto por alguma afinidade com V-8 americano. O LS (abaixo) é um motor moderno, criado para este milênio, e só tem em comum com os V-8 do passado a configuração básica. Totalmente em alumínio, o LS é tão compacto e eficiente em relação à sua cilindrada que praticamente torna obsoleta a relação de potência específica como parâmetro de comparação de eficiência de um motor; simplesmente não existe motor moderno melhor na relação peso-potência.
Por causa disto (e do fato que em mais de 10 anos de produção se tornou comum nos EUA) entre os hot-rodders americanos o motor já é ultra-popular, e minha previsão do futuro é que, como o small-block Chevy original acabou com o V-8 Ford de cabeça chata, o LS substituirá o small-block original em breve como o motor mais usado por esta tribo.
E quão pequeno é um V-8 LS? Todos sabemos que desloca entre 5,3 e 7 litros, mas fisicamente poucos tem ideia exata da dimensão dele, e muitos ainda acham que é um “enorme motor americano”, olhando a cilindrada apenas.
Lembrei disso ontem, quando escrevia sobre o 911 V-8 que a Ruf começará a vender em 2011. Muitos comentaram que seria um absurdo, uma monstruosidade. Outros, que um V-8 num 911 é um sacrilégio, que não é a configuração ideal.
A Porsche mesmo quase lançou um 911 V-8. Quando começou a desenvolver a família que resultaria no Boxster e no 997, imaginou usar um V-6 (Boxster) e um V-8 (911) derivados do V-8 de Fórmula Indy da companhia. O 911 V-8 era supostamente muito superior ao seis contraposto que acabou sendo lançado, mas acabou sendo descartado por motivos nada técnicos: a Porsche sabia que seria difícil convencer o público que um V-8 lá atrás era completamente viável.
Mas bem antes disso, americanos donos de 911 (bem como 924, 944, 928 e 914.), quando enfrentavam a alta conta de reparo dos motores originais de seus carros, acabavam por trocar seus motores por V-8 Chevrolet small-block. Para os outros Porsches de motor central ou dianteiro, a troca é bem vantajosa, mas devido ao peso mais alto do bloco de ferro fundido do V-8 Chevrolet, os 911 pioravam em comportamento. Apesar disso, essas conversões se tornaram bem comuns, inclusive resultando em companhias que ainda prestam este serviço, a mais famosa sendo uma empresa de Las Vegas chamada Renegade Hybrids (http://www.renegadehybrids.com/).
Mas quando chegou o novo Chevrolet LS, a coisa mudou de figura. A Renegade informa que um LS pesa menos que um contraposto Porsche refrigerado a ar de 3,0 litros! Hoje em dia a vasta maioria das conversões da empresa usa o LS.
Vejam nas fotos como a instalação é limpa. O motor Chevrolet é como um pacote de força contido em si mesmo; simplifica sobremaneira o cofre do motor do 911. Se você alguma vez teve que reparar algo em um 911, poderá entender o quão mais simples e tranquilo esse V-8 é em comparação. No 911 original, não sobra espaço nenhum ali!!!
Sim, o centro de gravidade do motor sobe. Mas mesmo nisso o V-8 LS é genial: com seu comando no bloco, é também um dos V-8 de CG mais baixo que existe. Não deve ser assim tão mais alto que o seis contraposto da Porsche. Mas sim, há uma diferença.
É claro que esses híbridos não serão tão bem desenvolvidos como os Porsches originais, ou mesmo como um Ruf RGT 8. Mas a gente não pode deixar de imaginar como seria interessante comprar um 911 zero, bem acertadinho, e montar um LS7 lá atrás (7,0 litros, 512 cv e cárter seco) e desafiar o Sr Ruf para um embate, pela metade do preço do RGT...
Não é ótimo os híbridos estarem novamente na moda?
MAO
P.S.: O nosso AG está fazendo um 944 com um small-block Chevy com cabeçotes de alumínio Edelbrock, a partir de um carro batido que perdeu o motor. Perturbem ele para contar a história toda!
P.S. 2: Abaixo, fotos de 914 com LS. Central-traseiro, lugar onde antes ia um motor VW a ar de 1,7 litro...


Todo entusiasta já teve a sensação de que algo falta em seu carro. Todos conhecem este sentimento, que é inevitável para quem conhece um pouco, e pode imaginar maneiras simples de melhorar sua montaria. Uma marcha a mais, um pouco mais de deslocamento e, ah! Se oferecessem este motor na versão conversível...

Para quem gosta de Porsche, especialmente o onipresente 911, desde 1975 existe uma forma de resolver estes problemas: uma pequena empresa, na bucólica e pequena cidade de Pfaffenhausen, que atende pelo o nome de Ruf Automobile.

Se você quer deixar Alois Ruf nervoso, é só chamá-lo de preparador de Porsches. Ruf é um fabricante, dirá ele, com carros homologados como Ruf e não Porsche, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Seus carros são baseados sim em Porsches, mas são Rufs. Mas independente de como você a chame, a pequena empresa tem um histórico fantástico em atender os desejos especiais de porschéfilos.

