O médico suíço Paracelso (1493-1541) afirmou
que "Só a dose faz o veneno". Isto, estendido, nos dá a máxima da
sabedoria popular que diz “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. De
fato, existem inúmeras substâncias que, dependendo da quantidade, podem ser
inócuas, curar ou matar. O próprio álcool se enquadra nisto: em pequenas doses,
relaxa e ameniza o stress, mas em excesso pode intoxicar e matar.
Temos há muitos anos um grande problema no
nosso trânsito: as pessoas que dirigem sob o efeito de álcool. Não me alongarei
sobre a enorme periculosidade disto, já sabemos muito bem. Algo deve ser feito
para coibir tal prática, para evitar que vidas se percam por culpa de
irresponsáveis que voluntariamente diminuem sua habilidade de conduzir um
veículo para logo após sentarem-se ao volante dele. As trágicas histórias são
do nosso conhecimento.
Atentos a este problema, nossos legisladores
sempre se mobilizam para aprovar leis endurecendo a punição àqueles que
insistem em beber e dirigir. Nosso Código de Trânsito já foi emendado duas
vezes neste assunto. Porém, a solução não é tão simples. Os nobres deputados
mudam a lei como se a lei anterior permitisse ao cidadão dirigir bêbado. Como
já afirmou Bob Sharp, lei sempre existiu, o que sempre faltou foi fiscalização.
Os legisladores, ignorando isso, endurecem a lei, como se isto fosse o remédio
que fará com que ela seja aplicada.