google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): temperatura
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Um mito que é muito arraigado em nossa cultura é que o melhor para um motor é trabalhar frio. Isto vem de longa data, quando os primeiros carros vendidos aqui não passavam por adaptação para uso no nosso país. Sendo assim, tinham tendência a superaquecer por terem um sistema de arrefecimento subdimensionado para as altas temperaturas comuns em nosso clima tropical.

Com a alta temperatura externa, o radiador subdimensionado era insuficiente para retirar a quantidade de calor necessária da água e, sendo assim, sua temperatura aumentava até ferver. Além disso, naquela época não era usado aditivo anticongelante e retardador de fervura (etilenoglicol), por isso a água fervia mais facilmente. Ao ferver, a água perde a capacidade de transportar o calor, o que faz com que a temperatura do motor continue aumentando. Isso era tão freqüente que até a VW usava em seu marketing a frase “o ar não ferve”, em alusão ao fato de seus motores serem arrefecidos a ar e, por isso, não sofrerem do problema da fervura do líquido de arrefecimento.

 

Recentemente, numa viagem, aluguei um Celta por uma semana. Uma das coisas que estranhei bastante nele foi o seu marcador de temperatura. O marcador de temperatura do Celta é um mostrador dividido em quatro quartos. A primeira marcação dele é o motor frio e a última é o vermelho (superaquecimento). Pois bem, saindo com o carro, reparei que o ponteiro demorava para se mexer. Problema de termostática, imaginei. Porém, mesmo pegando pista expressa, o ponteiro não baixava, o que não condiz com uma situação de termostática defeituosa. Além disso, o carro alugado era novo demais para já estar com esse tipo de problema.

Outra coisa estranha: ao pegar trânsito com o carro, quando o marcador chegava um pouco antes de 3/8 (o meio do caminho entre ¼ e ½), entrava a ventoinha. Sabendo que a ventoinha entra por volta de 100 °C, concluí que o 3/8 da escala indicavam 100 °C. O ponteiro baixava até o pouco acima do ¼ novamente, que imaginei ser a marca de 90 °C. Quando pegava pista expressa, o ponteiro ali ficava, cravado na marca de ¼, condizente com a termostática do Celta, construída para manter o motor acima de 92 °C ± 2 °C. Ficando mais tempo com o carro, comecei a “sacar” mais o marcador e perceber o que eram suas marcações. A primeira marcação parecia ser 70 °C, porque o ponteiro demorava a se mexer.