Parece carro japonês, mas veja o cavalinho na grade |
Com a maioria dos carros que abusaram das linhas de caráter angulosas, esse Ferrari 308 GT Rainbow poderia fazer sucesso na década de 1980, alguns anos à frente de quando foi apresentado, 1976. Veio um pouco antes da hora, portanto. O Rainbow foi mostrado quando a Ferrari estava prestes a encerrar produção do Dino, lançado em 1968, um carro de linhas curvilíneas que se tornou um dos verdadeiros clássicos da história, tanto da Ferrari quanto da indústria como um todo.
Ao olharmos para o Rainbow (arco-íris), um outro carro vem à memória imediatamente, e não sem motivo. O Fiat X1/9, também um desenho do Studio Bertone, lançado em 1972, sob o comando do mesmo estilista-chefe, o lendário Marcello Gandini.
Com para-choques de especificação americana. Terrível |
Mas o Rainbow foi além do que o Fiat apresentou, sendo mais radical nas linhas retas, que estão no carro todo, interior inclusive. Notem a forma do painel de instrumentos, um retângulo, puro e simples. Eu também desenhava carros assim, com a régua, quando tinha oito ou nove anos. Nenhum talento era necessário, e era normal para quem gostava de imaginar como seria o futuro. É dessa forma que nasce a simpatia por determinados carros. Se eles foram de alguma forma parte de nossas vidas, seremos sempre atraídos por eles, quer sejam considerados feios ou bonitos, adjetivos que escritores inteligentes evitam utilizar, já que o ditado diz que o lixo de um é o ouro de outro.
Simplicidade plena, trazendo sensação de espaço |
Mesmo parecendo retas, um desenhista de automóveis não pode utilizar de verdade uma régua, pois no conjunto parecerão linhas côncavas, curvadas para dentro das superfícies.
Isso é fácil de ver em carros como o fora-de-série brasileiro Farus ML929. A linha de união do teto com o quadro do vidro da porta e com o pára-brisa são retas, que quando vistas no veículo parecem uma curva para baixo. Não muito agradável à visão da maioria das pessoas.
Notem a junção porta com teto. Ignorem a dianteira modificada para parecer Ferrari. |
O Rainbow foi inspiração para muitos carros japoneses, na época em que eles ainda eram bem iniciantes na arte do estilo automobilístico. Sem dúvida tomando uma marca como a Ferrari de referência, imaginaram que o Rainbow mostrava o caminho que os italianos seguiriam. E sempre foi mais fácil pegar a régua e fazer coincidir linhas retas do que acertar raios entre si, claro. Essa praticidade levou os japoneses a fazerem vários modelos dessa maneira, linhas retas, áreas quase planas e achatadas. Subaru XT é um deles.
Subaru XT (Alcyone no Japão), de 1985 |
Gandini já havia sido o responsável por trazer o desenho do Countach ao mundo, dois anos antes. Como eu já havia escrito, deve ter sido por inspiração divina ou extraterrestre. Este é provavelmente o carro mais chocante de todos os tempos, falando-se não só em desenho de carroceria. Como não poderia deixar de ser, já falamos do Countach em outras ocasiões, uma delas aqui, num texto de José Luiz Vieira, e nesse comparativo nada técnico porém divertido com o MAO.
No Rainbow, o estilista pretendeu algo bastante chamativo para a outra marca italiana mais famosa do mundo, e conseguiu em grande parte.
O Ferrari 308 GT4, conhecido como Dino de quatro lugares, magnífico, é a mecânica por baixo da carroceria do Rainbow, com motor central-traseiro de 3 litros, o primeiro motor Ferrari de configuração V-8 produzido para venda ao público. Com cerca de 250 cv, seria quase uma piada hoje, mas era plenamente potente para a década de 1970. A linha histórica desses carros está bem explicada nesse texto do MAO .
No Rainbow o entreeixos era 100 mm menor que no GT4, proporcionando dimensões mais compactas para esse estudo. Aliás, dimensões contidas chamam a atenção, principalmente comparando com os Ferraris da atualidade, largos a ponto de não caberem em vagas de carros normais. Vejam essa foto a seguir, como o carro é pequeno ao lado de uma pessoa.
