google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Entre as décadas de 60 e 70, uma série de aviões sem asa foram testados na base aérea de Edwards, na Califórnia. Conhecidos oficialmente como "lifting bodies", foram apelidados carinhosamente de "pedras voadoras" pelos pilotos de testes.
Estes aviões escreveram um capítulo à parte da história da aviação, capítulo este que provavelmente ainda não inteiramente encerrado.
Tecnicamente, uma aeronave do tipo "lifting body" é aquela que dispensa o uso de asas, gerando sustentação através da conformação da própria fuselagem. Em teoria, seria exatamente o oposto a uma asa voadora (como é o bombardeiro B-2), mas estas duas classes de aeronaves possuem muitas tecnologias em comum.
Esta estranha configuração foi pensada para veículos que entrassem em órbita.
No vácuo do espaço, asas seriam um peso morto que os foguetes precisariam empurrar ao custo de muito combustível. Porém, uma vez de volta à atmosfera, um veículo com capacidade de planeio poderia descer como um avião em uma pista convencional, em vez de uma cápsula que desceria sem controle com paraquedas.
Por terem área de sustentação pequena para seu volume e peso, a razão de planeio (relação de quanto a aeronave avança para cada unidade de altitude perdida) era muito baixa, dando a impressão que estava mais caindo que realmente voando, exigindo muita habilidade do piloto de testes.
A má impressão que causavam é que lhes garantiu o apelido de "pedras voadoras" pelos pilotos.
A história destas aeronaves começa 20 anos antes.
Em dezembro de 1941, os Estados Unidos entram na Segunda Guerra Mundial, e a Alemanha sabia que teria de atingir o território americano para vencer a guerra.
O Dr. Eugen Sänger, outro membro importante da VfR (leia mais aqui), planejou o uso de um bombardeiro orbital, o chamado bombardeiro antípoda, para bombardear Nova York a partir do espaço, e com o regresso da aeronave para o território alemão.
O "pássaro de prata" alemão era um avião-foguete, que retornaria à Terra por vôo planado. Qualquer semelhança com o ônibus espacial não é mera coincidência.
Com o desenrolar da guerra, este e outros projetos avançados foram deixados de lado. Com a capitulação da Alemanha, os arquivos com toda série de estudos e seus autores foram capturados por americanos e russos, e a análise do material demandou anos.
Em 1957, vários estudos avançados em aerodinâmica, foguetes e lançamentos balísticos vinham sendo desenvolvidos pelos Estados Unidos. Esta fase foi marcada pelo enorme sucesso com o X-15, que voava a Mach 5 na estratosfera.
O X-15 pertencia a série de aeronaves experimentais "X", era o herdeiro direto do X-1 em sua missão de voar cada vez mais alto e mais veloz.
Neste mesmo ano, os russos colocam no espaço o Sputnik I, o primeiro satélite artificial, colocando em pânico os militares americanos. Do espaço era possível espionar e bombardear o território americano com impunidade, e mesmo outras possibilidades ainda nem tinham sido imaginadas.
Dando continuidade ao trabalho com o X-15 de voar mais alto e veloz, e ao mesmo tempo colocar o espaço ao alcance dos militares, foi criado o projeto X-20, também conhecido como "Dyna Soar".
O X-20 teria a capacidade de fazer uma reentrada planada e controlada na atmosfera, realizando manobras em "S" para dissipar a energia, ao invés da reentrada balística abrupta das cápsulas, tornando o processo muito mais suave.
O projeto X-20 foi cancelado em dezembro de 1963.
Contra ele pesavam o alto custo do projeto e a duplicação de esforços e recursos numa época em que os Estados Unidos estavam atrás na corrida espacial, além da opinião pública contrária a um projeto militar de ocupação do espaço.
Os astronautas que estavam sendo treinados para voar no X-20, a maioria vinda do projeto X-15 passaram para a Nasa, ficando em destaque o nome de Neil Armstrong.
O X-20 não era um lifting body pleno, já que possuia asas, mas serviu de base para esta nova geração de aeronaves.Seu cancelamento em estágio avançado foi um duro golpe. O X-20 estava pelo menos 10 anos à frente das cápsulas Gemini e Soyus desenvolvidas pelos dois lados.
Ainda em 1963, aparece o primeiro lifting body, o M2F1.