O pai de Alois Ruf era o dono de uma oficina/posto de gasolina/fábrica de ônibus (não perguntem) chamada Ruf Auto, desde 1939, localizada exatamente no mesmo local que está hoje. Com a morte de seu pai em 1974, Alois, então com apenas 24 anos, viu-se livre para mergulhar em seu hobby preferido (mexer em 911), e ao mesmo tempo tornar aquela grande oficina no menor fabricante de carros da Alemanha, fazendo um 911 melhor do que a própria Porsche.

O primeiro sucesso veio já em 1977, quando aumentou a cilindrada do então novíssimo 911 turbo de 3,0 para 3,3 litros, elevando ao mesmo tempo a potência de 264 para 307 cv. Logo o negócio decolaria, baseado em uma relativamente barata conversão do 911 normal, que basicamente o aumentava de 3,0 para 3,2 litros, e deixava o motor redondo de um jeito que algo feito em série nunca poderia ser. O 911 sempre foi negócio de Ruf; apenas recentemente começou a trabalhar com outros modelos.



Nos anos 80, começou a fabricar uma caixa de câmbio de cinco marchas para o Turbo (que então saía da Porsche com apenas 4), de grande sucesso. Um Ruf Turbo, além disso, podia ser pedido com a carroceria "estreita" do 911 básico (para maior velocidade por ter área frontal menor) ou até mesmo como um targa ou cabriolet, algo impossível se pedido à Porsche. Some-se a isso o fato de que um Ruf era um carro integrado e completo, com garantia, e se vê como a empresa se distanciava dos preparadores usuais. Suspensões, freios, transmissão, rodas e até pneus são desenvolvidos para o carro, como um fabricante de verdade. Apesar de vender componentes e kits, e converter carros existentes para as suas especificações, a empresa entrega também carros zero, com garantia, e com emblemas Ruf onde antes estavam os Porsche.

Mas a fama da pequena empresa receberia o maior empurrão de sua história em 1988, quando a revista americana Road & Track foi para a Europa para tentar descobrir qual era o carro mais veloz do mundo. Ruf compareceu ao desafio com um 911 amarelo, com 3,4 litros, dois turbos e 475 cv, chamado de Ruf CTR, mas apelidado imediatamente de "Yellowbird". Quando a poeira baixou, o carro mais veloz do mundo era o pássaro amarelo, com incríveis 340 km/h.



O Ruf turbo atual (chamado de Rt 12s) tem nada menos que 685 cv a 7.000 rpm, chega a 360 km/h, e pode ser pedido com tração traseira ou nas quatro rodas. Para falar a verdade, acho que se você pedir com jeitinho, e a Ruf sendo como é, Alois é capaz de fazer um com tração dianteira para você. Há ainda a terceira versão do CTR, que agora é baseada no Boxster de motor central, mas é um cupê. Tem nada menos que 700 cv e chega a 375 km/h. Mas tudo isso empalidece frente a o recente lançamento da empresa: o RGT 8. RGT é a sigla usada para os 911 Ruf normalmente aspirados mais potentes.



A pequena empresa de Pfaffenhausen respondeu a uma pergunta que sempre fiz: para onde a Porsche pode realmente evoluir o 911? Os atuais seis cilindros contrapostos estão perto dos quatro litros, ponto a partir do qual é universalmente aceito colocar-se mais uns dois cilindros no motor. Mas um 911 de oito cilindros? Não ficaria muito pesado, pendurado lá na traseira? Bem amigos, prestem atenção na foto abaixo, principalmente para onde aponta o escapamento:

Senhoras e senhores, contemplem um V-8 criado especialmente para o Porsche 911. E não, não é um motor Porsche. É totalmente projetado e construído nas oficinas da Ruf.

Usando tecnologia de competição, e mantendo o motor compacto (inclusive fazendo o acionamento dos acessórios direto, sem correia), Ruf conseguiu um motor que pesa 36 kg A MENOS que o seis contraposto que substitui! E é um monstro: 4,5 litros e 558 cv a 8.500 rpm, todo em alumínio, bielas de titânio, virabrequim plano feito Ferrari, injeção sequencial, duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro dispostas radialmente, e vela central. O cárter é seco, para manter o motor baixo.

A montagem na traseira do 911 ficou perfeita, e a gente pode imaginar como será este motor normalmente aspirado com potência que dá inveja em Porsche Turbo. Imaginem o que acontecerá quando pendurarem dois turbos neste treco. Mil cavalos parecem plenamente possíveis.

Depois dessa, o meu voto é para Alois Ruf para presidente da Porsche!!!

MAO

P.S.: Não é a primeira vez que se coloca um V-8 num 911. A Porsche mesmo já tentou isso no passado. E existe gente que coloca V-8 da Chevrolet lá atrás. Mas ambos são assuntos para outros posts.
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