google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


“Chamai-me Ismael. Faz alguns anos – não importa quantos, precisamente -, tendo na bolsa pouco ou nenhum dinheiro e nada que particularmente me interessasse na terra, achei que devia velejar um pouco e ver a parte de água do mundo. É uma maneira que tenho de afastar o tédio e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rígido e austero; sempre que é um escuro e úmido novembro em minha alma; sempre que me vejo parar involuntariamente em frente a casas funerárias, e a seguir todos os cortejos fúnebres que encontro; e especialmente quando minha hipocondria toma tal domínio sobre mim que é preciso um sólido princípio moral para me impedir de sair deliberadamente às ruas socando as pessoas – então acho que está na hora de ir para o mar o mais depressa possível. É o meu substituto para a pistola carregada. Com um floreio filosófico Catão se atira sobre a espada; eu calmamente subo a bordo do navio. Não há nada de surpreendente nisso. Quase todos os homens, qualquer que seja sua classe, uma vez ou outra, compartilham comigo praticamente os mesmos sentimentos para com o oceano.”

O texto acima é o início do livro "Moby Dick", escrito pelo americano Herman Melville em 1851. Melville  era ele mesmo um andarilho, um aventureiro, além de escritor, e a introdução de sua obra-prima transparece isso. Particularmente acho Mellville um gênio da pena, e Moby Dick um forte concorrente para o posto de melhor obra literária já criada. Não existe pessoa com um pouco de alma que não sinta uma incomensurável vontade de sair e ver o mundo lá fora, deixando tudo para trás, ao ler o primeiro capítulo desta obra. Um livro épico de conotações bíblicas, uma viagem a um lado negro das obsessões humanas, um questionamento sobre a fronteira entre o bem e o mal. Fora que é escrito com um domínio magistral da língua, é as vezes de um humor irônico genial, e tem todo aquele suspense que nos impede de parar de ler. Como se não bastasse, é um tratado sobre a pesca de baleia no século19. Uma obra-prima imortal.

Mas o que isso tem a ver com os automóveis, tema deste blog? Bem, sempre que leio o início deste livro, substituo em minha mente o mar pela estrada. Sempre que é um úmido e sombrio novembro em minha alma, imagino-me acelerando um carro numa enorme reta que segue até acabar no horizonte. E me sinto melhor.


Quais são as características da moderna minivan? Tração dianteira? Motor transversal? Rodas dianteiras localizadas bem adiante da cabine? Um desenho monovolume com capô curto e bem inclinado? Um assoalho plano em toda a extensão e arranjo flexível de bancos e espaço para carga? E quem foi a primeira? Renault Espace, Dodge Caravan/Plymouth Voyager ou Nissan Prairie, as três em 1982? E a DKW Schnellaster (transportador rápido)? Ela tinha tudo isso em 1949. É mais do que hora de lhe prestar esse reconhecimento.



Foto: supercarioca.fotopages.com


Quando li o post do Alexandre Cruvinel, Categoria D, me lembrei de um fato parecido. Uma coisa puxa a outra, como se diz.

Em 1996 eu estava na revista Autoesporte, editor de testes e técnico. Tínhamos recebido o então novíssimo BMW Z3 para teste e saí com o fotógrafo Ricardo Novelli para a sessão de fotos.

Pouco antes eu havia estado na inauguração do Cesvi Brasil S.A, Centro de Experimentação e Segurança Viária, com raízes na Espanha, uma organização voltada para os profissionais do setor de reparação e dos mercados segurador e automobilístico em geral.

O Cesvi é localizado no condomínio industrial City Empresarial Jaraguá, nos limites do município de São Paulo. Logo identifiquei ali o local perfeito para fotos de testes, pois além de não ser via pública tem um traçado variado. Por isso fomos fazer as fotos do Z3 lá.


O carro acima é, na opinião deste colunista, o mais emocionante lançamento automobilístico deste ano. Sim, a veneranda empresa familiar de Malvern Link, Worcestershire, Inglaterra, a Morgan Motor Co, volta a fazer um tipo de carro que a deixou famosa: o carro esporte de três rodas.