google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
"Daqui a muitos anos serei lembrado como o melhor carro produzido pela indústria brasileira no século 20."
Assim termina a narrativa do Omega nacional em primeira pessoa, feita pelo Bob Sharp para o Best Cars, para que o próprio Omega contasse sua história no Brasil.
Considerando o que já observamos em muitos comentários dos leitores e colunistas do AE, acho que o sentimento deixado pelo Omega nos entusiastas reflete muito bem suas últimas palavras.
Esses dias encontrei os spec sheets (folhetos) do Omega 1997, penúltimo ano do modelo no Brasil, que foi morto em 1998 devido a mudança de foco da GM que levou a queda nas vendas. No mesmo ano de sua morte chegava o Omega australiano, que nem de longe obteve a mesma aura do brasileiro.





Mas mesmo assim, nessa época, a GM ainda tinha uma excelente imagem de inovação, luxo e conforto, pois tinha uma linha de produtos muito ampla e atualizada com modelos icônicos como o Vectra CD, A Blazer Executive e uma linha Corsa inovadora.
A GM usava um slogan muito bacana. Era muito legal assistir as corridas de Fórmula 1 e ver a vinheta da Chevrolet como patrocinadora e a gravatinha azul no canto da tela com o slogan "Andando na Frente". Esse slogan era honrado pela atitude da GM. Mais tarde ele passou a não ser sustentado. Não me conformo que a GM tenha entregado o segmento do Vectra de bandeja para a Honda e para a Toyota.



Logo ápós o Salão do Automóvel de 98 a GM fez esta propaganda
Talvez seja culpa da GM. Talvez da "massa", que espremida numa condição financeira difícil e a tributação mais elevada nos modelos de luxo foi praticamente obrigada a migrar para Milles, Palios e Gols básicos. A GM teve que se render a nova "realidade do mercado" e lançou o Celta. Depois disso sabemos da história.
Quando a Suprema morreu, em 1996, eu queria muito ter uma grana suficiente para comprar uma Suprema 3.0 com painel digital e guardá-la e conservá-la como zero-quilômetro por 25 anos. E aí passar a frequentar encontros de antigos com a jóia rara. Afinal foram produzidas apenas pouco mais que 12.000 Supremas.
Que saudades desse tempo!
O nosso amigo Mestre Mahar teve um Omega branco e já falou brevemente sobre ele aqui no blog.
"O grande amor que se foi chamava-se Omega 3,0 CD 1994. Foi para um amigo depois de fazer várias viagens a Bariloche, para ver a Mil Millas da Argentina. Um rali inesquecível, entre lugares, pessoas e carros de outro mundo."


Etiqueta de conformidade com a legislação americana de um Jaguar 1970

Para quem curte carros antigos e clássicos ingleses, a marca Leyland deve ser familiar. O que poucos sabem é que a Leyland foi uma espécie de GM britânica.

Formada em 1968, a British Leyland Motor Corporation foi a junção da Leyland Motor Corporation e da British Motor Holdings, formando naquela época a quinta maior corporação automobilística do mundo. A Leyland possuía então 8 empresas, 10 marcas, 48 fábricas e aproximadamente 200.000 funcionários. Tudo isso representava mais de 40% do mercado britânico.

As 10 marcas da Leyland eram: Austin, Daimler, Jaguar, Land Rover, Wolseley, Riley, Triumph, Rover, MG e Morris. Algumas delas se desmembraram em outras marcas.

Considerando a situação de todas essas marcas atualmente, dá para saber que essa junção foi desastrosa. A dificuldade no gerenciamento de todas as empresas do grupo, a concorrência interna entre produtos parecidos, problemas trabalhistas e crise do petróleo levaram o governo a nacionalizar parte da empresa.
Vejam que a história se repete nos dias de hoje.

Cada marca teve um caminho diferente, alguns bem tristes e a maioria foi parar nas mãos dos chineses. Com algumas passagens por outras mãos e a ligação comercial entre algumas das marcas, fica bem difícil explicar em poucas palavras o que aconteceu com cada uma delas.

