google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: Renato Fuzz
Para o entusiasta, não há nada pior do que estacionar o carro e encontrá-lo depois com riscos ou amassados, experiência comum nos estacionamentos de shopping centers, supermercados ou mesmo em garagens de condomínio.

Infelizmente a falta de educação do brasileiro médio nos obriga a adotar os frisos laterais como uma medida de proteção ao patrimônio, já que o respeito com a propriedade alheia está longe de ser uma unanimidade.

Um acessório feio, mas necessário. Me doeu na alma instalar tal acessório no carro novo, mas acho bem melhor do que efetuar um reparo mais tarde.

FB


Dias atrás, nosso amigo sueco Hans Jartoft escreveu sobre a influência do alce no projeto dos carros suecos, notadamente nos Saab, que ele conhece muito bem.
Mais alguns dias, o Waldemar Colucci, que anda um pouco sumido aqui do blog, mas que deve retornar em breve, me enviou umas imagens muito úteis, desenhos em corte, ou vistas-fantasma, de vários modelos de Saab.
Eu selecionei duas imagens e coloco aqui para mostrar o reforço que existe dentro da coluna "A", a do para-brisa, que foi adicionada à antiga carroceria dos 99 e 900.
Reparem na imagem do 99 hatch branco, a peça em vermelho, que sai de dentro da coluna, e é fixada na caixa de roda, a parte interior do para-lama. Mesma coisa no sedã vermelho, onde o reforço aparece em azul.
Esse reforço funciona distribuindo a carga de uma batida na coluna de forma mais eficaz, dissipando-a também na caixa de roda, e não apenas no teto, como seria se não houvesse essa ancoragem inferior.
Muito bem bolado, e melhor: solução simples, como toda boa engenharia que se preza.
Nos carros mais atuais da Saab, as colunas já são dimensionadas de forma a não ser necessário o reforço adicional. Isso ocorria nos modelos citados, que nasceram na década de 60, e depois foram melhorados com esse reforço.
Mais um detalhe dessa carroceria, a curvatura horizontal do para-brisa, que também atua como um bom absorvedor em caso de impacto, e a pequena dimensão vertical do mesmo, fazendo que a área por onde o alce poderia invadir o habitáculo fosse pequena, muito menor que nos carros mais modernos, com vidros enormes, que mais lembram telas de cinema.
JJ
Acabou mesmo!

No dia 25 de novembro saiu da linha de montagem da fábrica da GM em Orion Township o último Pontiac produzido para o mercado americano. Um G6 sedã, branco, que não vai para nenhum museu ou coleção, e sim para alguma frota!

De acordo com o Detroit News não hove nehuma cerimônia de encerramento para a marca de 82 anos. Deve ter sido por tristeza.

Fiz uma varredura nas minhas fotos e descobri que tenho apenas algumas poucas de Pontiacs. De qualquer maneira fiz uma pequena homenagem a marca.




She's real fine my 409
She's real fine my 409
My 4-0-9


Ser tema principal de uma música famosa não é para qualquer carro. Mas se são raras as músicas sobre automóveis, imaginem então músicas sobre motores...Mas é este o caso do Chevrolet 409 V-8 e a famosa música dos Beach Boys lançada no lado B do vinil “Surfin' Safari”, de 1962. Ah, quando discos tinham lado B e falar sobre carros velozes era tão divertido que se chegava a cantar sobre eles sem culpa alguma...

O motor em questão na verdade não é só um motor, intimamente ligado que está aos Impalas em qual foi montado do ano-modelo de 1961 em diante. Quando alguém fala que tem um 409, vem logo à cabeça o carro também, um sedã duas portas básico e simples, praticamente um carro de drag-race para as ruas como o que aparece na foto abaixo.



Este motor foi a primeira geração do Chevrolet V-8 big-block, e nasceu em 1958 (e portanto depois do small-block de 1955; clique aqui para ver a diferença entre os dois, cortesia do AG). Desenvolvido para aplicações principalmente de carga (caminhões com mais de 4 t de PBT), inicialmente deslocava apenas 348 polegadas cúbicas (5.702 cm³) a partir de um diâmetro de 104,8 mm e um curso de 83 mm. Ficou imediatamente conhecido como o motor "W", devido à semelhança das tampas de válvulas com a letra, que ocorria devido ao posicionamento das velas de ignição, agrupadas em dois grupos de duas de cada lado. Como a vasta maioria dos motores de então, tinha bloco e cabeçotes em ferro fundido.


A câmara de combustão havia sido fruto de extensa pesquisa da GM, que resultou em um desenho ímpar, onde ela era localizada toda dentro dos cilindros, e um cabeçote absolutamente plano. O topo do bloco não é paralelo ao pistão, e sim inclinado 16 graus em relação a ele (ou 74 graus em relação à linha de centro do cilindro, ao invés dos 90 graus usuais). A teoria era que este desenho aumentaria o torque (e por conseguinte a potência, claro) nas baixas e médias rotações, via aumento da pressão média efetiva.

Esta configuração morreria quando o chamado Big Block Mark IV apareceu em 1965, deslocando 396 polegadas cúbicas, e efetivamente substituiu os "W". O Mark IV tinha uma configuração tradicional (apesar do intrigante posicionamento de válvulas em planos diferentes, splayed), com câmara de combustão no cabeçote e "deck" paralelo, e era infinitamente melhor e mais moderno.

