google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): jacarepagua
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Fotos: Autor

Faz tempo que é comuim, nos lançamentos, fabricantes e importadores oferecerem aos jornalistas uma miniatura do carro-objeto do evento. Na apresentação do JAC J3/J3 Turin à imprensa semana passada, em Campinas, SP, foi igual. Apenas vi que dentro da sacola com o material de divulgação havia uma caixa grande, de papelão, que na hora nem me preocupei em saber o que era exatamente, muito menos o que tinha dentro. Só em casa examinei o brinde, a caixa da foto acima.

Ao abri-la vi no seu interior uma caixa de Isopor, que pouca gente sabe ser uma marca antes pertencente à BASF e que hoje é propriedade da Knauf Isopor Ltda.. É um material derivado do petróleo e se chama poliestireno expandido. Por ser leve e relativamente resistente, é bastante utilizado como embalagem. Por ser um excelente isolante térmico, presta-se muito bem para carregar gelo ou bebidas geladas.






Habitualmente escrevo sobre viagens, não vou fugir ao tema desta vez. Fui ao Rio de Janeiro no feriado de Páscoa. Saí de São Paulo, peguei a Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Dutra. Na volta, mesmas vias, invertendo a ordem. Pronto, falei da viagem. Agora vamos ao que fiz lá.


MEU PRIMEIRO TRACK DAY




Com o total apoio de amigos entusiastas cariocas, participei do meu primeiro Track Day em Jacarepaguá. Vistoria na 6ª feira, começamos a conhecer as pessoas e os carros que andariam no dia seguinte. Confesso que intimida um pouco. Carros muito bem-feitos, preparados com carinho e descritos com muito orgulho. Parafraseando a célebre propaganda, não é só potência, mas conjunto. O carro inteiro tem que ser pensado pra funcionar bem, ser controlável e bom de curva. Os números podem impressionar, mas o que interessa é o tempo de volta. Então, um carro nacional leve e bom de chão como o Ford Ka, com uma preparação que cabe no bolso de muita gente, pode andar junto de carros bem mais caros. Fora a diversão que proporciona...

Deu pra perceber que muita gente se conhece, há uma rivalidade sadia no ar que estimula a todos procurarem evoluir sempre na preparação dos seus carros. A febre 4x4 parece ser um caminho sem volta. Muitos Subarus WRX, Mitsubishis Lancer Evo, Audis e até o tão falado Godzilla (Nissan GT-R) deu as caras por lá. Destaque positivo pra quantidade de Civics Si, preparados ou originais. Deu pra perceber que o carro veio pra ser figurinha fácil em Track Days. Pela quantidade de carros VW que se vê em provas de arrancada, confesso que me surpreendi negativamente pela quase ausência deles. Um Passat (dos antigos, nacional), uma Saveiro, um Polo Sedã e um Golf. Só.


JACAREPAGUÁ


O circuito já está bem menor devido às inúmeras obras para abrigar outros eventos e a pista que sobrou ficou bem travada. Eu, particularmente, gostei. Não tenho, obviamente, referência do circuito antigo pra poder avaliar melhor. Pelos comentários que coletei de pilotos que andaram em Interlagos em outros Track Days, a pista ficou boa para os carros menos potentes. Sem longas retas (como em SP) que se tornam enfadonhas em carros com menos cavalos, a sucessão de curvas do miolo torna a diversão acessível a todos. O local, como todo o Rio de Janeiro, é belíssimo. Montanhas ao fundo, qualquer foto fica boa. A vizinhança do Aeródromo de Jacarepaguá faz o constante tráfego de aeronaves pequenas um tempero a mais no visual desse circuito.


Claro que Jacarepaguá já viu dias melhores, com circuito completo, Fórmula 1, Indy ou MotoGP por lá. As instalações não são novas nem perfeitas, mas, sinceramente, para mim está tudo ótimo...
Não tenho nenhuma crítica à organização. Tudo funcionou como esperado, os raros resgates de quebras e rodadas foram rápidos, até os comes e bebes foram ótimos. Como tem que ser, estão de parabéns.