Incrivelmente, o Rainbow não aparece na linha do tempo dentro do site do Studio Bertone. Talvez tenha sido negligenciado em meio a tantas criações magníficas, como o Miura e o Countach. Esse fato é interessante, já que o carro, exemplar único, pertence à coleção particular do estúdio, o Museo Stile Bertone, não aberto à visitação pública, infelizmente.
Uma pena não ter seguido como modelo de produção.
JJ
Que coisa... ironicamente o arco-íris é curvo.
ResponderExcluirO Mercedes SL da segunda série foi além,ao apresentar um teto côncavo de fato,criando a polêmica q. acabou beneficiando a imagem do modelo
ExcluirFiat X1/9 versão brasileira...Fiat Dardo.
ResponderExcluirMeu amigo Mr.Car e seu Dacia!
ExcluirMeu amigo Mr.Car e seu Polara!
ExcluirJá que lembrou dele, aproveito para lhes comunicar o lançamento do livro "Dodge 1800/Polara - O Pequeno Guerreiro" (Marcos Faria Martins Filho & Luciano Jafet), pela Editora Otto7. O livro pode ser adqüirido pelo site da própria (www.otto7editora.com.br).
ExcluirDizem que esse pequeno Dodge andava mais que os poderosos Passats da VW. E dava pau em muito carro maior e mais potente.
ExcluirValeu pela dica do livro.
Mr.car tambem é cultura
andava sim. não fazia vergonha à época. se for comparar com hj, é covardia mas o doginho funcionava bem.o que me chamou a atenção é que bebia demais para a proposta de carro médio pequeno. e aquelle carbura que ninguém, quase, sabia regular.
ExcluirMr. Car, conheço dois Polaras à venda. E com ar-condicionado!
ExcluirDoginho nunca andou mais que Passat 1.6. E era 1.8.
Excluir1800 e Polara eram bons de retomada, mas os Passats tinham mais estabilidade. Tive 3 Dodges e 1 Passat. Bom mesmo foi o Passat Pointer 1.8 AP.
ExcluirOs hermanos argentinos tiveram, sem dúvida, mais sorte(ou competência...)para explorar o potencial do Dodginho,q. lá usava o motorzinho 1500 e nem por isso passava vergonha.E,ainda tinha a piruinha tetéia...
ExcluirJoao Guilherme
ExcluirNada como saber a opniao de quem ja guiou esses carros..
Passat Pointer é um sonho de consumo meu!
Quem sabe um dia cheo lá
JJ, números de desempenho, por favor!
ResponderExcluirBussoranga,
Excluirjuro que procurei, mas não há nada divulgado com exatidão.
O GT4, mecanicamente igual, ia de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos, e atingia 240 km/h. O Rainbow era mais leve, mas sem sabermos valores exatos, e aerodinamicamente, uma incógnita. Devia acelerar um pouco mais rápido.
É um belissimo desempenho!
ExcluirNúmeros muito bons ate nos dias atuais...
Carros meio exóticos estes do post hein? e Juvenal ,cade os retrovisores de alguns modelos ? abraço.
ResponderExcluirFarus ML929, carro estilizado por engenheiros.
ResponderExcluirUm designer/estilista ou sei lá o nome jamais faria isso...
Mas isso não tem importância. Beleza, harmonia, bom desenho, identidade, tema atraente, boa execução, saber a hora de mostrar ou ocultar parafusos, cor, acabamentos internos e externos, postura com a qual o carro se assenta no piso, relação de sombra/luz/volumes... nada disso importa. Não é Bob?
Analfa
ExcluirPouco trabalho, pouco estudo e muuuito tempo para ficar com brincadeira na internet.
Daí o nome Analfa.
ExcluirCaros,
ExcluirNo que o Analfa comentou de errado?
Sobre estilo ele tem razão - até na referência que fez ao Bob.
Acabamento, desing e segurança eu não sei de nada. Só sei de motor 1.0 e coisas que dão lucro
ExcluirAnalfa 06/12/12 13:41,
ResponderExcluirVocê precisa urgentemente de um psiquiatra, cara...
Se tua mulher te deixou, é porque ela tinha mesmo motivos.
Ele tá precisando mesmo é de uma mulher!
ExcluirOu uma toba.
ExcluirTodo mundo que rebateu com argumentos no mínimo "esdrúxulos" o meu comentário cometeu erros de português.
ExcluirDepois eu é quem preciso estudar, preciso de psiquiatra.