Esta aeronave experimental foi contruída numa garagem, e seus primeiros testes de voo foram feitos por reboque com um automóvel, evidenciando a origem singela do projeto.Voos posteriores foram feitos por reboque por um avião monomotor, tal e qual um planador.
O M2F1 fez 77 vôos com grande sucesso, sendo cinco deles com o piloto Chuck Yeager. A ideia foi comprada pela Northrop, que criou uma versão mais avançada e pesada, o M2F2.
Carregado sob a asa de um B-52, o M2F2 era lançado em vôo planado, da mesma forma como era feito com o X-15.
O M2F2 realizou 16 vôos planados, mas antes que fosse feito um teste com foguete de aproximação final de pouso, o piloto Bruce Peterson sofreu um acidente.
Como parte das atividades do voo, ele induziu oscilações de rolagem, das quais ele se recuperou sem problemas. Entretanto, ao chegar na aproximação para a pista, percebeu que estava em rota de colisão com o helicóptero de resgate. A manobra o tirou do alinhamento da pista, e ele teve de pousar em terreno acidentado, capotando seis vezes.
A volumosa estrutura do M2F2 o protegera do acidente, mas ele feriu a mão esquerda e perdeu o olho direito numa infecção hospitalar.
A história do acidente do M2F2 e os ferimentos do piloto inspiraram o motivo do seriado de TV "The Six Million Dollar Man" (no Brasil, "Cyborg - O Homem de Seis Milhões de Dólares"), e imagens do voo e do acidente foram aproveitadas na abertura e no episódio de estreia do seriado. Entretanto, a aeronave mostrada sendo lançada do B-52 é a do HL-10.
Estas são as mais populares imagens dos lifiting bodies.
O M2F2 acidentado foi recuperado, quando aproveitou-se para instalar mais uma deriva central para melhorar a estabilidade lateral. Este aparelho reconstruído recebeu a designação de M2F3.
O M2F3 mostrou-se superior em estabilidde e manobrabilidade ao M2F2 que lhe dera origem.
Outra importante modificação, implementada posteriormente, foi o uso de um stick de controle, posicionado lateralmente, como tem sido usado hoje em aviões comerciais como os Airbus e Embraer.
Outro projeto relevante da Northrop durante o mesmo período foi o HL-10.
Este lifting body foi o que voou mais rápido (o único entre os originais a ultrapassar a barreira do som) e o que voou mais alto. De todos os lifting bodies, foi o mais significativo na coleta de dados que serviriam posteriormente para o projeto do ônibus espacial. Seus testes evidenciaram principalmente que o futuro ônibus espacial poderia dispensar qualquer tipo de propulsão para auxiliar o vôo planado de retorno.
Enquanto o a Northrop trabalhava nos M2F2/M2F3 e HL-10, a Martin Marieta, divisão da Boeing contratada a construção do X-20, enveredou por outra linha de testes.
Seus projetistas imaginaram uma aeronave com aerodinâmica estabilizada por um efeito similar ao de uma peteca. O resultado foi um lifting body bulboso.Porém, antes de construir o lifting body, a Martin Marieta fez testes com uma miniatura instrumentada que foi impulsionada por um foguete em trajetória balística e posterior resgate no ar por um avião Hércules especialmente adaptado.
O objetivo era verificar as qualidades do desenho em uma condição real de manobra durante a reentrada na atmosfera.
Esta miniatura, designada SV-5D pelo fabricante é conhecida oficialmente como X-23A Prime (Precision Reentry Including Maneuvering reEntry). Três unidades foram testadas, sendo que as duas primeiras se perderam no Oceano Pacífico por falhas nos paraquedas. A terceira funcionou plenamente e foi resgatada.
O X-23A testou uma configuração de escudo térmico de cerâmica para reentrada, montado na aeronave como uma luva. A análise do terceiro veículo de provas pelo pessoal da Nasa indicou que ela "estava pronta para novo uso" após o voo.
Após os testes do X-23A, o mesmo desenho foi utilizado para criar o X-24A.
O último dos lifting bodies originais foi o X-24B. Seu objetivo era testar novas formas aerodinâmicas mais adequadas para a fase de reentrada, com fundo plano.Apesar de visualmente muito diferente, o X-24B é o mesmo X-24A reconstruído para as novas formas. Os testes com o X-24B terminaram em 1975, e serviram para definir vários detalhes aerodinâmicos do ônibus espacial.
Com o fim destes testes, termina a história dos lifting bodies originais.
Além de testarem configurações aerodinâmicas não convencionais, eles serviram de laboratório para tecnologias inovadoras de diversas áreas, como os controles assistidos tipo fly-by-wire.

