google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Ontem de manhã, ao fim de uma longa frenagem ao chegar a um cruzamento, invoquei inadvertidamente o ABS do Maxima. Sempre que isso acontece, fico meio chateado. E por que isso? Não é uma coisa normal?

Bem, o fato é que, toda vez que isso acontece, tenho a nítida impressão de que o carro me chamou de idiota e tomou o controle, que até então era meu, para si. E isso me irrita profundamente.

Eu não sou um piloto, nem tenho a ilusão de que sou um exímio motorista, mas eu sempre mantive meu carro dentro de seus limites de aderência, principalmente freando. Eu nunca senti necessidade desse ABS, em nenhuma situação que já vivi nesses mais de 25 anos que dirijo. E pior: acredito que com o ABS, estou ficando um motorista pior.

Vejam o caso desse acionamento involuntário de ontem: será que ia travar mesmo? Eu não acredito, mas como a Maxima tem o equipamento, eu nunca vou poder calibrar o pé e prestar mais atenção para não repetir o erro. Vou ter que confiar no tal sistema, cegamente. Em outros carros, chegava a um nível de intimidade com o pedal do meio que nunca chegarei na belonave oriental. E isso é perigoso, já me peguei pensando: "Ah, se precisar frear tem o ABS!", para logo depois lembrar que as leis de Newton não foram revogadas pelo sistema.

Eu realmente odeio isso. Entendo que o sistema exista para incompetentes causarem menos estrago, mas na realidade estas pessoas deviam ser proibidas de dirigir e pronto. Não é o ABS que vai resolver o problema delas.

Além disso, há um segredo muito bem guardado que ninguém comenta sobre o sistema, mas vou revelar aqui para os estimados leitores do AUTOentusiastas: existem situações que o ABS deixa você completamente sem freios.

Flashback: corria o ano de 2005 e o intrépido MAO estava indo do Rio de Janeiro para São Paulo num Gol 1,6 com ABS. Na altura de Guaratinguetá, um acidente fecha completamente a pista, e o MAO segue outros motoristas por um desvio, e acaba se perdendo completamente por estradas de terra do Vale do Paraíba. Já cansado e louco para chegar em casa, começa a andar bem rápido por elas para tentar chegar em algum lugar, logo.

Chegando a uma curva fechada que apareceu repentinamente, minha reação foi automática: pé no freio, rodas travariam por um tempo para tirar alguma velocidade, e faria a curva sem problemas. Mas tinha me esquecido do maldito ABS...Para quem não sabe, quando o terreno é bem acidentado, como costelas de vaca, o pequeno cerebrozinho do maldito sistema se perde totalmente, diz "HÃ?" e te deixa completamente sem freio. A sensação de colocar o pé lá com força e não receber nenhuma desaceleração de volta é desesperadora, terrível e inesquecível. Por pura sorte, consegui ainda fazer a curva não sei como, e não tive que explicar ao meu empregador como destruí um carro de frota no meio do mato quando devia estar na Dutra.

Meu amigo Bob Sharp certa vez me contou que aconteceu a mesma coisa com ele, descendo de BMW a av Jandira em Moema, SP. O asfalto estava horrível perto do cruzamento com a movimentada Av Ibirapuera, e o nosso colega quase acaba atravessando-a, cruzando o sinal vermelho.

O que traria outra pergunta pertinente: quem pagaria a multa por cruzar o sinal vermelho? E se houvesse um acidente grave?

MAO
Nos últimos dias me deparei com duas ideias que utilizam uma energia perdida enquanto veículos trafegam sobre ruas e estradas. Uma visando a produção de energia elétrica e outra, mais divertida, produzindo música!

No primeiro caso uma empresa israelense, a Innowattech, diz possuir tecnologia para instalar geradores piezoelétricos em ruas e estradas, estradas de ferro, pistas de pouso e decolagem e até em locais de trânsito intenso de pedestres. Esses geradores captam energia da deformação do piso pela pressão causada sobre eles pelo tráfego. Segundo a empresa, o custo por kW.h é similar ao custo de captação de energia eólica. Uma interessante maneira de se aproveitar alguma coisa do trânsito cada vez pior das grandes cidades. Resta saber se esse projeto será de fato implementado.

