google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Em nosso país, automóvel com a indicação “1.0” ou ”1000”, Mil”, tem conceito diverso, dependendo exatamente da época e do perfil do consumidor. Se próximo à politicamente correta e curiosa fase dita Melhor Idade, lembrar-se-á, a expressão foi ouvida pioneiramente em 1959, quando a Vemag, fabricante nacional autorizada a produzir alemães Auto Union DKW, anunciou com orgulho nova motorização 1000 em seus produtos, pequena station wagon chamada Universal e após camioneta; sedã, depois Belcar, Vemaguet e jipe 4x4, logo batizado Candango. Letreiro aposto nos pára-lamas dianteiros e na tampa do porta-malas, bem como plaqueta esmaltada no cabeçote, indicava a novidade. Era aumento de cilindrada, no início 900 cm³, motor construtivamente diferenciado, com 13,3% mais em torque e 15,7% em potência — 8,5 m·kgf e 44 cv DIN.



A configuração mantinha o racional ciclo de dois tempos, em automóveis, exclusividade no país — haviam-nos para Lambrettas, Vespas, bicicletas motorizadas e afins. Na prática, aumentar de 900 para 1.000 cm³ incrementava velocidade máxima, aceleração e capacidade de subida, no caso tudo implementado por reduzir coroa & pinhão dois anos depois, de 4,72:1 para 5,14:1.

Poucos anos após, meio da década, para pós-garotões hoje com mínimos 65 aniversários, 'Motor 1000' nos Renault Gordini e nos Willys Interlagos indicava disposição em acelerar, correr, velocidade — e pouca duração. Nos Willys Interlagos, designação brasileira do francês Alpine A-108, esportivo com carroceria em compósito de fibra de vidro, e base mecânica Gordini, era opção de fábrica. Feito quase por encomenda, disponível com três motorizações: 845 cm³ e 53 hp; 904 cm³ e 56 hp, e o pico 1.000 cm³ e 70 hp (potências brutas SAE), em mexidas intervenções artesanais a partir do motor original com 845 cm³ e 40 hp realizadas na área onde se mesclava a produção dos Interlagos e a equipe de competições.
 
Os Willys Interlagos berlineta só corriam com motor 1000
Fotos: autor


Por ocasião do lançamento do C4 Lounge no dia 13 de agosto, em Mendoza, na Argentina, o Bob fez a avaliação da versão Exclusive com motor 2-L aspirado. Este post vem a complementá-lo, pois agora, para teste “no uso”, temos a versão Exclusive com o nosso já conhecido motor THP 165. Para conhecer melhor o carro, portanto, vale ler o post do Bob.

Suas potências máximas pouco diferem — 151 cv para o 2-L aspirado e 165 cv para o 1,6-L turbo —, porém o que difere bastante é o modo como essas potências são entregues. O torque máximo de 21,7 m·kgf do aspirado 2-L (com álcool) é um pico que vem a 4.000 rpm, enquanto que os 24,5 m·kgf do THP é um patamar que vai de 1.400 a 4.000 rpm. Sendo assim, já que potência é, basicamente, torque x rpm, vê-se que o THP em baixo giro já nos disponibiliza potência muito maior que o 2-L aspirado oferece na mesma rotação. Um pequeno exemplo: com o THP 165 subi toda a Rodovia dos Imigrantes — subida da Serra do Mar — em velocidade variando entre 100 e 110 km/h (velocímetro) e em 6ª marcha; com o giro ao redor de 2.400~2.500 rpm. O excelente câmbio automático Aisin deixou o câmbio, o tempo todo, em 6ª marcha, ele entendendo que não havia necessidade de reduzir para 5ª ou mesmo 4ª marcha, pois as suaves solicitações para retomadas que eu fazia não requeriam redução, já que para isso o motor já estava produzindo potência de sobra. Caso eu acelerasse fundo, aí sim, imediatamente viriam as reduções, mas indo tranqüilo com pouco tráfego, madrugada, subimos numa tacada só e em 6ª.

Sedã bom de viajar

Fotos: NetCarShow.com, BMW

A M5 E34 e seus antecessores

"Nós sempre nos tratávamos como bons companheiros. Era como a gente dizia sobre um cara: você vai gostar dele. Ele é legal. É um bom companheiro. Ele é um de nós. Sacou? Éramos bons amigos. Mafiosos.
Mas o Jimmy nunca poderia entrar realmente para a máfia, porque tinha sangue irlandês. E no meu caso, nada importava que minha mãe era siciliana. Para se tornar realmente um membro da máfia, você tem que ser 100 por cento italiano. Entrar para a máfia, porém, é a maior honra que a gente podia ter. Isso significa que você faz parte de uma família, um grupo. Significa que ninguém pode mexer com você, e que você pode mexer com qualquer um, desde que ele também não fosse um membro, lógico. É como uma licença para roubar. Uma licença para fazer qualquer coisa. E até onde o Jimmy se importava, se o Tommy entrasse, todos nós estávamos entrando. Nós agora teríamos um de nós como um membro.”

Esta semana não podia deixar de lembrar desse trecho acima, dito pelo protagonista do filme de Scorcese “Os Bons Companheiros”, de 1990. Henry Hill, o personagem interpretado por Ray Liotta, nos explica o por que era tão importante que seu melhor amigo, o violento Tommy DeVitto (Joe Pesci) ter oficialmente entrado na Mafia nova-iorquina como membro. Para ele e o mentor de ambos (Jimmy Conway, interpretado por Robert de Niro), era impossível por uma série de motivos, mas somente o fato do companheiro receber a honra os deixava felizes e realizados. Era como de, de alguma forma, sendo a amigo tão próximo promovido, eles também o fossem.



