google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)



Bom, la vamos nós de novo! Dedico esta postagem aos amigos que sempre pedem mais informações e textos sobre motores Ford. Este foi no capricho, espero que gostem.

Era uma vez um amigo meu que queria de verdade trabalhar um motor 302 (5,0 litros) para um Ford Maverick que ele eventualmente usava em provas de arrancada. Conversamos longamente e ele me relatou o desejo de montar um motor maior, com aumento do curso dos pistões usando para tal fim um virabrequim novo, bielas mais longas e pistões especiais, muito mais baixos para permitir fecharmos o pacote bem.

Para quem não conhece o termo, "stroker" pode ser traduzido como "aumentador de curso" e é exatamente isso o que este artigo trata  De maneira a facilitar os que buscarem peças nos EUA, as medidas a observar são as dadas em polegadas, servindo as em milímetros para referência apenas.

De cara sabíamos ter duas opções comerciais simples, o 331 (5,4 litros) e o 347 (5,7 litros). O 302 Ford é um motor que tem uma biela de bom comprimento, 5.090" (129,3 mm,) para um curso dos pistões de 3.000" (76,2 mm), o que dá uma relação comprimento da biela-curso de 1,69 (ou relação r/l 0,29). Se passássemos ao 331, que tem curso de 3.250" (82,55 mm) e bielas de 5.400" (137,2 mm), iríamos ficar com uma relação de 1,66 (r/l 0,30), ainda bem legal. Se fôssemos ao 347, essa relação cairia a 1,56 (o r/l pioraria, 0,32).

Vamos considerar que há uma equação que nos deixa sempre presos: meio curso mais comprimento da biela mais altura de compressão do pistão tem sempre que ser próxima, igual ou menor que a distância entre a linha de centro do virabrequim e o plano de junta do cabeçote. Logo, aumenta de um lado, tem que diminuir do outro. Isso vale para todo e qualquer motor.

Então, vamos às contas: Ford 302, curso de 3.000" (76,2 mm), bielas de 5.090" (129,3 mm) e pistões com altura de compressão sempre próxima de 1.540" (39 mm). Quais as opções simples? Usar um virabrequim de 3.250" (82,55 mm) e bielas 5.400" (137,2) mm ou um maior ainda, com curso de 3.400" (86,36 mm) e as mesmas bielas de 5.400" (137,2 mm).

Renault Fluence

Tem muita gente que gosta do programa de fazer churrasco. Eu não; do programa, não. Esse lance de ficar debruçado sobre uma chapa pelando não é comigo.

Chapa quente perto da cara é algo que instintivamente repilo.

Porém muitos designers atuais parecem não ter a mesma reação, pois eles vêm bolando painéis de carros cada vez maiores e quentes. Parecem atraídos por eles, acham-nos lindos.

A primeira vez em que fiquei incomodado com isso foi ao sair pela primeira vez com um recém-adquirido Volkswagen Santana 1993. Estava na cidade de São Paulo, o sol batia bravo lá de cima e aquele enorme e plano painel plástico absorvia todas as ondas provindas de suas explosões nucleares. Parecia especialmente projetado para isso, e aquele treco foi esquentando e esquentando. Logo comecei a sentir que algo me abrasava o rosto. Aquele painel enorme irradava um calor miserável.

“Tudo bem”, pensei. “Ligarei o ar-condicionado e tudo se resolve. Fico na fresca”.

VW  New Beetle

 Foto: autoworld.wordpress.com
Mercedes-Bena CLS Brabus (autoworld.wordpress.com)


Depois de ter publicar o post Arma de Guerra, falando do novo Ford Police Interceptor para a polícia americana, o assunto veio à baila nos comentários e um leitor lembrou uma Parati da policia pela qual fui responsável por sua preparação. Fiquei de escrever a respeito e aproveito para falar de mais dois carros de polícia. Foram três as ocasiões na minha vida em que me envolvi com esse assunto.

A Parati da Polícia Civil

A primeira foi em 1987 ou 1988, quando eu trabalhava na Volkswagen comandando o esquema de competições da fábrica. Um dia meu chefe (Ronaldo Berg, atual gerente da Peugeot Sport no Brasil) me chamou à oficina na Ala Zero, onde estava com um policial civil de nome Fábio e uma Parati 1,6 já bem acabada. Depois da apresentação, o Ronaldo me pediu “para dar um trato” na Parati, em caráter de total cortesia e colaboração não oficial da VW com a polícia. “Claro, pode deixar, vou providenciar isso logo”, disse ao chefe, mas sem dizer a ele o que pensei naquele momento: fazer uma Parati especial para o trabalho policial. Eu tinha uma ótima equipe de mecânicos que trabalhava na preparação dos carros de rali da equipe de fábrica e, nas provas, dando o essencial apoio, tanto no Brasil quanto no Uruguai, Argentina e Chile. Era um pessoal treinado e bem-preparado.

Só ilustração; a Parati da história era bem mais antiga. Mas o esquema de pintura era o mesmo

Com a Parati no elevador, tudo o que não era carroceria na parte de baixo foi simplesmente jogado fora. Mandei buscar um motor AP 2000 na produção e levá-lo para a engenharia na Ala 17, no alto do morro, onde o engenheiro Luiz Antônio da Silva, que trabalhava exclusivamente para Competições, aplicou ao motor o material que tínhamos, como os cabeçotes trabalhados, tuchos (que não “cuspiam” pastilhas) e molas de válvulas especiais. Não usamos o comando de competição tipo Schrick 288 porque era essencial arrancadas imediatas no trabalho de polícia. O comando foi o do Golf GTI/Gol GT, que já era bem nervoso. E, claro, a carburação Brosol 2E  foi calibrada para potência, deixando-se consumo de lado. Na época quase não se falava em emissões, mas se já houvesse limites estes teriam sido solenemente ignorados.

A taxa de compressão foi aumentada para 12,5:1 (era a etanol, taxa original 12:1). O motor rodou no dinamômetro para assentar bem e a potência era, salvo engano, 130 cv líquidos.

Que dúvida!
Os que me conhecem há mais tempo sabem que eu sempre tive um dilema, Camaro ou Mustang. Acredito que eu não deva ser o único! Mas recentemente decidi sair de cima do muro e se fosse o caso de escolher entre um ou outro concluí que optaria pelo Mustang.

O Camaro é um Chevy, que sempre foi minha preferência sobre a Ford. Coisa que vem principalmente do pai. O primeiro carro da família que tenho na minha memória é um Opala 1974 azul, de quando eu tinha 4 anos. Depois dele foram vários outros. E uma série de Chevettes para minha mãe. Mais tarde veio um Monza, no qual eu iniciei minha vida na direção. Depois mudamos para a VW. Nunca houve um Ford em casa. Até Uno já teve! Mas o fato é que o Mustang sempre me encantou. Não tanto como os Corvettes Stingray (como o da tasteira do blog), é verdade.

Fiquei alguns dias pensando em qual seria a minha primeira memória de um Mustang. Cheguei a um Mach 1 1971/1972 que devo ter visto com sete ou oito anos. Esse Mach 1 tem um capô enorme! Tenho certeza que o emblema com o mustang galopante deve ter alguma influência também, no inconsciente. Somos bombardeados com informações que nem sempre percebemos como são processadas lá dentro da cachola. Eu sempre gostei de liberdade e esse espírito que o emblema evoca me atrai muito. Pena que nem sempre consiga vivê-lo.


Espírito Mustang