google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Abaixo temos a foto de divulgação do interior do Nissan 370Z Nismo. Clique nela para aumentar o tamanho e ache os dois erros.

Nos meus 20 anos de experiência no meio antigomobilista só posso dizer que acreditei realmente em duas verdades constantes: que automóveis gostam de estradas e que ninguém é realmente dono de um automóvel, sendo apenas seu portador durante algum período. Como todas boas regras, há exceções, automóveis notavelmente desconfortáveis numa estrada e automóveis que são nossos e ninguém realmente pode dizer o contrário.

No último final de semana a família Egan viajou a Curitiba para o casamento do filho de um amigo e para entregar a esse amigo um carro. A viagem não parecia fácil, pois o carro certamente não estaria confortável naquela situação de 400 km de estradas ora boas, ora ruins, que separam São Paulo de Curitiba. O carro? Um Jeep Willys 1964.
Sim, um inadequado Jeep, com seu inadequado Willys BF 161 F-head, com sua inadequada transmissão reduzida, suas inadequadas suspensões rígidas, seus inadequados pneus lameiros e tudo o mais que acompanha o projeto de um Jeep.
A viagem começou cedo, 6h30 da manhã de sábado, num ritmo confortável para as marginais de 60-70 km/h. Ao chegar à estrada, mesmo com a condição impecável do automóvel, não havia muito conforto em viajar muito mais rápido do que isso. O F-head ruge alto demais e há alguma preocupação em se manter regimes elevados em motores de projetos antigos e com muitos anos de bons serviços prestados.
Porém, ao longo da viagem, os inevitáveis revezamentos ao volante entre o carro-madrinha (um reles e desconfortável Corolla) e o Jeep acabaram por realçar grandes características e até um companheirismo impensável do bravo jeepinho. O motor passou a inspirar confiança para manter 80 km/h constantes, com esticadas até 90 km/h; força o suficiente para acelerar em subidas para realizar ultrapassagens; a folga da direção (de projeto - se vocês, leitores, vissem o carrinho, entenderiam o que digo - ele é 0-km, impecável, spotless, perfeito) já não depunha mais contra o carro e ajudava a tornar a condução menos nervosa e cansativa; as suspensões, aliadas aos pneus lameiros, mostraram inacreditável estabilidade para o conjunto, permitindo a tomada até que veloz das várias curvas próximas à divisa de estado.
Digo aqui, sem medo de reprovação, que me diverti, e muito, dirigindo o Jeep numa serra, mantendo velocidades incondizentes e indecentes para o longínquo ano de 1964, quando ele foi fabricado. É parte do prazer indescritível de dirigir um automóvel, qualquer que seja, em perfeitas condições mecânicas. Sem ruídos estranhos, folgas em buchas, sem nada que possa estragar o prazer de dirigir, a não ser o próprio projeto. As suspensões trabalhando suave e indequadamente, os pneus aceitando quase que sem reclamar dos excessos pedidos a eles, o motor se deixando levar pela empolgação, e tudo o mais. Indescritível, e necessário na vida de qualquer entusiasta por automóveis que se preze.
Meninos, ponham em suas wish lists fazer uma viagem dirigindo um veículo, por pior que seja, em suas perfeitas condições mecânicas.

Outra coisa para suas wish lists: viagens de despedida. Sim, essa viagem foi a última do Jeep, pelo menos durante sua estada em nossa posse. Acredito que alguns carros (aqueles que nos tocam de algum jeito, e provavelmente são tocados por nossas atitudes com relação a eles) sabem quando estão para serem vendidos, ou entregues; e nesses momentos se comportam de forma ainda mais surpreendente do que possível. Dirigir pela última vez algo tão "zero", novo, e impecável, em uma bela estrada, levando-o para sua nova morada, é algo realmente especial.

