google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Visita ao Salão do Automóvel na terça-feira, dia de Imprensa e Expositores. Alguns carros cobertos, logo descobertos e, já por volta de 18h00, cobertos de novo.
Muita gente indo embora, já eram 20h00 e eis que o intocável importador Ferrari começa a descobrir os carros, depois de passar toda a tarde protegidos da poeira, visíveis apenas ao Super-Homem.
Junta gente, aquelas fotos "perfeitas" tiradas com celular, incautos achando que estão diante do melhor carro do mundo.
Mais um tempinho, e começam a cobrir de novo os carros!
Vejam o post do Bob Sharp de três dias atrás. Será que é burrice mesmo? Eu acho que é só arrogância.
Ainda bem que o que eu fui ver lá passou a maior parte da tarde visível. GT-R, Mustang Shelby, Traverse, Volt, Focus ST e mais alguns.
Apenas de se lamentar o Maserati Granturismo, infelizmente tratado da mesma forma que os carros vermelhos.

















Novamente, como tem sido costume nos últimos Salões do Automóvel, entre as mais diversas marcas mundiais de automóveis a FEI (Fundação Educacional Inaciana) se destaca com um veículo criado por alunos e professores, mostrando a capacidade dos futuros profissionais que amanhã estarão atuando neste mercado.

Dotado de várias inovações tecnológicas, o FEI X-20 chama atenção pelas suas formas audaciosas idealizadas e construídas pelos alunos e pelo Prof. Eng°. Ricardo Bock e patrocinado por diversas firmas que se dispõem a incentivar a pesquisa e a formação de novos engenheiros. Um spaceframe totalmente construído em alumínio se encarrega de suportar um "motorzinho" Chevrolet Corvette V8 de 410 kW (550 hp/557 cv) de potência a 6.300 rpm e 686 N.m (70 kgf.m) de torque a 4.800 rpm; uma moderna suspensão também confeccionada com materiais ultraleves e uma carroceria laminada em plástico reforçado com fibra de vidro (FRP) utilizando-se moldes confeccionados em poliuretano e usinados em modernas máquinas CNC, num sistema utilizado somente nos departamentos de protótipos dos fabricantes e de seus fornecedores dotados de alta tecnologia.

As primeira pergunta que surge diante das formas é: "Como anda esse "carro?"

Calma!! Ainda não está pronto para rodar, mas a primeira fase de pesquisas do sistema de direção já foi concluída. Quando estiver apto a "andar pelas próprias rodas", será capaz de se direcionar sem o auxílio do motorista. Faixas brancas pintadas no asfalto escuro da pista de testes construída no campus de São Bernardo do Campo, em contraste com o asfalto escuro, guiarão o veículo através de um sistema autônomo de direção. Para isto bastará dar a partida no motor, acionar um botão no painel, engatar a primeira marcha e começar a dirigir. Em poucos segundos o sistema entrará em funcionamento e conduzirá o carro a uma velocidade máxima controlada de 20 km/h. Nesta fase de desenvolvimento, os acionamentos de acelerador e freio ainda são de responsabilidade do motorista. Três sistemas de segurança, em caso de necessidade poderão entrar em funcionamento. Caso qualquer um deles seja acionado, devolvem todos os controles ao motorista. Dois são automáticos, basta acionar o pedal de freio com uma força acima do normal ou virar o volante para qualquer das direções que o sistema é desativado. O terceiro é um botão no painel, que quando acionado também desliga o sistema devolvendo o controle de direção ao motorista.

Em um veículo como este, nada mais esportivo do que um pára-brisas laminado de maneira a conformá-lo em duas metades, atuando aerodinamicamente para desviar o fluxo de ar dos rostos do motorista e acompanhante quando a "máquina" estiver em movimento. Entre eles, uma pequena câmera de vídeo registra imagens e as envia, através de cabos e passando por um sistema de controle de íris, ao um computador de bordo, onde um software faz a interpretação das imagens. Tudo isso viabilizando a atuação do sistema automático de direção.

O software, desenvolvido por alunos e professores do curso de Ciência da Computação da FEI, é baseado em conceitos de um projeto anterior, onde robôs jogadores de futebol atuavam em um campo de futebol miniatura. As imagens são processadas a uma velocidade de 30 quadros por segundo. Desta forma, as linhas brancas delimitam a pista e o computador se encarrega de colocar o veículo para trafegar com suas rodas construídas em alumínio nos aros e região de fixação ao cubo rápido e em policarbonato transparente na região central, exatamente entre as faixas brancas.