Voltem para as aulas de interpretação de texto e depois dirijam o "teclado" contra mim.
E o Sr. volte para o noticias automotivas.
ExcluirQuem diria? O analfa querendo dar aula de portugues!!!
ExcluirUm belo brinquedo, Juvenal... Devia ter uma dinâmica muito interessante por ter um tamanho contido, e ótimos 240cv? Sei que estamos acostumados a ouvir números cada vez mais mirabolantes de potência, mas o negligenciado Lotus Elise entrega algo nessa faixa, e é um foguete...
ResponderExcluirProvavelmente a Ferrari nem pensou em desenvolver o estilo desse carro por suas similaridades com o compatriota... Como corte das caixas de roda,vincos no capô, etc... Uma pena...
Tivemos aqui no Brasil um belo exemplar dessa corrente de linhas angulosas.
ResponderExcluirTalvez ate mais bonito e harmonioso que esse Ferrari.
O fora de serie Hofsteter era um sonho de qq moleque que gostasse de carro.
Producao artesanal, baseado no protótipo Alfa Romeo Carabo , utilizava mecanica do Gol GTS com adocao de um kit turbop da Larus.
A producao foi pequena e alguns poucos exemplares sairam do país.
Dizem que o projetista e construtor era um genio e tinha vinte e poucos anos quando montou a fabrica!
Há um tempo atras havia um à venda em SP. Tive a oportunidade de entrar a apreciar os detalhes desse carro. Branco estava totalmente original , como 0km . Um carro incrivel até hoje...
Eu tambem gostava muito desse carro.
ExcluirFiquei alucinado quando o vi no Salao do Automovel ....
Idem anonimo 16:06. e pouca gente sabia o que, como e de onde vinha. Outro dia no Templo um preto estava desfilando com as portas abertas, descendo a rua do túnel para o posto de abastecimento. Devagarzinho; parei e fiquei olhando. o motorista estava com um sorrizão daqueles, como quem está fazendo uma traquinagem...
ExcluirSem duvidas foi de longe o fora de serie mais incrível fabricado no Brasil'
ExcluirE talvez no mundo a seu tempo..
Eu nunca vi esse carro, mas já ouvi falar
ExcluirSerá que você nao esta fazendo confusão com o Diabolo da Lamborghuini?
Não, aquele é o Testa Rosa da Ferrauri.
ExcluirAquele X1/9 com as rodas iguais às do 147 é um "must".
ResponderExcluirNo salão dos antigos, tinha esse Fiat X1/9 com as mesmas rodas.
ExcluirSempre gostei de carros quadrados, mas esses aí... São muito feios.
ResponderExcluirO Fiat X1/9 até que é bonitinho, mas aqueles para-choques eram de muito mau gosto.
ResponderExcluirAcredito que ficaria bonito com os para-choques de hoje.
O Dardo tinha os párachoques da versão européia do X1/9,bem mais elegantes e discretos que os do modelo USA
Excluir
ResponderExcluirAlguém sabe a razão do nome X 1/9?
lauro
Eu e que nao sei!
ExcluirNos nomes comerciais a FIAT usava uma código número, dai 128, 147 e etc... Porém o código interno de projeto era X#. Ou seja, X0 para motores, X1 para carros de passeio e X2 para automóveis comerciais. Sendo assim o X1/9 foi o nono carro de passeio depois da adoção da nomenclatura. Agora, pq usaram a designação de protótipo eu não sei...
ExcluirEsse Ferrari Rainbow eu não conhecia. Linhas bem radicais para a época, ainda mais em se tratando de Ferrari.
ResponderExcluirÉ porque ele eram necessários nove deles para formar um carro inteiro.
ResponderExcluirPedro
Que carro feio. O Comendador deve ter feito uma bolinha com o projeto, jogado no Gandini, dado uns tapinhas bem de leve no rosto dele e falado "de volta para a prancheta, capice?"
ResponderExcluirMcQueen
Mas um estilo que nos passa despercebido. Ainda bem que há sites como o AE para nos lembrar do que passou e apresentar o que não vimos.
ResponderExcluirKzR
Excelente blog, adorei o post, parabéns. http://www.segurodevidaempresarial.com.br
ResponderExcluirParabéns pelo Blog, sempre acompanho seus post. Obrigado. www.segurodevidaindividual.com.br
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