Um mito que é muito arraigado em nossa cultura é que o melhor para um motor é trabalhar frio. Isto vem de longa data, quando os primeiros carros vendidos aqui não passavam por adaptação para uso no nosso país. Sendo assim, tinham tendência a superaquecer por terem um sistema de arrefecimento subdimensionado para as altas temperaturas comuns em nosso clima tropical.
Com a alta temperatura
externa, o radiador subdimensionado era insuficiente para retirar a
quantidade de calor necessária da água e, sendo assim, sua
temperatura aumentava até ferver. Além disso, naquela época não
era usado aditivo anticongelante e retardador de fervura
(etilenoglicol), por isso a água fervia mais facilmente. Ao ferver, a
água perde a capacidade de transportar o calor, o que faz com que a
temperatura do motor continue aumentando.
Isso era tão freqüente que até a VW usava em seu marketing a frase
“o ar não ferve”, em alusão ao fato de seus motores serem
arrefecidos a ar e, por isso, não sofrerem do problema da fervura do
líquido de arrefecimento.