Viagens de despedida devem SEMPRE ser feitas. Quando nosso amigo PH vendeu seu Opala, fui junto na viagem de despedida, quando tirei a foto dele no mesmo local em que a foto de seu avô havia sido tirada 30 anos antes. Essas viagens coroam a estada do carro em nossa posse, tornando a sua memória ainda mais agradável.

Chegando em Curitiba, fomos direto à casa do amigo; amigo de longa data e que hoje tem em sua posse um carro que já esteve em nossas mãos. Um belo, raro, e incomum, por essas bandas, Plymouth Barracuda 1968, conversível. O colega de blog Alexandre Garcia, coisa de 4 ou 5 anos atrás cunhou um apelido para o Barracuda, que nunca abandonou nossas memórias: "Cudavéia", que deixou saudades entre nós, se pelo seu design clean, "fuselage look", classicamente Mopar do final dos anos 60, ou por sua suave combinação do silk-smooth slant 6 e sua transmissão Torque-Flite. Fato é que, ao chegar lá na casa do amigo, me deparo com o velho e saudoso Mopar completamente transformado.


O "Cudavéia" quando estava nas mãos da família Egan
Com o perdão do termo deveras pesado, o amigo estuprou a Cudavéia (ou deveria ser o Cudavéia? Estupraram o Cudavéia!!!), removendo o slant 6 e colocando um reles e comum 318 de um Dart nacional; pintou o carro de branco e revestiu os bancos de vermelho; vendeu o velho slant 6 e transformou aquilo que era um belo e preservado original em algo que qualquer um poderia ter feito ou pago alguém para fazer. Bom? Talvez sim. Mas longe daquilo que o carro um dia foi. Fiquei triste pelo velho companheiro de viagens memoráveis e pensei que nem cheguei a fazer uma viagem de despedida nele.

Ah, se arrependimento matasse...
Comentando o post do amigo Marco Molazzano com amigos, me mostraram este vídeo no Youtube:



Até que ponto pode chegar a "esperteza" do brasileiro? Até que ponto pode chegar a cara de pau do cidadão, que comete uma infração desse tipo e ainda debocha dos poderes constituídos e de todos os outros contribuintes?

Será que as concessionárias ainda não perceberam os riscos que as cancelas representam para o engavetamento nas praças de pedágio? Não seria mais simples criar um mecanismo (que existe no mundo todo) para multar o infrator?

Cabe lembrar que este assunto já foi discutido pelo amigo Bob Sharp. E agora? Vamos esperar morrer mais um motorista?


Fujo do meu tema habitual pra externar minha indignação com um acidente que aconteceu anteontem e sua banalização pela imprensa.

Já tinha ouvido falar do acidente durante o dia, mas, assistindo ao telejornal da Globo na manhã do dia seguinte, foi como se relatassem que um vaso caiu no chão e quebrou... E a cena do carro, irreconhecível, sendo retirado , foi inacreditável.

Parece "normal" uma pessoa morrer esmagada entre dois caminhões em um cabine do Sem Parar!!!! Não são poucos os casos que conhecemos de espertinhos que colam na traseira de carros equipados com o tag do Sem Parar pra economizar uns trocados no pedágio. E também não são poucos os que passam acima do limite de 40 km/h imposto para a passagem nessa faixa de cobrança espressa. Respeitada essa velocidade, QUALQUER veículo conseguiria parar sem colidir. Mesmo com a chuva que caía no momento (7h da manhã).

Gente, uma pessoa MORREU!! Na autobahn brasileira, talvez a melhor estrada do Brasil, no Estado mais rico da União, na praça de pedágio!

Dizem que as notícias chocam pela proximidade. Um local habitual, uma situação pela qual você já passou, qualquer indício que coloque VOCÊ ou algum parente/conhecido no local do acidente. Pode ser, minha noiva fez uso dessa estrada frequentemente ano passado e não precisei de muita criatividade pra imaginar uma situação dessas envolvendo mais alguém querido.

Que Deus nos proteja!

MM