
Não é de hoje que nós, fabricantes de carros esportivos, utilizamos do chavão "um carro de corrida para andar na rua" como argumento de venda ou de marketing promocional para identificar o tipo de carro a que se refere, algo bruto, rápido e "a experiência mais próxima possível de um carro de corrida".

Mas nos anos 70 um caso contrariou essa regra. Ele não foi comercializado, mas, esse sim, era um carro de corrida para andar na rua. E ao melhor estilo possível.

Gregorio Rossi era um desmiolado que apreciava as corridas de endurance, o campeonato tão ou mais famoso que a Fórmula 1 naquela época. Não por acaso, fundou a Martini Racing, uma das mais famosas equipes de todos os tempos, e seu nome em Le Mans era feito pelo Porsche 917K.

O 917 de Rossi foi o chassi número 030, que ao que tudo indica, correu uma vez apenas, nos 1000 Quilômetros de Zeltweg com a famosa pintura da Martini Racing e número 28, antes de ser modificado para uso urbano pela própria Porsche. Durante esse trabalho entre carro de corrida e carro de rua, o 030 foi o carro eleito para testar o novo sistema de freios com ABS da Porsche, desenvolvido secretamente para não despertar o interesse dos concorrentes.

Para ser legalizado, o carro recebeu espelhos retrovisores, um escape com abafador e um pouco de luxos no interior, como um banco forrado, por exemplo. O motor era exatamente o mesmo do modelo de corrida, o flat-12 de 650 cv com injeção Bosch. Com a homologação na Europa feita, o 917 foi levado para os Estados Unidos, onde foi homologado também no estado do Alabama, mas era mais usado na Europa.

Esse sim, era um carro de corrida para andar na rua. E andar rápido, com estilo.