APRENDENDO COM QUEM ENTENDE




Novatos carregam um enorme quadrado vermelho nos vidros pra alertar a todos. Antes de serem autorizados a rodar por conta própria, são conduzidos por instrutores que mostram pontos de frenagem e aceleração, tangência de curvas, regras de "boas maneiras" na pista, bandeiras etc. Depois, trocam-se os papéis e o novato estará liberado assim que demonstrar bom controle e condução segura. No meu caso o "sem carro" Nilo me conduziu. O carro que ele estava preparando para o evento apresentava uma falha de regulagem em alta que arriscava os pistões, não valia a pena o risco. Uma pena.


Nilo conduziu o Civic Si (sem preparação) de uma forma que eu nem imaginava ser possível. Fiquei meio assustado com o que o carro era capaz de fazer e SE eu seria capaz de conduzí-lo próximo do que o Nilo fez. Papéis trocados no box, fui pra pista. Gradualmente peguei confiança no carro e na minha condução (com as constantes observações do Nilo me corrigindo e orientando) e, em poucas voltas ele me liberou. O roteiro se repete, como se pode observar em experiência semelhante do amigo Cruvi, também em Jacarepaguá, em um evento de Time Trial.


As instruções são simples, fazer é que são elas. Não brigar com o carro, não dar potência na hora errada para não acabar com os pneus, ser suave, não ter pressa de mergulhar na curva, frear reto, olhar para onde se quer ir... Depois de várias voltas sem instrução, vou melhorando e piorando ao mesmo tempo. Nos lugares que acerto a tangente e a velocidade, ganho confiança e faço cada vez melhor, me aproximando de carros melhores com linhas de traçado piores. Os que ultrapassei nesse trecho devem ter achado que ando bem! MAS (sempre um MAS), no local onde errava a freada ou entrava cedo demais na curva, ERREI MUITO! É um jogo mental, de constância e, principalmente, de confiança. Incrível como nos traímos tanto! Mas como é divertido o aprendizado! É um jogo contra você mesmo, com algumas pitadas de competição quando você cruza com um mesmo carro de performance parecida várias vezes. É divertido acompanhar a linha do carro da frente e perceber se estamos fazendo melhor ou pior que ele.


Fiquei muito feliz com a minha performance por ter ficado 0,3 s do tempo do Nilo. Claro que ele estava me instruindo, não estava tirando tudo do carro, mas ainda assim fiquei contente por fazer um tempo tão próximo.


OUTROS CALOUROS


Acompanhei outros dois calouros em Track Days: Carlos e Flavinha. Ele andou de Civic Automático (só tem tu, vai tu mesmo!) e se divertiu muito! Obviamente não era o carro mais adequado a um Track Day, mas é melhor do que nenhum, ora! Villa fez a instrução básica e acompanhou Carlos no começo. Apesar do câmbio inadequado, o Civic novamente impressionou pelo chassi. Como grande parte da diversão está nas curvas, deu tudo certo! O desafio de todo iniciante é rodar sem acabar com os pneus de rua. Em várias conversas, ouvimos sempre o mesmo. Independente do carro, SEMPRE QUE PUDER, participe de um Track Day. Invariavelmente você sai um piloto melhor e conhecendo a fundo um veículo que jamais antes teve a oportunidade de mostrar seus limites de maneira segura. O amigo Rajão, fã confesso de Kas, andou no pacato sedã japonês automático e também elogiou o carro.


