google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Há muitos anos, um grande amigo me telefonou dizendo que ia correr na Mil Milhas numa equipe da fábrica em que trabalhava. Parabenizei-o bastante pelo entusiasmo que demonstrou e disse-lhe para ficar atento ao aperto de roda, pois muitas vezes a empolgação dos mecânicos da oficina da fábrica, num ambiente novo para eles, se esquecem de apertar as rodas. "O que é isso, Bob? Claro que isso não vai acontecer, mas obrigado assim mesmo pelo conselho", comentou o amigo, que pelo tom de voz pareceu-me um tanto indignado com a recomendação.

Passados uns dias, telefonou-me.  Contou que no primeiro treino saiu do box e na Curva 2, no traçado original de Interlagos, e a roda dianteira esquerda se foi! Entrou no retão controlando o carro sem problema, pois era a roda interna, mas já na reta foi a vez da roda dianteira direita ir embora...Claro, sem maiores consequências que o feio e raspado visual sob o carro.

Chamo isso de "Síndrome da campainha do almoço", em que na oficina o mecânico coloca as rodas, encosta os parafusos, quando toca a campainha ou sirene avisando que é hora do almoço. Ele interrompe o que estava fazendo e vai almoçar. Na volta, se esquece de dar o aperto devido. Pronto, mais uma roda que irá se soltar.

Imagens: fuselage.de

O desenho automobilístico é mesmo uma arte cíclica: os automóveis nasceram funcionais, até o dia em que um fabricante resolveu adicionar uma pitada de estilo. Outros fabricantes aderiram e em pouco tempo as formas passaram a dominar a função: carro virou moda e deixou de ser uma simples máquina utilitária, um singelo caixote racionalizado sobre quatro rodas. Passou a ser também um componente indispensável a todos que apreciam a construção de sua própria imagem: o automóvel também é uma forma de expressão social.

Eis a principal dificuldade dos desenhistas: evoluir sem que o resultado final pareça uma reprise de tempos passados, eliminando aquela sensação estranha de déjà vu. E foi exatamente o que aconteceu na década de 1960: linhas limpas e retas extirpavam protuberâncias, saliências e espalhafatosos rabos-de-peixe, redimindo os excessos da década anterior. Os automóveis davam a impressão de estar cada vez maiores, mais largos e mais baixos.


Fotos: Superformance e GM Performance Parts


Os leitores mais assíduos vão lembrar de quando falamos aqui dos novos pacotes de powertrain "ecológicos" da GM Performance Parts, chamado pelo nome de E-rod.

Pois bem, como já era esperado, a linha de motores disponível, antes restrita apenas ao V-8 de 6,2 litros do Corvette/Camaro, foi ampliada. Agora estarão disponíveis também o LS7 e o LS9, os potentes motores dos Corvettes Z06 (512 cv) e ZR1 (647 cv), respectivamente, bem como os LSX, motores derivados do LS de série, mas dedicados (e reforçados) para carros especiais, arrancada e hot rods que levam o desempenho a sério. Motores deste tipo, sobrealimentados com mais de 1.000 cv, já são razoavelmente comuns nos EUA, e a família LS parece estar fadada a se tornar o V-8 para hot rods emblemático de nosso tempo, assim como foram os Ford T, A e V-8 "cabeça plana" antes de 1955, e o Chevrolet V-8 de bloco pequeno e os vários Chrysler Hemi, depois de 1955.
A SEMA deste ano, vendo-se o Corvette GS de 1963 em réplica


Reedição de posts não é uma coisa legal. Mas enquanto fazia uma seleção de fotos de Porsches para um próximo post "Porschemania", encontrei algumas fotos que fiz da tela da TV com imagens do filme "As 24 Horas de Le Mans" (Le Mans, 1971). No início desse filme o estiloso Michael Delaney (Steve McQueen) dirige um 911S igualzinho ao que eu pude fotografar de verdade. O filme é fantástico por várias razões. Os carros, a pista, os atores, o enredo e, para mim, as imagens e a edição, que são perfeitas.