google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: autor

Escutei há alguns dias, um membro de um grupo de usuários de bicicletas, proferir um dos maiores absurdos que já ouvi na minha vida.

Disse esse elemento que as reduções de limites de velocidade nas vias da cidade de São Paulo eram muito bem-vindas, pois incentivam o uso de bicicletas. Segundo seu raciocínio, com menores velocidades, menos acidentes ocorrerão, e mais pessoas terão vontade de usar bicicletas para as diversas atividades, inclusive ir e voltar ao trabalho.

Só se for para ele, que deve trabalhar bem pertinho de onde reside. Se é que trabalha.
Foto: iG





Esta é uma outra visão sobre o acidente que o Bob Sharp já havia comentado sábado.



Mais uma tragédia no trânsito de São Paulo. Um Porsche, segundo a perícia, vinha a 150 km/h pela rua Tabapuã, uma rua comercial do nobre bairro Itaim Bibi. Em uma de suas travessas, a rua Bandeira Paulista, ele colheu um Hyundai Tucson que atravessava a via, matando sua motorista, uma advogada de 28 anos. Triste e trágico.



A imprensa logo se apressou em condenar o motorista do Porsche. Parece que os jornalistas, em geral por aqui, têm um viés esquerdista-invejoso, até chegando a ter um mórbido prazer em culpar uma pessoa de posses que causa um acidente com seu carrão. Mas ressalto um fato que foi mencionado nas reportagens, mas não foi dada a devida ênfase a ele: a advogada avançou o sinal vermelho, segundo uma testemunha que estava atrás do carro dela e a viu avançar em baixa velocidade o semáforo do cruzamento com a rua Tabapuã.



Apesar de em momento algum eu afirmar que é correto andar a 150 km/h dentro de perímetro urbano e - pior - numa rua cheia de travessas, não posso deixar de notar a grande culpa da vítima neste acidente, estando a imprensa mais preocupada em noticiar a culpa do motorista do Porsche e quase comemorando a sua indiciação por homicídio doloso.

Vauxhall Cresta PA

Em 1960, iniciou-se uma competição bastante interessante na Austrália. Uma corrida de 500 milhas para carros de rua.

As três primeiras provas, desse ano até 1962, foram corridas no circuito de Phillip Island, usado hoje pelo campeonato mundial de motociclismo, o Moto GP. Apenas a partir de 1963 os carros passaram a competir por essa prova em Mount Panorama, o circuito que fica na cidade de Bathurst, nome pelo qual é mais conhecido, uma pista arrepiante, com subidas e descidas em curva que são coisa para quem tem coragem de verdade.

Começando com o nome de Armstrong 500, um fabricante de amortecedores, passou a ter 1.000 km quando passou a Bathurst. Essa prova é a mais famosa e desafiadora do automobilismo australiano, sendo conhecida lá como “The Great Race” (A Grande Corrida).
Foto: Paulo Valiengo Comunicação


Automobilismo de competição é um esporte complicado e seu entendimento é realmente difícil. Vi isso claramente com os recentes posts sobre a Copa Petrobras de Marcas e sobre o câmbio dos nossos Voyages de competição no Marcas e Pilotos de 1984, a julgar pelos inúmeros comentários dos leitores.

Como não existe curso para ser um especialista em competição, só posso atribuir o conhecimento de alguns poucos e meu próprio a uma coisa chamada interesse pela matéria e muito, mas muito estudo a respeito. Não por acaso a própria CBA, nos anos 1960 e 1970, volta e meia me chamava para discutir algum assunto ou mesmo traduzir os regulamentos da FIA, o que fiz inúmeras vezes.

No caso do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos,  o primeiro, em 1984, eu, como representante da Volkswagen, insistia no Grupo A, ao que os fabricantes concorrentes se opuseram, achando que eu estava querendo favorecer a marca para a qual trabalhava. Começou então uma longa e infrutífera tentativa de se redigir um regulamento nacional, chamado Grupo B Brasil. Chegou um momento que eu disse para todos me dispor a escrever o regulamento, com o que concordaram (todos tinham ciência do meu conhecimento do assunto) e depois o aprovaram sem restrições, CBA inclusive e principalmente. E o campeonato pôde começar e foi um enorme sucesso.