Lá estiveram expostos alguns dos mais importantes carros da história do automobilismo nacional, além da maravilhosa palestra proferida pelo ex-piloto Bird Clemente (Equipe Vemag e Equipe Willys) seguida de um bate-papo com comentários pelos convidados jornalistas Lito Cavalcanti (Rede Globo) e Flávio Gomes (ESPN). O mediador foi o Prof. Eng° Ricardo Bock, da instituição.
Bird Clemente na sua palestra na FEI
Entre os carros, oito estiveram expostos.
O primeiro foi a carretera 18 do piloto Camillo Christófaro (também conhecido como “Lobo do Canindé”).
As carreteras vem de uma longa história originada na Argentina, nas décadas de 30 e 40, onde provas eram disputadas em estrada aberta, muitas vezes de terra, recebendo carros sem grandes refinamentos técnicos, mas com motores de grande cilindrada e potência.
A carreteira 18 participou de provas durante muitos anos, recebendo aprimoramentos ao longo desse tempo. Ela conta com motor e suspensão dianteira de Corvette e suspensão traseira De Dion retirada de um Ferrari Testarossa que se acidentou em Interlagos.
Reparem no detalhe do freio a disco deste carro. Há um espaçador que afasta a roda do cubo, mantendo o disco descoberto. Pinça e disco são avantajados, porém não possuem qualquer refinamento de refrigeração. O disco é sólido. Não é ventilado, não possui furos ou ranhuras, tornando-se bastante sensível à temperatura.
O segundo carro é uma réplica da carretera DKW-Vemag, derivada do Belcar, participante da Mil Milhas de 1961.
Reparem que este carro teve o teto rebaixado, e a traseira modificada, eliminando-se as portas traseiras para aliviar peso.
O próximo carro é o Willys Interlagos berlineta.
Derivado do Alpine Renault A-108 (importante carro de rali e pista da época, na Europa), foi o primeiro carro esportivo de linha a ser fabricado no Brasil e o primeiro de carroceria de compósito plástico-fibra de vidro.
Os protótipos Mark I e Mark II (Bino), também presentes, foram evoluções da berlineta que serviram à Equipe Willys.
O Carcará, com motor central-traseiro de 1.089 cm³ e transeixo DKW-Vemag, foi um protótipo feito especificamente para bater o recorde nacional e sul-americano de velocidade. Este é uma recriação feita por Toni Bianco sob encomenda de Paulo Trevisan, que tem um museu de carros de corrida em Passo Fundo, RS.
A marca estabelecida por este carro, de 212,903 km/h, ainda está de pé para carros com motor de até 1,1 litro.
Nosso colega Bob Sharp é testemunha ocular da história deste carro.
Já este Maverick dos anos 70 recebeu preparação de Oreste Berta (tradicional oficina de preparação argentina) para enfrentar os Opalas.
O Copersucar Fittipaldi FD01 foi o primeiro carro projetado no Brasil para a Fórmula Um.
O projeto é do engenheiro Ricardo Divila, ex-aluno da FEI. Foi um carro inovador em muitos aspectos na categoria, numa época em que a corrida tecnológica e a disparada de custos da categoria ainda não haviam ocorrido.