Porém, eles deixaram uma herança. Outros projetos posteriores, todos cancelados ou que não passaram da fase de protótipo. São desenhos que retornam de forma recorrente, mostrando a força do conceito.
Os principais projetos posteriores, dignos de menção foram:
- O russo Mig-105 Spiral
- O europeu Hermes, para que os países da comunidade europeia pudessem alcançar por conta própria a estação espacial "Alpha", depois batizada de "Freedom".
- O X-33 Venture Star, escolhido como substituto para o ônibus espacial e posteriormente cancelado:
- O X-38, que deveria ser um "bote salva-vidas" para a tripulação da estação espacial internacional:
Fato curioso sobre o X-38 é que seu projeto é uma adaptação do projeto do X-23A/X-24A. Sendo um desenho já testado e aprovado tanto na reentrada como no planeio final, este reaproveitamento tornou o projeto muito mais rápido e barato.
Agora o programa espacial americano chegou a uma encruzilhada. Ele passa por contínuos cortes de verbas da Nasa e a aposentadoria dos ônibus espaciais sem que um substituto tenha sido escolhido e fabricado.
No fim do governo Bush, o programa passou por uma reformulação, deixando a estação espacial internacional de lado e voltando-se novamente para a Lua. Para tal, foi apontado um substituto baseado em uma cápsula semelhante à Apollo, porém maior, chamada Orion.
Agora o governo Obama aponta para um desmantelamento da Nasa e incentivo para que a iniciativa privada crie e mantenha uma frota de espaçonaves.
O futuro está completamente em aberto.E nada impede que as pedras voltem a voar, mais rápidas e mais alto do que nunca.
AAD
"(Tenho pensado cada vez mais sobre isso e começo realmente a me incomodar com essa disparidade. Não somos ricos, carro não é luxo e teremos que pensar muito seriamente sobre o futuro que queremos. Um dia a maré muda. Argentina, Chile e México tem carros a 50% do que pagamos aqui. Não podemos ser tão diferentes ou tão mais ricos...)"
Assim Marco Molazzano escreveu sobre os preços de carros fora do Brasil, comparados com os daqui, em seu ótimo texto sobre o salão canadense que ele visitou na semana do Carnaval. Se você ainda não leu, não perca, clicando aqui.
Nesta semana de festas, poucos cidadãos se preocuparam com assunto tão chato, o preço dos carros.
Na verdade, acho que o que minha amada esposa diz sobre os preços praticados no Brasil é a melhor definição de todas:" O brasileiro não quer exibir o carro novo porque é bom ou bonito. Quer exibir porque foi caro".
Deve ser mesmo uma doença já incorporada ao DNA brasileiro.
Paga-se caro por qualquer tipo de carro, e com gosto e prazer se exibe para a família, amigos e vizinhos. Como se fosse bacana ser enganado, extorquido.
Mas o automóvel é uma entidade entusiasmante. Alguns se matam de trabalhar para ter o carro dos sonhos, considerando-o até mais importante do que a casa onde moram. É comum ver residências em mau estado de conservação com carros novos nas garagens, um fenômeno dos ultimos anos, quando o carro foi popularizado por financiamentos lastreados em lucros exorbitantes dos bancos, que sempre foram o melhor negócio por aqui (junto com as seguradoras), excetuando-se as empresas governamentais.
Afinal, nada como vender cédulas de 5 reais por 8 ou 10, não é mesmo ?
Muito interessante e sintomático ver as matérias sobre endividamento da população, veiculadas na semana do Carnaval, reportando que os brasileiros devem, coletivamente, algo como R$ 555 bilhões.
Muito bacana mesmo, superengrandecedor para essas pessoas que contraíram dívidas fazer parte dessa estatística.
Ainda bem que meu pai me ensinou a só comprar o que se pode pagar.
Ele cresceu com pouquíssimos recursos financeiros, em um País em que não se pode confiar, seja lá qual tipo de governo esteja com o bastão na mão, e me passou essa lição de forma contundente, prática, através da compra de meu primeiro carro, um Chevette 1978.
O pequeno Chevrolet veio bem usado, com motor superdesgastado e com um carnê para terminar de pagar. O caminho mensal até o guichê da financiadora era uma tristeza, e nunca vou me esquecer do quanto é desagradável se desfazer de uma parcela do seu salário todo mês, para pagar por um bem já envelhecido. Exatamente como ocorre hoje com os financiamentos com prazos exagerados.
Carro novo é bom, eu sei e todos aqui sabemos. E poucas pessoas, em saúde mental normal, afirmarão que não querem um carro novo. Eu também quero.
Mas ler um pensamento como do Molazzano, que bate totalmente com o meu nesse ponto, me deixa tão preocupado quanto ele ficou incomodado.
Não é justo. Não é democrático. Não é sintonizado com a realidade pobre do Brasil esses preços que pagamos por carros novos.
Apesar de eu ter inúmeras restrições a quem dita as regras do mercado de carros usados, não posso deixar de entender que estes acabam tendo valores mais de acordo com o que deveriam custar quando novos.
Temos um sobrepreço, apenas devido a impostos, de algo por volta de 40% do preço de venda. Se removêssemos esse cancro que adoece a Nação, ainda assim haveria um bom imposto para os governos se esbaldarem em dinheiro alheio.
Aí sim teríamos preços mais humanos, de acordo com a capacidade de economizar das classes baixa e média.
Mas sou apenas um sonhador, um inconformado com o sistema atual, que teve a sorte e privilégio de participar desse amado blog, que me faz bastante feliz, e onde posso expor o que penso, e tentar entender se estou maluco ou o resto da Nação é que está alheia a realidade.
E não, não tenho avião para atirar sobre nenhum edifício público. E espero que aqui ninguém faça nada parecido. Iriam faltar aviões.
JJ