O último caso é de uma das duas pilotos na pista neste Track Day. Flavinha é formada em Engenharia Mecânica Automotiva e trabalhou por algum tempo como Engenheira de Testes de pneus no campo de provas da Pirelli. Como já trabalhou em oficina, ela mesma turbinou sua Saveiro durante a faculdade e obviamente surpreendeu muito marmanjo nos muitos papos técnicos que aconteceram nos boxes. Mas voltemos à pista. Vic Rodriguez, colega de blog, foi o instrutor no Civic Si do noivo dela (sim rapazes, ela é noiva, obviamente de um entusiasta por carros). Nas palavras do Vic, "ela, daquele tamanho, andando com vigor, é muito legal de ver". Ela confessou que não se sentiu 100% à vontade usando o carro do noivo, talvez na sua Saveirinho turbo tivesse se soltado mais. Vic discorda, gostou do que viu e espera ver mais "Flavinhas" nas pistas nessa diversão ainda muito masculina.


OS CARROS




Não pretendo aqui descrever todos, mas alguns destaques que notei. O melhor tempo foi de um Mitsubishi Lancer Evo muito bem preparado. Seguido de um Maverick muito mexido. Aí veio o Godzilla (comentário frequente: não foi forçado ou "bem conduzido" ao limite). O carro impressiona, claro, mas eu tenho minhas reservas. Acho tudo muito superlativo nele. Muita potência, mas muito peso, muita eletrônica. E grande! Sou mais um Nissan 350Z (agora 370Z) para um evento como esse. Mas adorei ver o carro, tão falado. Merece a fama.
Uma sucessão de Subarus e Evos e eis que surge um Civic Si pouco mexido. Por pouco mexido entenda filtro, escape e injeção para arrancar uns 260 cavalos. Mais pneus slicks e só. Foi o primeiro aspirado num mar de turbos. Esse carro vai dar trabalho...


Eu gostei muito dos Subarus WRX. Carros relativamente fáceis de se encontrar aqui, duráveis, não caros (como os raros Evos) e com muitas receitas de preparação. Não surpreende que haja tantos no Track Day.
Senti falta de Porsches, mesmo mais velhinhos. Um só que fosse (não vale o Cayman que apareceu nos boxes, mas não para correr). Os japas realmente caíram no gosto do pessoal que gosta de andar forte.
O Ford Ka continua sendo presença constante em eventos como esse. Diversão sem orçamento nas alturas. Como comentei antes, senti falta de VW. Gols e Golfs GTi, principalmente.
Ah, tinha um Corolla, que coincidentemente saía sempre junto comigo para a pista. Sorry, Toyota, precisa de muito feijão para chegar perto dos Civics.
Graças a Deus, nenhum utlilitário esportivo (ok, uma saveiro). Se fosse em SP, acho que uma das muitas Cayennes teria andado na pista...


GENTE COMO A GENTE
O autódromo é bom e seguro, os carros são bem preparados, mas o evento é um grande encontro de entusiastas por carro! Gente como a gente, que prepara carros com orçamento apertado ou não, em uma rivalidade interna de fazer o melhor. Depois da liquidação de motores Ford na semana passada, não teve como evitar o assunto "1001 maneiras de usar um Duratec". Ka antigo ou novo, Fiesta Mk5 ou 6, o que fazer, como adaptar, etc etc. Ótimo papo, ótimos contatos, muito mais virá pela frente, com certeza. E, nas palavras de um paulistano passeando no Rio, não existe provincianismo quando o assunto é motor. Gente de São Paulo, Rio, Curitiba, Floripa, todos falam a mesma língua quando o assunto é motor.

Last but not least, encontrar amigos "eletrônicos" foi ótimo. Ver ao vivo pessoas com quem você se comunica por emails, listas e blogs dá sentido a tudo. Obrigado a todos, novamente, pela acolhida, instrução e paciência.

Não será meu último Track Day, certamente.

MM
ps2: neste final de semana (19/abril) tem Track Day em São Paulo, em Interlagos. Infelizmente não poderei ir (ironia, consigo ir no do Rio, a 400 km e não consigo no de São Paulo). São outros organizadores (http://trackday.ndaracing.com/), mas tentarei ir ao menos como espectador, para ver se a fauna automotiva muda quando comparado ao de Jacarepaguá.
ps3: me desculpem os que receberam esse post 2 vezes, fui corrigir uns detalhes e ele sumiu...