google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Existe uma coisa chamada velocidade natural. Se assim não a chamam, acabo de cunhá-la.

É a velocidade em que, dirigindo sob certas condições, naturalmente quase todos nós mantemos. Por exemplo: numa avenida larga, sem faróis de parada, com duas ou mais faixas de rolamento, e com pouco trânsito, nós naturalmente “caímos” a uns 70 km/h; isso se não tivermos pressa por um motivo qualquer.

Numa estrada, também sem pressa, viajando com a família, com o carro em ordem e numa pista dupla, nós também “caímos” a uns 120 ou 130 km/h.

São as tocadas padrão, sem estresse, seguras e naturais, desde que mantenhamos as distâncias adequadas dos outros veículos para que os imprevistos possam ser contornados.

Indo assim se vai longe e não se cansa.


Volta e meio me perguntam qual o carro que mais gostei dirigir, e quando respondo que é picape Ford Courier, me olham meio esquisito, exceto os amgos que me conhecem. Não dirigi todos os carros, mas entre os que o fiz o melhor, como conjunto, foi essa picapinha mesmo.

Precisei levar umas coisas pessoais ao Rio e a Ford me emprestou uma Courier da frota de imprensa. Fui razoavelmente carregado (mas muito abaixo dos 700 kg de carga útil) e voltei vazio. Na época, 2004/2005, ainda não havia radares na via Dutra no trecho entre o final da Baixada Fluminense e Resende, e nem um pouco adiante, só encontrando essas maquininhas do Diabo depois que se entrava no Estado de São Paulo.

Comecei a subir a serra das Araras e senti que tinha algo especial nas mãos. Mas o prazer supremo veio mesmo depois do alto da serra, ao entrar no planalto. Como conheço a Dutra como a palma da mão, acelerei. As curvas de média-alta quase viravam reta para ela. Chegava na cabeça delas e, sem aliviar, entrava. Obediência total, nenhum balanço indesejável, nada.

Havia curvas em que eu pensava, "agora vai dar m........" e, engano. Foi assim o trecho todo, a picape absolutamente segura, fazendo o que eu queria. Que impressão me deixou!

Enchi o tanque com etanol no Rio e cheguei em casa em São Paulo com um quarto. O tanque de 68 litros é amigo de quem usa o carro em estrada.

Analisando-a, um enorme entre-eixos de 2.830 mm, 4.457 mm de comprimento, 1.685 mm de largura e1.477 mm de altura. Peso 1.096 kg e motor 1,6 Rocam de 95 cv, nada excepcional. Mas para andar forte nunca vi nada igual. A menor potência é claramente intencional, para mandar a cirva de torque para baixo, em que o pico de 14,2 mkgf ocorre a apenas 2.250 rpm. Potência boa disponível em qualquer situação.

O mais notável é o eixo traseiro rígido atrelado ao monobloco por uma mola parabólica (lâmina úinica) de cada lado. Mais simples, impossível; melhor, idem. Funcionamento igual às melhores suspensões independentes, sem nenhum tipo de perda de contato em asfalto mais ondulado. Surpreendente. E a suspensão dianteira, uma boa McPherson.

Quem tem uma sabe o que estou dizendo. Quem não tem ou nunca dirigiu uma Courier, que experimente uma. Vai ver que não dourei a pílula.

BS

(Atualizado às 10h25)
Foto: autor

Escutei há alguns dias, um membro de um grupo de usuários de bicicletas, proferir um dos maiores absurdos que já ouvi na minha vida.

Disse esse elemento que as reduções de limites de velocidade nas vias da cidade de São Paulo eram muito bem-vindas, pois incentivam o uso de bicicletas. Segundo seu raciocínio, com menores velocidades, menos acidentes ocorrerão, e mais pessoas terão vontade de usar bicicletas para as diversas atividades, inclusive ir e voltar ao trabalho.

Só se for para ele, que deve trabalhar bem pertinho de onde reside. Se é que trabalha.
Foto: iG





Esta é uma outra visão sobre o acidente que o Bob Sharp já havia comentado sábado.



Mais uma tragédia no trânsito de São Paulo. Um Porsche, segundo a perícia, vinha a 150 km/h pela rua Tabapuã, uma rua comercial do nobre bairro Itaim Bibi. Em uma de suas travessas, a rua Bandeira Paulista, ele colheu um Hyundai Tucson que atravessava a via, matando sua motorista, uma advogada de 28 anos. Triste e trágico.



A imprensa logo se apressou em condenar o motorista do Porsche. Parece que os jornalistas, em geral por aqui, têm um viés esquerdista-invejoso, até chegando a ter um mórbido prazer em culpar uma pessoa de posses que causa um acidente com seu carrão. Mas ressalto um fato que foi mencionado nas reportagens, mas não foi dada a devida ênfase a ele: a advogada avançou o sinal vermelho, segundo uma testemunha que estava atrás do carro dela e a viu avançar em baixa velocidade o semáforo do cruzamento com a rua Tabapuã.



Apesar de em momento algum eu afirmar que é correto andar a 150 km/h dentro de perímetro urbano e - pior - numa rua cheia de travessas, não posso deixar de notar a grande culpa da vítima neste acidente, estando a imprensa mais preocupada em noticiar a culpa do motorista do Porsche e quase comemorando a sua indiciação por homicídio doloso.