google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

A origem desse motor está ligada ao desenvolvimento de motores aeronáuticos a diesel, e é notável pela sua construção, em formato de triângulo.
Hugo Junkers (1859-1935) investigava o diesel para aviões desde antes da Primeira Guerra Mundial, na empresa que fundara em em 1913.
Como era de se esperar, durante a guerra o foco foi a produção para combate, e Junkers só retomou as pesquisas em 1926. O motor que surgiu foi o Fo3, vindo a seguir os Jumo 204 e 205, de configuracao vertical e dois tempos, com cilindros contra-opostos e dois virabrequins, o que trazia muita massa.
Foi utilizado em aviões militares e em hidroaviões civis da Lufthansa, mesmo sendo bastante pesado, pois traziam autonomia adequada aos botes voadores que eram os únicos tipos de aviões a fazer longas viagens sobre oceano.
Até 1944, a história do Deltic era pouco divulgada. O Admiralty Engineering Laboratory (Laboratório de Engenharia do Almirantado Britânico) conduzia estudos de opções de motores para lanchas torpedeiras em 1943, e um dos membros, N. Penwarden. propôs uma versao de 3 bancos de 2 cilindros contrapostos para um motor dois-tempos. A ideia era bastante inspirada pelos motores de Hugo Junkers, mas com a meta de reduzir peso, Penwarden teve a ideia de fechar o motor em forma de triângulo, para ter dois cilindros acionados por uma mesma árvore de manivelas.
Mas no caso do motor britânico, a solução foi mais simples que a alemã para acabar com o problema de faseamento de admissão e escapamento. Penwarden foi o dono de uma ideia daquelas que só surgem na cabeça de pessoas abençoadas pelos deuses da mecânica e da termodinâmica: ele percebeu que se um dos virabrequins girasse ao contrário, tudo funcionaria de forma mais homogênea.
Nasceu então o Deltic, de delta, a letra grega em forma de triângulo.

Passada a fase avançada de conceituação, o governo selecionou a English Electric para construir as unidades destinadas às torpedeiras. A Napier, famosa por projetar e construir motores de altíssima qualidade pertencia ao grupo, e o trabalho foi passado a ela. O motivo da escolha foi bastante técnico, como sempre devem ser as decisões inteligentes quando se fala de máquinas. A Napier tinha os direitos de construção do Jumo 204 desde antes da guerra, e detinha o conhecimento de motores de pistões contrapostos pela cabeça. Nesse período, a Segunda Guerra Mundial acabou, mas o contrato foi mantido, e em 1950 ficou pronto para produção o Deltic.
Conceitualmente, o motor é bastante inteligente. Dois tempos não requerem válvulas e nem todo o trem para comandá-las, já que as janelas de admissão e de escapamento são abertas e fechadas pelo movimento dos pistões. Cilindros contrapostos não precisam de cabeçote, pois a câmara é entre as duas cabeças de pistões. Assim, não existe cabeçote também.
Um problema de motores dois tempos é a lavagem do escapamento, que deve ser muito eficiente para limpar o melhor possível a câmara, permitindo que a mistura a ser queimada entre facilmente, e que o pistão não seja excessivamente aquecido.
Essa alta temperatura acontecia no Deltic, mesmo com o arranjo encontrado para as bielas, que fazia com que o pistão do lado do escapamento estivesse à frente do lado de admissão em 20 graus no giro do virabrequim, fazendo com que a passagem para o escapamento abrisse antes da janela de admissão, permitindo um bom fluxo.
Para melhorar a temperatura no pistão do escapamento, foi adicionada refrigeração por óleo, fazendo-o em duas peças, de forma a existir uma região anular para guiar óleo que refrigerava a coroa ou cabeça.
O ar para combustão era pressurizado por um compressor centrifugo tocado por dois dos três virabrequins.
A potência variava de acordo com o uso ferroviário ou marítimo, mas números acima de 1.600 cv a 1.500 rpm eram normais para as unidades de 12 cilindros e 24 pistões.
No uso ferroviário, levava locomotivas de 99 toneladas, batizadas de Deltic também, a cerca de 160 km/h.
Como há pouco tempo a Husqvarna noticiou o lançamento de novos motores de 2 tempos para motos, nossas ideias já derivam para outras possibilidades e começamos a pensar em o que seria um Deltic pequeno em um carro.
Enquanto isso não acontece, fica para a história o mérito da Napier, que desenvolveu e colocou em produção uma ideia que parecia um pouco maluca mas que deu certo comercialmente, tornando-se um dos bons momentos da engenharia.
  JJ
Dia desses eu estive em Campo Grande-MS. Um amigo do trabalho que está morando por lá estava com um navegador Garmin. O que me chamou a atenção é que o navegador dava indicações dos vários radares espalhados pela cidade. Eu também tenho um Garmin que raramente uso, mesmo já sabendo que ele indica os radares, inclusive em São Paulo. Esse meu amigo havia acabado de atualizar o seu mapa. Chagando em casa fiz o mesmo na expectativa de usar o navegador para evitar multas, não por imprudência, mas por falta de atenção ou deslizes mínimos.
Meu pai mora no Guarujá, e sua casa fica a pouco mais que 100 km de porta a porta da minha. Toda vez que eu vou visitá-lo fico com a impressão de ter tomado ao menos umas duas multas. São muitos os radares tanto na ida quanto na volta.
Hoje eu resolvi fazer a viagem com o navegador ligado para contar os radares. Na ida até perdemos a conta e na minha estimativa foram 25 indicações no navegador. Na volta, prestamos mais atenção e pasmem; foram 29 indicações! Fora os três que contei e não foram indicados. Vale notar que tanto na ida quanto na volta houve muitas indicações de radares onde de fato não há nenhum (talvez houvesse no passado) e vária indicações de possibilidade de radar móvel, isso na Rodovia dos Imigrantes.
Desses 29, nove estão no Guarujá, todos desativados. Todos com limite de 60 km/h ou menos. Mas no Guarujá, devido a péssima qualidade das vias, é praticamente impossível, ou totalmente indesejável andar a mais de 60 km/h. Mas meu pai já me alertou que a prefeitura já avisou que vai reinstalar todos os radares. Só espero que com a arrecadação as vias sejam melhoradas, tanto na rodagem quanto na sinalização.
Muitos dos radares, principalmente na Imigrantes, estão bem sinalizados. Mas esse não é o padrão onde a iniciativa privada não é o responsável, como no Guarujá e em São Paulo. Em alguns trechos onde a via é boa é fácil exceder um pouco o limite, sem que isso represente uma imprudência fatal. E com tantos radares espalhados, tomar uma multa, mesmo sendo comportado, é apenas uma questão de tempo. É muito difícil descer a nova Imigrantes a 80 km/h. Qualquer bobeada e esse limite é transposto. Sem contar que ao se acostumar com tamanha monotonia, toda vez que chego próximo dos 120 km/h minha mulher já reclama. Essa situação beira o insuportável! Pergunto-me se realmente precisamos de carros com motores mais potentes se nunca mais poderemos utilizá-los.
No final das contas o consolo é que a viagem fica muito mais segura. Mas sinto muito que em um trecho de 200 km sejam necessários 50 radares para impor um bom comportamento das pessoas. Num país onde o nível de educação para o coletivo, até dos mais letrados, seja tão baixo, e o interesse dos políticos num programa efetivo de educação e cidadania que perdure por vários governos seja praticamente nulo, não vejo outro jeito. Isso é nivelar por baixo.
PK