Sensores de aceleração lateral com indicadores no painel de instrumentos, bancos individuais confeccionados em "nobuck", cintos de segurança de seis pontos, faróis e lanternas traseiras com iluminação através de LEDs e outras tantas "artes" eletrônicas, complementam as inovações.

Ah, a resposta àquela pergunta do começo será dada tão logo os veículo passe pelos seus ajustes finais e essa turma de abnegados consiga encontrar uma pista disponível onde o "bicho" possa mostrar tudo que é capaz.

Mais uma vez parabéns aos alunos e professores e vários ex-alunos, que se esforçam de uma forma sobre-humana, muitas vezes trabalhando dias e noites seguidos para conseguir patrocinadores e tornar realidade projetos como este, que refletirão no futuro automobilístico desta gente que tem correndo em suas veias uma mistura de gasolina, álcool, diesel, gás, eletricidade e o que mais vier pela frente que faça os motores tocarem essas máquinas maravilhosas.


Todos nós temos preferências por carros, escolhemos o mais legal, o mais bonito, o mais isso e o mais aquilo. Pessoalmente, eu tenho especial interesse por carros que venceram desafios, carros que foram feitos com um propósito. Com o passar do tempo, surgem novos carros, mas sempre mantemos atenção por alguns. Sempre fui fã assumido e ainda acho o Ferrari F40 um dos melhores carros já feitos. Ele veio com um objetivo, que era propiciar ao seu feliz proprietário a sensação mais próxima do que era um carro de corrida. Não tinha nada dentro, basicamente eram quatro rodas, dois bancos, um volante e um V8 3-litros biturbo de 478 cv a 7.000 rpm com reações brutais. Não funcionava a maior parte do tempo, mas era um carro com alma.

Tempos depois, veio um novo carro, um novo patamar em desempenho, o McLaren F1 de Gordon Murray. O carro mais veloz do mundo por muitos anos, com todos os recursos tecnológicos disponíveis e com um motor de menos de 650 cv fez uma máquina capaz de atingir mais de 380 km/h. Até ouro no cofre do motor ele usou. Muitos anos se passaram depois do McLaren e nenhum outro grande carro me chamou tanta atenção - até que veio o Veyron.

No seu lançamento, não achei nada de especial no carro. Era bonito, tinha 1.001 cv e passava de 400 km/h. Not a big deal. Talvez por eu nunca simpatizar com o EB110, à primeira vista não liguei muito para o Veyron. Mas, como teimoso fuçador, fui procurar mais sobre o carro e as coisas começaram a mudar. Descobri o quão difícil foi a criação do carro. Dos desenhos originais, o time de engenharia não pôde mudar quase nada para facilitar a fabricação do carro.
Conheci uma pessoa que estava na Alemanha durante seu desenvolvimento e ela confirmou que realmente não puderam mudar nada no desenho do carro, apenas alisamentos e leves variações de curvatura de superfície.

Sabemos que hoje em dia tirar 1.001 cv de um motor não é nenhum trabalho que requeira conhecimentos sobrenaturais ou magia negra, nada que um monte de turbocompressores não resolva. Mas fazer isso em um carro cujo motor possa explodir em dez minutos é uma coisa, fazer um motor que precisa durar milhares e milhares de quilômetros é outra. Dez radiadores foram colocados no carro, sabe Deus onde. Três para o arrefecimento, dois para o ar-condicionado e cinco trocadores de calor de óleo e intercooler. Até o óleo que aciona o aerofólio traseiro é refrigerado. Germans...

A Ricardo desenvolveu uma transmissão com sistema dual-clutch capaz de suportar todo o torque e mandar para as quatro rodas a força necessária para catapultar o carro em 2,5 s até os 100 km/h, e ela deve suportar os maus tratos por outros tantos milhares de quilômetros.

Pneus foram feitos especialmente para a Veyron, capaz de suportarem a velocidade máxima do carro por quinze minutos, mas isso não é um problema, pois em top speed o combustível do tanque acaba em 12 minutos. Diferente do McLaren, alcançar a velocidade máxima não é uma experiência aterrorizante, com barulhos, ruídos e vibrações. É tudo calmo, calculado, como manda uma norma DIN. Tudo, absolutamente tudo no carro é um superlativo, em qualidade, precisão e preço. O desafio de criar esse carro foi grande e ganhou meu respeito, sendo mais um marco que a Bugatti deixa na história do automóvel. Ele não tem a mesma aura que um Bugatti T50 ou um Atlantic, mas é algo que mexe com os sentimentos e as idéias. Com as atuais pressões políticas sobre economia de combustível e poluição, acho que será difícil criarem outro carro como a Veyron. Sem dúvida, o VW mais legal do mundo.