Para saber mais: INNOWATTECH


No segundo caso, a Honda está recuperando a energia perdida no contato com o asfalto produzindo sons através de ranhuras feitas na pista com espaçamentos calculados para produzir notas musicais ordenadas. Ao trafegar pela via na velocidade indicada, os ocupantes dos veículos ouvem música. Sem dúvida uma maneira interessante de divertir os viajantes.
Para saber mais: GROOVES




Como é que nunca ninguém pensou nisso antes?

Em entrevista concedida ao Estado de São Paulo o Sr. Jaime Ardila, presidente da GM do Brasil, explica que por aqui tudo está sob controle. Acho que vale comentar alguns pontos da entrevista.
Tanto o Rick Wagoner, ex-presidente da GM mundial, "deposto" pelo Obama, quanto o Fritz, que assumiu o cargo, foram presidentes da GM do Brasil. Tudo que o Mark Hogan fez em termos de lançamentos no mercado nacional para honrar a antiga assinatura da GM, "Andando na Frente", foi desacelerado pelo Fritz, um financeiro. Daí concluo que ele consiga colocar a emoção de lado e fazer o trabalho que precisa ser feito agora, colocar a casa em ordem.

Nada a declarar sobre a nova fábrica no Rio Grande do Sul. No meio da crise, que aqui é bem menor, ninguém quer se comprometer com nada. Vamos ver como as coisas andarão daqui pra frente.

Infelizmente a GMB, apesar de ter a capacidade de fazer um carro do zero, ainda depende da coordenação da matriz "para não haver sobreposição de trabalho". Enquanto isso faz-se adaptações de baixo custo para o mercado local. Uma pena. Vamos ver como o Viva, um projeto local, se sairá.

Quando perguntado se o brasileiro vê o carro de maneira diferente dos outros, a resposta foi que não. Eu discordo e acho que o brasileiro tem uma ligação maior com o bem material e com a representação social do automóvel. De maneira geral, carros são sempre uma compra importante e um instrumento de imagem. Mas não vejo um apego muito grande ao bem nos Estados Unidos, Europa e Japão. Muito menos na Argentina. No Brasil não é difícil de encontrar pessoas que têm o carro como primeira necessidade, antes mesmo do que a moradia própria.

Quanto a preferências por acessórios, em que ele coloca que os brasileiros gostam de motores, rendimento e tecnologia e os americanos, de interiores. Discordo novamente. Se fosse assim não venderíamos tantos carros básicos e teríamos motores muito mais desenvolvidos. Brasileiro típico gosta de luzinhas e computador de bordo e "tiptronic" para mostrar para o vizinho. Ele também fala que brasileiro gosta de rodas, porém a grande maioria dos carros usa calotas. As rodas tem uma porção importante no visual de um carro. Além disso, a mudança de desenho de rodas é barata e fácil de fazer. Como os ciclos de vida dos produtos aqui no Brasil são mais longos, a troca de rodas a cada 2 anos dá um bom impacto no visual e é barato.

O Brasil é o terceiro maior mercado da GM, depois dos Estados Unidos e China. Acho que por isso deveríamos ter mais atenção e produtos mais modernos.

Quanto a liderança, ele diz que prestígio é mais importante. Pois é, a GM já teve muito mais prestígio e relevância no Brasil. Hoje perdeu essa imagem para as japonesas nos segmentos mais altos e não está respondendo à altura.

De qualquer jeito, todos os entusiastas do mundo amam a GM e querem ver muitos Camaros, Corvettes, Cadillacs CTS, GTOs, etc. De preferência no Brasil também. A GM tem uma aura de entusiasmo inalcançável por nenhum outro fabricante. É uma pena que nesse momento difícil essa aura não seja suficiente.

Mas eu continuo torcendo para que essa crise seja superada e os carros dos sonhos da GM se tornem viáveis e desejáveis no mundo mais real.

Segue abaixo entrevista publicada no Estado de S. Paulo.



Ontem a equipe oficial de endurance da Aston Martin venceu a 1.000 km da Catalunha, na Espanha, pelo campeonato europeu da Le Mans Series.

O carro número 007 do trio Jan Charouz, Tomas Enge e Stefan Mücke completou as 209 voltas a menos de 15 segundos do segundo colocado, o Pescarolo-Judd da dupla Christophe Tinseau e Jean-Christophe Boullion.

Essa foi a primeira vitória do Aston Martin-Lola LMP1, que marcou a estreia do carro nas pistas, e mostrou que, mais uma vez, David Richards não entrou no esporte para apenas fazer número no grid.

Mais um forte concorrente para a 24 Horas de Le Mans que ocorrerá nos dias 13 e 14 de junho.