A empresa Naijing Automobile, o fabricante de automóveis mais antigo da China, comprou o grupo MG Rover e sua divisão Powertrain. Com isso levou as marcas MG, Wolseley (fabricante mais antigo da Inglaterra), Austin e Morris. De quebra levou também a marca Van den Plas, um encarroçador belga que e fazia modelos/versões de luxo para marcas da Leyland entre outras.

A marca Daimler foi adquirida pela Jaguar em 1960 e hoje, assim como a Jaguar, pertence à indiana Tata. Os modelos Daimler que conheço são Jaguares XJ com uma grade dianteira muito feia. Como curiosidade, a marca Daimler se originou de uma licença vendida pelo próprio Gottlieb Daimler, o "pai do automóvel" e fundador da Daimler que mais tarde formaria a Daimler-Benz. No entanto a Daimler não tem relação com a Daimler AG (antiga Daimler-Benz e depois DaimlerChrysler) além do nome.

A marca Riley e a Triumph, assim como a Austin-Healey, foram parar nas mãos da BMW, onde estão até hoje, quando a BMW comprou a Rover, Land Rover e Mini.

A Rover durante um tempo teve uma forte parceria com a Honda. Quase morta, foi adquirida pela BMW que ainda tentou salvá-la antes de perceber que não passava de um ralo de dinheiro. Os direitos de produção dos modelos foram vendidos para a chinesa SIAC e os ativos (fábrica e maquinário) também para a Naijing.

A Land Rover, que nasceu como uma submarca da Rover, passou pelas mãos da BMW, que desenvolveu o primeiro Freelander, foi vendida para a Ford, e agora está com a indiana Tata. Espero que permaneça viva!

E por último a Jaguar, que a Ford vendeu para a Tata após sua inabilidade de fazer dinheiro com uma marca tão desejada. Também espero que não morra.



 

Meu amigo e ex-colega de General Motors, Francisco Satkunas, escreveu-me contando ter estado na Alemanha recentmente e que um amigo e ex-chefe, sabendo que ele gostava muito de motos e motores de bicicleta, levou-o a várias oficinas e museus. Um deles foi muito interessante, contou-me.
Um alemão empreendedor comprou um galpão bem grande, uma antiga fábrica. Passou a abrigar relíquias automobilísticas e admitiu mecânicos free-lancers aposentados para cuidar dos carros. Não restauram, só fazem manutenção.
O pulo do gato da operação foi fazer esquema de aluguel de vários dos carros a um custo diário médio de 200 euros, cerca de 500 reais, com seguro, das 8 às 17 horas. Desse modo, turistas, principalmente aqueles de meia-idade, podem dar suas voltas num MG TD, Jaguar XK 120, vários BMW e até numa moto Harley-Davidson.
Enquanto o Satkunas esteve lá vistando e fazendo as fotos deste post, viu um senhor sair com um Ford Cobra e outro, com um Lamborghini. Ambos seguramente com mais de 50 anos de idade.
Contou-lhe o proprietário que o negócio prosperou tanto que ele já possui oficinas dedicadas para carros ingleses, alemães -- obviamente -- e também italianos.
Os locatários são bastante educados e devolvem os carros inteiros e sem sinais de abusos. Os donos dos carros limitam o aluguel a um dia por semana, o que contribui para que os carros rodem mas não muito e se mantenham em ótimas condições. Com o que faturam cobrem o custo do aluguel do espaço e :"ainda sobra um troco".
Diz o Satkinas que tem dúvidas se o esquema funcionaria aqui, mas ele acredita que essa prática acabe proliferando na Europa, dado ser lucrativo. Com a vantagem de os carros se manterem preservados e em melhor estado do que ficarem parados guardados ou com bem pouco uso.
E muitos que gostariam de ter um carro antigo mas não têm onde guardá-lo podem com isso unir o útil ao agradável.
Quem se habilita no Brasil a oferecer algo semelhante?






BS

A foto acima é do vencedeor de uma competição especifica de wheeling, ou a arte de fazer o carro tirar as rodas do chão em uma arrancada. O carro acima é um veiculo com motor dianteiro e tração traseira normal, sem ter a mecânica recuada ou algum arranjo especial como os carros de exibição. Simples assim, um monte de motor, um monte de tração e boa, ar embaixo dos pneus.
Nada é tão legal quanto isso. Ah, sim, as vezes o pouso é doloroso.