Fotos: NetCarShow.com, BMW
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A M5 E34 e seus antecessores |
"Nós sempre nos tratávamos como bons
companheiros. Era como a gente dizia sobre um cara: você vai gostar
dele. Ele é legal. É um bom companheiro. Ele é um de nós. Sacou?
Éramos bons amigos. Mafiosos.
Mas o Jimmy nunca poderia entrar realmente para
a máfia, porque tinha sangue irlandês. E no meu caso, nada
importava que minha mãe era siciliana. Para se tornar realmente um
membro da máfia, você tem que ser 100 por cento italiano. Entrar
para a máfia, porém, é a maior honra que a gente podia ter. Isso
significa que você faz parte de uma família, um grupo. Significa
que ninguém pode mexer com você, e que você pode mexer com
qualquer um, desde que ele também não fosse um membro, lógico. É
como uma licença para roubar. Uma licença para fazer qualquer
coisa. E até onde o Jimmy se importava, se o Tommy entrasse, todos
nós estávamos entrando. Nós agora teríamos um de nós como um
membro.”
Esta semana não podia deixar de lembrar desse
trecho acima, dito pelo protagonista do filme de Scorcese “Os Bons
Companheiros”, de 1990. Henry Hill, o personagem interpretado por
Ray Liotta, nos explica o por que era tão importante que seu melhor
amigo, o violento Tommy DeVitto (Joe Pesci) ter oficialmente entrado
na Mafia nova-iorquina como membro. Para ele e o mentor de ambos
(Jimmy Conway, interpretado por Robert de Niro), era impossível por
uma série de motivos, mas somente o fato do companheiro receber a
honra os deixava felizes e realizados. Era como de, de alguma forma,
sendo a amigo tão próximo promovido, eles também o fossem.
E esta semana algo parecido aconteceu comigo.
Primeiro um bom amigo foi finalmente promovido em uma empresa em que
trabalhei; é o primeiro entre os quatro que entraram juntos quase
vinte anos atrás a receber uma promoção. Já me senti bem pacas
por ele, mas isto foi apenas um prelúdio do que estava por vir.
Afinal de contas uma banal promoção não me empurraria de volta ao
teclado para lhes escrever algo, queridos leitores, não com a
incrivelmente complicada vida que arrumei para mim. Não, o que me
fez sentir exatamente igual a este cara aí do início foi algo muito
mais legal...
Sabe como é, vai ter gente que vai ler este post
e falar: só por isso? Vai achar muito barulho por nada, tenho
certeza. Mas fazer o que, eu me senti assim, e só porque um amigo
comprou um carro.
Não qualquer carro, lógico. É na verdade um
daqueles que se convencionou chamar de supercarro, aqueles que
conseguem transcender a mera qualidade de transporte para, desde
novo, se transformar em algo especial. Um daqueles carros cujo
desempenho e comportamento são tão memoráveis que fazem os
profissionais abandonarem a fria análise e adotarem um lirismo e
paixão normalmente reservados a formas mais tradicionais de
literatura. Um BMW M5 1990.