Uma das grandes experiências do final de minha adolescência e início da fase adulta foi ter uma Vespa. A história desse veículo merece ser lida por quem tem um mínimo de interesse em assuntos de mobilidade.

Mas antes de falar dessa motoneta – sua definição oficial segundo o Código de Trânsito Brasileiro, veículo de duas rodas em que o condutor dirige sentado – ou patinete a motor, a estranha tradução de powered scooter, quero compartilhar com o leitor um fato dos mais incríveis.

Estava procurando uma imagem de Vespa para ilustrar este post quando recebo um e-mail de um grande amigo, o Júlio Carone, com fotos de auto-rádios antigos, da década de 1960. Como eu não estava encontrando a Vespa que queria, pensei em perguntar  ao amigo se ele tinha alguma coisa nesse sentido. O Júlio é o próprio "Homem do Túnel do Tempo", ele acha as coisas mais incríveis na fabulosa rede mundial de computadores.

Um detalhe útil e de simples execução em praticamente qualquer carro atual.
A luz do porta malas do Focus, modelo antigo, é visível de dentro do habitáculo.
Isso ajuda quando se sabe que ao destravar o porta-malas, mesmo com a tampa ainda fechada, a luz se acende. Evita que se esqueça a tampa destravada, deixando-se o carro acessível para amigos do alheio, além de eliminar a possibilidade de se perder a carga da bateria.
A luz passa pela fresta do cinto de segurança traseiro, do lado esquerdo, e é facilmente visível em qualquer condição exceto sob sol forte. Ao se virar para sair do carro, o motorista percebe a luz vindo de trás, e pode verificar que a tampa está destravada.
Cinto de segurança no banco traseiro, lado esquerdo.
A luz passa pela abertura onde corre o cinto de segurança. Visto da posição do motorista, ao se girar o corpo para sair.
Mais um detalhe genial de um carro genial.
Para ver mais textos sobre o Focus no AUTOentusiastas, entre pelos links abaixo.
JJ