Mas nada disso interessa; o que vale mesmo é que muito antes disso, em 1961, a Chevrolet entrava na horsepower race com força, aumentando o diâmetro e o curso do 348 simultaneamente (para 109,5 x 89 mm), atingindo as famosas 409 polegadas cúbicas cantadas em verso e prosa pelo resto da década. Quatrocentos e nove polegadas cúbicas são generosos 6.702 cm³, e equipado com dois carburadores Carter AFB de corpo quádruplo, taxa de compressão de 11,25:1 e comando com tuchos mecânicos, debitava inacreditáveis 425 cv em sua versão mais potente, de 1963. O motor tinha um trem de válvulas leve, como o de seu antecessor Small-Block, com varetas ocas (por onde passava óleo de lubrificação para o cabeçote), e balancins estampados, e por conta principalmente disso girava com segurança até 6.500 rpm. Com câmbio manual de quatro marchas e diferencial autoblocante (Positraction), os Impalas (e os mais leves e básicos Biscayne) "409" se tornaram praticamente imbatíveis quando a luz ficava verde. Tanto nas ruas quanto nas pistas.


Mas ninguém ficava na frente de ninguém por muito tempo nas pistas de arrancada americanas do início dos anos 60. A Chevrolet teve que, logo em 1963, colocar um RPO (Regular Production Option, opcional de produção normal) novo para se manter competitiva: Z11. Caríssimo, este opcional era na realidade direcionado aos pilotos profissionais que estivessem na procura de uma arma mais efetiva para suas campanhas, e portanto foi produzido em quantidades ínfimas (algo ao redor de 50; historiadores diferem na quantidade exata). Era um verdadeiro monstro: 427 polegadas cúbicas obtidas por mais curso (93 mm), taxa de 13,5:1, coletor de admissão de alumínio alto para maior potência somente a altas rotações. Era declarado como tendo 430 cv, mas se sabe hoje que a realidade estava bem acima dos 500 cv.




Mas tudo isto é história antiga; o Mark IV substituiu o velho 409, e hoje mesmo ele é algo antigo e superado. O atual V-8 de bloco pequeno (ainda menor e mais leve que o de 1955) Chevrolet, chamado de família “LS”, desloca sete litros (427 pol³) como os antigos big-block sem problema algum, e estes gigantescos monumentos ao metal do passado se tornaram apenas curiosidades históricas. Ou não?


Não é bem assim na realidade. Hoje em dia, nos EUA, potência não é mais só o que conta. Sempre interessados no diferente, em demonstrar alguma criatividade, os Hot-Rodders americanos têm causado uma deliciosa volta a motores antigos em geral. Veja o caso do 409: a Edelbrock tem uma linha completa de componentes para ele, de carburadores e coletores até tampas de válvulas. Mais recentemente, lançou algo ainda mais legal: cabeçotes completos, novos, para o motor, e em alumínio! O 409 completa 49 anos este mês, e ainda hoje tem gente lançando coisas deste tipo para ele. Simplesmente sensacional!

A revista Hot Rod este ano acompanhou os primeiros testes da Edelbrock com este novo componente, fazendo com a empresa um motor realmente especial para ele (abaixo). Com o diâmetro dos cilindros aumentado para 111 mm, desloca 421 polegadas cúbicas (6 899 cm³) e é equipado com bielas forjadas Eagle, pistões especiais JE, bomba de óleo Melling e Ignição MSD. Obviamente, é fechado com cabeçotes em alumínio, tampas de válvulas, bomba de água, coletor de admissão em alumínio e dois carburadores quádruplos, tudo da Edelbrock. O motor é belíssimo de se ver, com suas tampas de válvula com desenho de época e os “dual quads” em cima. E furioso; nada menos que 469 cv a 6.000 rpm, usando taxa relativamente baixa de 9,5:1. Pode-se estimar quase 600 cv possíveis com uma taxa ao redor de 12:1.


Mas o que mais gostei dessa história foi de onde tiraram o bloco para a experiência: de um caminhão Chevrolet abandonado (abaixo). Existe algo de sublime, com alma, em um carro cujo motor foi tirado de um caminhão num ferro-velho e hoje pode obliterar carros esporte 50 anos mais novos, nem que seja por um quarto de milha em linha reta apenas. É algo caro ao coração de um entusiasta, um sopro de esperança e simplicidade num mundo hoje complexo e chato demais.



E ainda tem mais. A World Products anunciou que está desenvolvendo, junto ao especialista americano em 409's Lamar Walden (foto abaixo), um bloco novo, zero-km, de novo em alumínio! O motor usará toda a tecnologia desta empresa, famosa por seus Chevrolet big block “Merlin”, seriamente reforçados para potências acima de 1000 cv. O 409 de alumínio vai resolver um velho problema dos drag-racers dos anos 60: as capas de mancais eram fixas por dois parafusos apenas, e não resistiam a aplicações realmente sérias em competição; o 409 Merlin de alumínio já nascerá com 4 parafusos segurando cada mancal.




Provavelmente custará uma montanha de dinheiro, mas é uma notícia sensacional. É completamente sem lógica se fazer um motor desses gastando tudo isso (muito mais barato e melhor comprar um LS small-block direto da GM) mas a lógica que se dane! Um 409 todo em alumínio será em breve algo possível, e era algo simplesmente impensável em 1963.

Como prega a música, 45 anos depois do último Impala sair da linha com ele, você poderá poupar seus centavos e seus reais, para que um dia você possa comprar seu 409 novinho. Mesmo que seja só o motor. E que você precise de centavos e reais pra chuchu.

Well I saved my pennies and I saved my dimes
'fore I knew there would be a time
When I would buy a brand new 409

MAO