Esta é a versão do camaro que deveria vir. Todas as cores aqui são sem acréscimo de preço. Existe um laranja demoníaco por umas doletas a mais. O meu seria o discreto branco-Bob, que destaca as belíssimas rodas de aço aro 18, com centro preto.

Motor V-6 ultra-avançado, com injeção direta de gasolina e 304 hp/308 cv, seis marchas com embreagem e alavanca de verdade. Tração traseira, suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas. Naturalmente, ar condicionado, travas e vidros elétricos.

Preço sugerido, sem frete, nos EUA: US$ 22 680,00.

Chorem, amigos, chorem...
MAO


Agora é certo: a GM anunciou que trará o Camaro oficialmente para o Brasil.

Sem detalhes sobre quando, ou que versão, ou ainda o preço. Mas saibam que um Camaro V-6 de 308 cv custa 23 mil dólares nos EUA, zero-km... E se você para para pensar, o Camaro LT1 V-8 dos anos 90, tido como um carro extremamente veloz, tinha algo em torno de 275 cv.

Se a GM for esperta, traz esse carro por 90 mil reais e faz a alegria de muita gente, traz muita gente para a marca, e tem ótimo lucro. Mas pode bater a velha ganância, e estragar tudo... Sabe como é, só vai vir o completo, etc,etc,etc...150 mil reais. Por favor, GM, me traz um básico!!!

Taí um Chevy para quebrar o jejum da marca de muita gente. Eu quero um branco com rodas de aço!

MAO