google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): NAPIER
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Fotos: napierheritage.co.uk, The Old Motor.com, khulsey.com e Wikipedia

S. F. Edge dirigindo e M. S. Napier no quatro-cilindros de 1902, vencedor da corrida Gordon-Bennett

Os carros da marca Napier surgiram apenas após alguns anos depois que o neto do fundador da empresa a assumiu, com 25 anos de idade. Isso ocorreu em 1895, quando o nome já estava no mercado há 87 anos. Como na enorme maioria dos casos, nesses tempos já longínquos, os carros eram um resultado direto da personalidade e insistência de seu criador. Às vezes, de um pequeno grupo de pessoas que sabiam exatamente o que queriam, e no caso da Napier, por teimosia não apenas do dono da empresa, mas também de um amigo e cliente que se tornou o cérebro da promoção da marca, esse item tão vital para qualquer empreendimento.

Iniciado em 1808, quando o escocês David Napier foi para Londres e fundou a empresa D. Napier and Son Ltd., administrando-a junto com o filho James, os negócios da família eram originalmente de fabricante de equipamentos de impressão, algo bastante fundamental em um tempo sem televisão e computadores, além de máquinas de trabalho mais especializado, que imprimiam documentos bancários. Balanças, macacos hidráulicos e outras máquinas menores e mais leves, como separadores de moedas para os bancos, também eram imaginados e projetados por James Napier e construídos por algumas centenas de empregados.
John Cobb no Napier-Railton.

Construído ao redor de um motor aeronáutico de 24 litros e 12 cilindros, o Napier-Railton é fruto do engenheiro Reid A. Railton, a pedido do inglês John Cobb, que já estava cansado de apanhar do Bentley com compressor mecânico de Tim Birkin, nas corridas de Brooklands. Cobb usava um Delage construído em 1923 e já havia sido o recordista dessa pista, com quase 130 mph (208 km/h) de média. Só os nomes mencionados no parágrafo acima provocam umas 3 horas de pesquisa e leitura na internet para quem tiver tempo e curiosidade. E podem acreditar que as histórias e os carros são incríveis.

O engenheiro trabalhou com o Napier Lion, originalmente com 509 cv a 2.200 rpm, e extraiu mais um pouco de potência, atingindo algo próximo de 600 cv. O câmbio tinha apenas 3 marchas, e foi projetado e construído apenas para esse carro. Suspensão tinha eixos rígidos e molas em feixe na traseira, duas molas de lâmina única na frente. A carroceria, para compensar um pouco essa massa toda de chassis e suspensão, era de alúmínio, mesmo assim chegando a 2.049 kg. Essa massa aparentemente muito alta para um carro de corrida não era visto à época como real problema em Brooklands, pois se tratava de um circuito de alta velocidade.

Para estrear em agosto de 1933, a Dunlop teve que resolver rapidamente os problemas de destruição dos pneus usados em testes, e conseguiu. O carro venceu na estréia e correu também em outros lugares famosos, como Bonneville Salt Flats e Montlhery. Detém o recorde de Brooklands até hoje, com 230,79 km/h, pois a pista deixou de ser usada em 1939. John Cobb faleceu no Lago Ness, na Escócia, tentando bater um recorde de velocidade em água, em 1952.

Hoje o Napier-Railton está no Museu de Brooklands, local a ser visitado por todo entusiasta de corridas. Para coroar uma restauração iniciada após 1990 pelo museu, esta máquina única foi mostrada em movimento no Goodwood Festival of Speed de 2007, dirigida por Rowan Atkinson, o Mr. Bean, figura sempre presente em eventos automobilísticos de tradição na Grã-Bretanha, dono de um McLaren F1, entre outras maravilhas, e nada otário, como faz crer seu personagem.


Rowan Atkinson, o popular Mr. Bean.