E esta semana algo parecido aconteceu comigo. Primeiro um bom amigo foi finalmente promovido em uma empresa em que trabalhei; é o primeiro entre os quatro que entraram juntos quase vinte anos atrás a receber uma promoção. Já me senti bem pacas por ele, mas isto foi apenas um prelúdio do que estava por vir. Afinal de contas uma banal promoção não me empurraria de volta ao teclado para lhes escrever algo, queridos leitores, não com a incrivelmente complicada vida que arrumei para mim. Não, o que me fez sentir exatamente igual a este cara aí do início foi algo muito mais legal...

Sabe como é, vai ter gente que vai ler este post e falar: só por isso? Vai achar muito barulho por nada, tenho certeza. Mas fazer o que, eu me senti assim, e só porque um amigo comprou um carro.

Não qualquer carro, lógico. É na verdade um daqueles que se convencionou chamar de supercarro, aqueles que conseguem transcender a mera qualidade de transporte para, desde novo, se transformar em algo especial. Um daqueles carros cujo desempenho e comportamento são tão memoráveis que fazem os profissionais abandonarem a fria análise e adotarem um lirismo e paixão normalmente reservados a formas mais tradicionais de literatura. Um BMW M5 1990.




End. eletrônico: edita@rnasser.com.br                     Fax: +55.61.3225.5511         Coluna 4413 30.out.2013

Qual é o segmento de veículos que coloca o Brasil em primeiro lugar mundial? Carros 1,0? Motos 125? Automóveis pretos ou prata?
Dúvidas coerentes. Nosso país só produz automóveis e comerciais leves com motores de quatro cilindros e entre estes os 1,0 são maioria. De motor monocilíndrico, pequena cilindrada, maciçamente destinada a trabalho na cidade e a substituir cavalos e burros nas cidades do interior e no campo, motos 125 vendem muito. E carros pretos ou prata, parte maior da massificação das preferências nacionais à hora de comprar um veículo de passeio?
Nada disto. Nossa liderança esta nas vendas recordes de caminhões, vendemos a maior quantidade — arranhar 150 mil unidades neste ano —, muito à frente dos restantes mercados, incluindo os países de origem dos caminhões aqui produzidos — exceto China. E vamos subindo a rampa.
Maior mercado, reunindo superior quantidade de marcas em produção — solitária marca nacional, a Agrale, estadunidense, suecos, alemães, italiano, holandês, coreano e, como se promete, chineses — realiza uma feira técnica a cada dois. É a Fenatran, em São Paulo. De negócios, sem entradas pagas, apenas convites a público especializado de compradores, operadores, frotistas. Todos no escombro inoperacional chamado Anhembi, prédio da prefeitura paulistana, cedido aos organizadores de evento, e sem intervalos para sofrer reparos ou manutenção. Há anos é perigosa sauna, e a Prefeitura da cidade não investe em seu sanear para não interromper o faturamento, enquanto os operadores dos eventos alegam nada ter a ver com isto.
Realizado de 28 de outubro a 1° de novembro a expectativa de receber 60 mil visitantes para fazer negócios com os 376 expositores de 15 países. No setor, coerentemente é a maior mostra continental.
Operacional
A abertura mostrou dados curiosos, como o intenso uso de adjetivos nas apresentações, todas rotuladas como novidade, caminho, tendência, solução, menor custo operacional. Exageros. Novidade maior foi a ausência das marcas que passaram meses anteriores prometendo instalar-se no Brasil. Desconsideraram o evento bienal para apresentar e exibir os produtos. Nestas, chinesas como a Foton, e a JAC, vendendo caminhõezinhos; a junção de Caterpilar/International, não apareceram. Das novas, duas: a ex-holandesa DAF, hoje de capital dos EUA, e a Metro-Sachman, nome brasileiro, sobrenome chinês, apresentaram seus produtos. 
Governador paulista Geraldo Alckmin visitou espaço dos International, fabricados em Caxias do Sul, RS. São Paulo sedia 45% da produção de caminhões, nele trabalharão 551 desta marca gaúcha, dos 898 adquiridos pelo governo federal. Curiosamente, das marcas tradicionais era a única sem lançamentos. Alckmin enfatizou pressão sobre o roubo de cargas e caminhões, também sobre resultados previstos no programa de renovação da frota em tentativa implantação por alguns estados, incluindo São Paulo. Ausente o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o governo federal perdeu a oportunidade de liderar o processo de renovação da frota de caminhões. A nossa tem perigosa idade média de 16 anos.

Uma das maiores referências para a Fenatran 2013, o patamar de potência e tração, segue o otimizador de transmissão, dito automatizador, apresentado pela Scania há duas décadas, e factibilizado pelo emprego de eletrônica. Ele mantém as tradicionais caixas de marcha com engrenagens cilíndricas, mas seu sistema de troca poupa o motorista, o motor, a transmissão e o bolso do empresário. É a nova tendência. Em potência a Volvo levantou a bandeira da liderança com o sueco FH 16, motor deslocando 16.000 cm³, produzindo 750 cv e 341 m·kgf de torque. Tem capacidade para arrastar até 200 t — menos que o Scania com motor de 620 cv e 250t —, e é aplicável em cargas indivisíveis — destas fora de padrão exigindo reboques com inúmeras rodas para distribuir peso sem danificar as rodovias. Presença pouco mais que o institucional, serão o nicho do nicho. No outro extremo, o veículo de transporte mais leve é um Uno Furgão. O conhecido e bem-sucedido Uno com carroceria fechada. Não é novidade. Seu avô, o 147, tinha versão assemelhada. Para 1 m³ ou 400 kg de carga. Leve, também o novo Fiorino, e o recém-lançado picape Strada com 3 portas.