"Daqui a muitos anos serei lembrado como o melhor carro produzido pela indústria brasileira no século 20."
Assim termina a narrativa do Omega nacional em primeira pessoa, feita pelo Bob Sharp para o Best Cars, para que o próprio Omega contasse sua história no Brasil.
Considerando o que já observamos em muitos comentários dos leitores e colunistas do AE, acho que o sentimento deixado pelo Omega nos entusiastas reflete muito bem suas últimas palavras.
Esses dias encontrei os spec sheets (folhetos) do Omega 1997, penúltimo ano do modelo no Brasil, que foi morto em 1998 devido a mudança de foco da GM que levou a queda nas vendas. No mesmo ano de sua morte chegava o Omega australiano, que nem de longe obteve a mesma aura do brasileiro.
Mas mesmo assim, nessa época, a GM ainda tinha uma excelente imagem de inovação, luxo e conforto, pois tinha uma linha de produtos muito ampla e atualizada com modelos icônicos como o Vectra CD, A Blazer Executive e uma linha Corsa inovadora.
A GM usava um slogan muito bacana. Era muito legal assistir as corridas de Fórmula 1 e ver a vinheta da Chevrolet como patrocinadora e a gravatinha azul no canto da tela com o slogan "Andando na Frente". Esse slogan era honrado pela atitude da GM. Mais tarde ele passou a não ser sustentado. Não me conformo que a GM tenha entregado o segmento do Vectra de bandeja para a Honda e para a Toyota.
Logo ápós o Salão do Automóvel de 98 a GM fez esta propaganda
Talvez seja culpa da GM. Talvez da "massa", que espremida numa condição financeira difícil e a tributação mais elevada nos modelos de luxo foi praticamente obrigada a migrar para Milles, Palios e Gols básicos. A GM teve que se render a nova "realidade do mercado" e lançou o Celta. Depois disso sabemos da história.
Quando a Suprema morreu, em 1996, eu queria muito ter uma grana suficiente para comprar uma Suprema 3.0 com painel digital e guardá-la e conservá-la como zero-quilômetro por 25 anos. E aí passar a frequentar encontros de antigos com a jóia rara. Afinal foram produzidas apenas pouco mais que 12.000 Supremas.
Que saudades desse tempo!
O nosso amigo Mestre Mahar teve um Omega branco e já falou brevemente sobre ele aqui no blog.
"O grande amor que se foi chamava-se Omega 3,0 CD 1994. Foi para um amigo depois de fazer várias viagens a Bariloche, para ver a Mil Millas da Argentina. Um rali inesquecível, entre lugares, pessoas e carros de outro mundo."